Mutirão da Saúde produz repelente caseiro contra a dengue
Diante do cenário de aumento dos casos de dengue no Distrito Federal (DF), algumas receitas caseiras podem ser excelentes aliadas para repelir o vetor que transmite a doença. Uma das opções que podem ser feitas pela própria população é o difusor a base de capim citronela. Após a colheita do capim citronela na Fazenda da Funap, participantes aprenderam o passo a passo de como preparar a receita caseira para repelir o mosquito. A expectativa é que o aprendizado seja repassado para a população | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Para ajudar a disseminar o modo de preparo do extrato, a Secretaria de Saúde (SES), por meio do Núcleo de Farmácia Viva, realizou um mutirão, nesta quarta-feira (6), para capacitar cerca de 20 profissionais das unidades básicas de saúde, que serão multiplicadores dentro de sua região de atuação. De acordo com o farmacêutico chefe do Núcleo de Farmácia Viva, Nilton Netto, a parceria com a Funap no fornecimento de citronela é inédita | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília O capim utilizado na capacitação foi recolhido pelos profissionais da Farmácia Viva na Fazenda da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) – órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), no Complexo da Papuda. Por lá, os reeducandos do sistema são os responsáveis por plantar e cuidar para que o capim fique fresco. Essa é a primeira vez que o mutirão ocorre com apoio da plantação mantida pela Funap. Com o capim recolhido na fazenda, será possível produzir aproximadamente 100 litros do repelente caseiro durante o mutirão. Para fazer o difusor caseiro, é preciso colher as folhas frescas, cortar em tamanhos de 2 cm e colocar o máximo que couber dentro de um pote escuro de boca larga | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília De acordo com o gerente da Fazenda da Funap, Nilton Alves dos Santos, o trabalho entre os reeducandos é essencial para inseri-los no mercado de trabalho. “Essas ações ajudam na ressocialização. Além de eles se capacitarem, se apegam à prática e passam a encontrar uma área de atuação com maior preferência”, afirmou. Após a colheita na Fazenda da Funap, iniciou-se a capacitação, no Núcleo de Farmácia Viva, no Riacho Fundo. Os participantes aprenderam o passo a passo de como preparar a receita caseira para repelir o mosquito. A expectativa é que o aprendizado seja repassado para a população. O gerente da Fazenda da Funap, Nilton Netto, afirma que o trabalho entre os reeducandos é essencial para inseri-los no mercado de trabalho | Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Para o farmacêutico chefe do Núcleo de Farmácia Viva, Nilton Netto, a parceria com a Funap no fornecimento de citronela é inédita. “Recentemente vim pegar umas plantas medicinais e vi como o capim de citronela estava bonito e em abundância. Logo marquei de vir aqui para a gente fazer nosso mutirão. Os colegas vão aprender e tirar dúvidas sobre a produção do extrato e, posteriormente, repassarão as informações a outras pessoas”, pontuou Nilton Netto. Multiplicadores Mesmo com a prática de produzir o extrato no local de trabalho, a farmacêutica Tatiana Borges quis participar do mutirão para aprimorar ainda mais os conhecimentos na receita | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília A farmacêutica da UBS 1 de Águas Claras Tatiana Borges já tem a prática de produzir o extrato no local de trabalho, mas quis participar do mutirão para aprimorar ainda mais os conhecimentos na receita. “Eu sempre tive afinidade com esse assunto e, nesse momento da dengue, a gente tem que pensar em outras alternativas para todos se protegerem”, compartilhou Tatiana. Polyanna de Freitas Silva, farmacêutica da UBS 5 do Gama, nunca fez a receita e aproveitou a oportunidade para aprender, na prática, como fazer o repelente caseiro | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Já a farmacêutica Polyanna de Freitas Silva, da UBS 5 do Gama, nunca fez a receita e aproveitou a oportunidade para aprender, na prática, como fazer o repelente caseiro. “Tudo o que a gente puder trazer para a comunidade nesse momento é válido. A minha ideia é levar o conhecimento também para os servidores, com o intuito de ensiná-los a se cuidarem para que estejam bem para acolher os pacientes que precisam do nosso apoio”, avaliou Polyanna. Modo de preparo Para fazer o difusor caseiro, é preciso colher as folhas frescas, cortar em tamanhos de 2 cm e colocar o máximo que couber dentro de um pote escuro de boca larga. Caso não seja escuro, o recipiente pode ser encapado com papel alumínio. Depois, acrescente etanol a 96% ou 93,8º INPM até que cubra todas as folhas. É preciso que a mistura fique fechada por sete dias, agitando o pote diariamente. Depois, filtre e coloque em vidro escuro, de 100 ml, rotulando com especificações e data de validade. O extrato pode ser usado por um ano. Para difundir a mistura no ambiente, é preciso colocar três palitinhos de Pinus, de 20 cm, e aguardar 15 minutos para absorção, e depois virar o palitinho. É possível utilizar o produto também no momento da limpeza da residência, diluindo o extrato na água. O melhor horário para usar o repelente caseiro é no final do dia, entre 17h e 18h, quando os mosquitos da dengue aparecem com mais frequência.
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Pacientes da UBS 1 de Águas Claras produzem repelentes naturais
Um projeto da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 de Águas Claras, conhecido como Terraterapia, promove a participação dos pacientes na produção e distribuição de difusores repelentes do mosquito transmissor da dengue. Durante a semana, os difusores foram distribuídos à população do Areal, com foco na entrega para as gestantes da região. O Terraterapia busca promover atividades de convivência para a população, buscando o bem-estar e atividades para a saúde mental. O projeto inclui uma horta, com plantações de hortaliças e fitoterápicos, que são distribuídos entre os integrantes do grupo. Um dos plantios realizados na UBS 1 foi o de capim citronela, que resultou na produção de difusores e aromatizadores de ar que atuam como repelentes naturais do mosquito Aedes aegypti. Os repelentes naturais foram entregues a algumas gestantes e usuários da UBS 02 de Águas Claras, localizada no Areal | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF De acordo com a gerente da UBS 1 de Águas Claras, Joanna Lima Costa, a iniciativa é muito importante e útil para a população mais vulnerável, pois a produção é realizada pelos pacientes e para os próprios usuários. “Nós realizamos a fabricação desses repelentes com a nossa equipe, composta por farmacêuticos, nutricionistas e assistente social. É um repelente natural de insetos e, desta maneira, é seguro, inclusive, para as gestantes”, ressalta. Na última semana, os repelentes naturais foram entregues a algumas gestantes e usuários da UBS 2 de Águas Claras, localizada no Areal. Sarah Martins, 22 anos, grávida de 34 semanas, elogiou a iniciativa, pois está receosa com o aumento dos casos de dengue no Distrito Federal. “Achei bem interessante, principalmente para nós, grávidas em reta final, que ficamos muito suscetíveis”, conta. Sarah Martins, gestante de 34 semanas, recebeu um dos difusores. Em sua residência, a mãe teve o diagnóstico positivo para dengue De acordo com a assistente social e uma das supervisoras do grupo Joyce de Oliveira, um dos pilares do Terraterapia é a promoção do protagonismo do usuário. “O paciente planta, colhe, prepara o difusor e leva para casa, se protegendo de doenças como a dengue”, explica. Agora, de acordo com a profissional, o próximo passo será a realização de oficinas para que os pacientes levem mudas e realizem a produção em casa. Francisca Bruna Moraes, 24 anos, gestante de 24 semanas, não conhecia o poder de atuação do capim citronela contra o mosquito da dengue. “Não conhecia o potencial da planta e passarei a usar a partir de agora”, relata. A oficina de Terraterapia é realizada na horta da UBS 1 de Águas Claras, todas às quintas-feiras, a partir das 9h. A atividade é aberta ao público. Nesta quinta-feira (1), será realizada mais uma produção de difusores. Preparo do difusor Francisca Bruna Moraes, gestante de 24 semanas, não conhecia o poder de atuação do capim citronela contra o mosquito da dengue [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] De acordo com a farmacêutica da UBS 1, Tatiana Borges, para realizar o preparo do difusor é preciso colher as folhas de capim citronela, de preferência pela manhã, antes das 9h, período em que o óleo essencial está mais concentrado. “Em seguida, cortamos as folhas em pequenos pedaços, de dois centímetros cada. As folhas precisam ser depositadas em um recipiente de vidro âmbar, de boca larga e tampa de plástico. Caso seja transparente, o vidro pode ser envolvido com papelão alumínio ou papel pardo”, orienta a profissional. Depois, é depositado o etanol de 70% INPM ou superior até cobrir todas as folhas. A mistura precisa ficar armazenada por sete dias, em um processo chamado maceração. Diariamente, é necessário agitar o recipiente, para que as partículas se movimentem. Após os sete dias, a mistura precisa ser filtrada e envasada para, então, estar pronta para o uso. Mais detalhes sobre o preparo aqui. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal
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Oficina ensina a preparar difusor de citronela contra o Aedes aegypti
Uma forma fácil e econômica de combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor de dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana. Foi com essa premissa que quase 200 participantes aprenderam a preparar o difusor com capim citronela na manhã deste sábado (9). A oficina foi ministrada pela equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Riacho Fundo I, em parceria com o Núcleo Farmácia Viva e com a Associação dos Especialistas da Secretaria de Saúde (SES-DF). O uso do difusor de citronela tem mostrado grande eficácia no combate ao Aedes aegypti. Melhor horário para utilização é entre 17h e 18h, quando os mosquitos costumam aparecer | Fotos: Karinne Viana/Agência Saúde-DF Grande parte dos presentes no evento vive na Colônia Agrícola Sucupira, uma região vulnerável à doença, segundo a gerente da unidade, Cláudia Beatriz Nogueira. “É uma área mais suscetível à dengue e propensa à presença do mosquito transmissor devido ao acúmulo de lixo e à falta de informações adequadas sobre prevenção”. A citronela é semelhante ao capim santo em aparência, mas possui um aroma distinto. Ao ser espremida entre os dedos, a erva exala um cheiro parecido ao do eucalipto. O odor agradável aos humanos se torna um verdadeiro “terror” para os mosquitos, inclusive, ao Aedes aegypti. “A preparação do difusor é um processo simples, seguro e econômico. Temos constatado sua eficácia como um método altamente efetivo”, assegura a farmacêutica da Equipe Multidisciplinar (E-multi) da UBS 1 do Riacho Fundo I, Daniella Moraes. Para criar o difusor, é necessário colher folhas frescas da planta e cortá-las em pedaços de aproximadamente dois centímetros. O ideal é coletar pela manhã, por ser um período com maior concentração do óleo essencial Durante a oficina, foram sorteados 20 difusores preparados pela equipe, juntamente com seis mudas de citronela. A Farmácia Viva do Riacho Fundo I oferece a planta àqueles interessados em criar o repelente em casa. Moradora da Colônia, Aline Montes, 32 anos, aprendeu a elaborar a mistura no evento. “Foi uma iniciativa muito interessante, pois auxilia a população a cuidar da saúde, já que a dengue é um problema que não pode ser negligenciado. Com certeza vou usar no meu lar, pois moro em uma região onde tem muitos mosquitos. É sempre bom ter opções para espantá-los do ambiente”, afirma. A diarista Camila Nascimento, 30, também foi uma das participantes e ficou entusiasmada ao preparar o repelente. “É muito importante estarmos atentos e conscientes, compartilhando informação com outras pessoas também. Eu não sabia que tinha esse preparo natural, mas agora vou fazer em casa sempre.” Preparo Para criar o difusor, é necessário colher folhas frescas da planta, sem sinais amarelados ou de ferrugem, e cortá-las em pedaços de aproximadamente dois centímetros. Segundo a farmacêutica, o ideal é coletar pela manhã, por ser um período com maior concentração do óleo essencial. “Não sabia que havia preparo natural contra o mosquito da dengue. Agora vou usar sempre”, diz a diarista Camila Nascimento, participante da oficina Os pedaços devem ser colocados dentro de um recipiente de vidro de boca larga, preferencialmente escuro, preenchendo-o o máximo possível. Caso o vidro seja transparente, é necessário envolvê-lo com folha de alumínio ou papel pardo. Depois, basta acrescentar etanol de 70% INPM, ou superior, até cobrir todas as folhas. Em seguida, é importante fechar o pote e deixá-lo descansar por sete dias, agitando-o diariamente. Após esse período, a mistura deve ser filtrada e transferida a um frasco de vidro escuro de até 100 mililitros, rotulado com as especificações e a data de validade. Fechado, o produto tem prazo de, no máximo, até um ano. Após aberto, pode ser utilizado por até três meses. Quando for difundir a mistura no ambiente, basta inserir três palitos de madeira Pinus, com aproximadamente 20 cm de comprimento, e aguardar 15 minutos para absorção antes de virá-los. O melhor horário de utilização é no fim da tarde, entre 17h e 18h, quando os mosquitos aparecem com mais frequência. Mais detalhes sobre o preparo do difusor de Capim Citronela podem ser acessados aqui. Prevenção Na oficina, os participantes também tiveram a oportunidade de assistir a uma palestra sobre prevenção da dengue, ministrada pela agente de Vigilância Ambiental Célia Cunha. Ela enfatiza a importância de adotar medidas preventivas para evitar a propagação da doença. “Promovemos essas ações com o intuito de sensibilizar a população, pois acreditamos que informação nunca é demais”, argumenta. “É importante impedir o acúmulo de água parada, como nas calhas, por exemplo. São locais de difícil acesso e que não costumam ser checados com frequência. Além disso, destacamos a importância de colocar areia até a borda nos pratos de plantas e de limpar os ralos de banheiros que não são muito utilizados”, orienta. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Moradora do Riacho Fundo II, Alana Oliveira, 41, expressou sua gratidão pela ação dos profissionais de saúde. “Essa campanha contra a dengue tem um propósito nobre. Beneficia aqueles que têm acesso limitado à rede ou não têm tempo para acompanhar as notícias na televisão. Fiquei impressionada com a iniciativa, pois vai além da relação profissional e paciente. Mostra que há uma preocupação genuína com o bem-estar do próximo e com as dificuldades que cada pessoa enfrenta”, relata. A SES-DF, por meio da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), realiza ações contínuas de combate à dengue durante todo o ano, o que contribuiu para uma redução significativa no número de casos prováveis da doença. No entanto, com a chegada do período chuvoso, é fundamental redobrar os cuidados, pois um único ovo do Aedes aegypti pode sobreviver por até 400 dias sem contato com a água, aguardando apenas o momento propício para se desenvolver. Entre as iniciativas permanentes adotadas pela pasta estão o fumacê, o manejo ambiental, o controle químico, as inspeções dos agentes de vigilância a residências e o investimento em novas tecnologias. Até o início de dezembro deste ano, foram notificados 43.265 casos suspeitos de dengue na capital, sendo 31.997 considerados prováveis. Esses números representam uma redução de 55,5% em comparação ao mesmo período de 2022, quando foram registrados 67.950 casos prováveis da doença. *Com informações da SES-DF
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