Adubo orgânico: ouro verde produzido pelo SLU impulsiona produção agrícola no DF
O Distrito Federal é hoje um exemplo de como tratar o lixo gerado pelos seus 2,9 milhões de habitantes em sintonia com o desenvolvimento econômico local. Mais de 70 mil toneladas de resíduos e rejeitos recolhidos todo mês pela coleta convencional do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) passam a ter uma solução desenvolvida por este Governo do Distrito Federal (GDF) para geração de renda, principalmente para os agricultores locais. Mais de 70 mil toneladas de resíduos e rejeitos recolhidos todo mês pela coleta convencional do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) passam a ter uma solução desenvolvida por este Governo do Distrito Federal (GDF) para geração de renda| Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília Das 70 mil toneladas recolhidas pelo SLU todo mês, cerca de 40% são processadas pela usina de compostagem do órgão, em Ceilândia. Os restos de comida, cascas de frutas e vegetais, em vez de serem despejados em um lixão, gerando chorume não tratado e gases tóxicos, passam por uma transformação natural e se tornam adubos orgânicos ricos em minerais eficientes para os agricultores conseguirem produzir e prosperar, mesmo em um solo pobre em nutrientes, como o do Cerrado. Os restos de comida, cascas de frutas e vegetais, em vez de serem despejados em um lixão, gerando chorume não tratado e gases tóxicos, passam por uma transformação natural e se tornam adubos orgânicos ricos em minerais eficientes para os agricultores conseguirem produzir e prosperar No ano passado, foram 19.796,52 toneladas de resíduos transformados em composto orgânico. De janeiro a julho deste ano, esse número chegou a 8.765,72 toneladas. O resultado desse processo biológico é o que garante o ganha pão de muitos agricultores do Distrito Federal, como é o caso do Edivan Ferreira Machado, 48 anos. Com uma propriedade de seis hectares em Ceilândia, ele se junta a mais 299 produtores que receberam neste ano a doação do material rico em minerais e nutrientes para adubar e fertilizar o solo onde colhem as plantações. “Já tem muitos anos que eu recebo de graça o material de compostagem do SLU. Se eu não contasse com essa doação, a minha atividade simplesmente não existiria, eu não conseguiria produzir nada. Os outros adubos no mercado são muito caros para nós, pequenos produtores, e o do governo é de graça, eu pago só o frete”, defendeu Edivan Ferreira. Com uma propriedade de seis hectares em Ceilândia, Edivan Ferreira Machado se junta a mais 299 produtores que receberam neste ano a doação do material rico em minerais e nutrientes para adubar e fertilizar o solo onde colhem suas plantações O agricultor conta com uma doação de 90 toneladas de adubo orgânico por ano. É graças ao composto processado pelo SLU que ele consegue fornecer elementos nutritivos à terra e melhorar a estrutura do solo e o nível de aproveitamento dos adubos minerais. A fertilidade do terreno por meio da compostagem doada é o que garante aos agricultores colheitas ideais para abastecer o mercado local com produtos frescos e de boa qualidade. “Aqui eu produzo uma variedade de verduras. Tenho pimentão, vagem, abóbora, mas o meu ponto forte é o tomate, que é onde eu priorizo a aplicação do adubo orgânico. O composto dá mais resistência e a terra fica mais solta, úmida e fácil de trabalhar. Na safra do tomate, eu consigo colher cerca 300 caixas por semana. Levo para a Feira do Produtor de Ceilândia e vendo tudo por lá mesmo”, completou seu Edivan. No caso do seu Edivan, por exemplo, a doação do material gera a ele uma economia de mais de R$ 54 mil reais por hectare em um ano, se levar em consideração somente a plantação de tomate Os benefícios do composto processado pelo SLU são para além da fertilização do solo. A iniciativa sustentável deste GDF de transformar os resíduos orgânicos em adubo garante também a continuidade e o fortalecimento da atividade agrícola na capital federal, aquecendo a economia local ao gerar emprego e renda aos produtores. No caso do seu Edivan, por exemplo, a doação do material gera a ele uma economia de mais de R$ 54 mil por hectare em um ano, se levar em consideração somente a plantação de tomate. “Essa iniciativa beneficia tanto o SLU quanto o produtor. Se não fossem as propriedades para escoar o composto, eles precisariam dar outra destinação. Trata-se de uma política pública nobre porque o adubo é utilizado para produzir alimentos com uma responsabilidade ambiental e social muito importante também, porque ajuda a produzir comida e gera renda e segurança alimentar às famílias. É uma via de mão dupla que todos saem ganhando”, defende o zootecnista e extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), Aécio Prado. Compostagem O gerente das UTMBs, Vinícius de Abreu, diz que itens da coleta convencional do SLU são encaminhados para as duas usinas de tratamento mecânico biológico passam por triagem para a retirada dos recicláveis e rejeitos, que são encaminhados para o Aterro Sanitário do DF A transformação dos resíduos orgânicos em adubo ocorre por meio de um processo natural de fermentação com a presença de ar, umidade a alta temperatura, que proporcionam a decomposição desses itens de origem vegetal e animal pela ação de bactérias e fungos. Esses microrganismos são considerados os protagonistas, uma vez que são os responsáveis pela fermentação natural que promove a transformação da matéria orgânica em composto. A prática permite o reaproveitamento de resíduos, reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos e diminuindo os custos de produção para os agricultores. Também ajuda a minimizar o impacto ambiental, ao evitar que rejeitos orgânicos sejam descartados de forma inadequada e contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa. O zootecnista e extensionista da Emater-DF, Aécio Prado, defende que “Essa iniciativa beneficia tanto o SLU quanto o produtor. Se não fossem as propriedades para escoar o composto, eles precisariam dar outra destinação” No Distrito Federal, a Lei nº 6.518/2020 tornou a atividade obrigatória para entidades públicas, privadas e condomínios residenciais e comerciais. A lei estabeleceu um cronograma progressivo para que esses geradores destinem seus resíduos orgânicos para tratamento por processos biológicos, como a compostagem. Como funciona Os itens da coleta convencional do SLU são encaminhados para as duas usinas de tratamento mecânico biológico (UTMBs), uma na Asa Sul e outra em Ceilândia. Nesses locais, os itens passam por triagem para a retirada dos recicláveis e rejeitos, que são encaminhados para o Aterro Sanitário do DF, enquanto a parte orgânica é encaminhada para outra linha de processamento, que ocorre somente na unidade de Ceilândia. “Nós empilhamos os resíduos orgânicos em leiras e os microrganismos começam a agir. Esse processo dura em torno de 90 dias a 100 dias. Nesse período, é necessário verificar a temperatura e umidade. Depois dessa etapa, analisamos uma amostragem do material em laboratório para verificar se atende todos os parâmetros estabelecidos e, se sim, é encaminhado para o galpão, onde há peneiras de 12 mm para reter eventuais materiais que não são compostáveis. O que passa da peneira é considerado orgânico, o que fica é considerado lixo e vai para o aterro”, detalha o gerente das UTMBs, Vinícius de Abreu. Como ter acesso? Para receber o composto, os produtores fazem a solicitação diretamente ao SLU ou por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural. Em 2023, foram 511 beneficiados com a iniciativa. Mas antes de atender o solicitante, é necessário que a Emater vá até a propriedade para verificar se há algum impedimento para receber o adubo orgânico. O material não pode ser utilizado em córregos, rios ou no cultivo de tubérculos. A Emater-DF estabelece quanto cada produtor deve receber, de acordo com o tamanho de sua terra. Ao definir como o composto é usado, os técnicos da Emater e do SLU seguem a Resolução nº 1/2009 do Conselho de Política Ambiental do Distrito Federal (Conam), que determina as regras de utilização do material.
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Saiba como é o processo de tratamento do chorume no DF
[Olho texto=”“Não existe poluição causada pelo tratamento de chorume no Distrito Federal. Pelo contrário, nosso efluente atende a todos os padrões ambientais exigidos, inclusive com qualidade superior”” assinatura=”Silvio Vieira, presidente do SLU” esquerda_direita_centro=”direita”] O que acontece com o lixo que chega, diariamente, ao Aterro Sanitário de Brasília (ASB)? Os resíduos vêm de todas as 35 regiões administrativas do DF, transportados por caminhões, e são dispostos e compactados pelos equipamentos apropriados. Em média, chegam ao Aterro Sanitário 2,2 mil toneladas de lixo por dia. Ao ser compactado, o lixo gera o chorume, líquido produzido a partir da decomposição dos resíduos. “Embaixo das montanhas de lixo, foi realizada a compactação do terreno natural e instalados diversos dispositivos impermeabilizantes, que evitam qualquer vazamento do chorume pelo solo. Acima dessas camadas foi implantado um colchão drenante, que conduz o líquido em segurança para tratamento na estação”, detalha o coordenador de Recuperação de Orgânicos, Disposição e Destinação final do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU), Leonardo Yamada. O chorume bruto tem uma alta carga de contaminação, mas após o tratamento adequado, o líquido atinge os limites exigidos pela legislação ambiental para ser devolvido ao meio ambiente sem representar riscos | Foto: Divulgação/SLU Ao ser drenado, o chorume bruto segue para a lagoa de contenção, para aguardar o tratamento. O processo se inicia em reatores, onde são inseridos produtos químicos para mistura e decantação de impurezas. Em seguida, o líquido passa por uma linha de filtros, que finalizam o processo de tratamento. “O Aterro Sanitário possui uma estação de tratamento que utiliza processos físico-químicos para transformar o chorume em uma água que pode ser utilizada para fins não potáveis. Ao final, temos um líquido com qualidade suficiente para escoar no córrego Melchior”, afirma Andrea Almeida, chefe de medição e monitoramento do SLU. Riscos de contaminação O chorume bruto tem uma alta carga de contaminação, mas após o tratamento adequado, o líquido atinge os limites exigidos pela legislação ambiental para ser devolvido ao meio ambiente sem representar riscos. No caso do tratamento realizado no ASB, o efluente tratado é lançado no Rio Melchior, em condições e quantitativos autorizados pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa). A Outorga n.º 412/2020, dada pela Adasa, permite o lançamento de até 2.210 m³ de efluente tratado por dia. Nos últimos 12 meses, a média de tratamento de chorume diário no Aterro Sanitário de Brasília foi de cerca de 840 m³, o que representa menos de 40% do volume que é permitido pela outorga. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Desde 2014, o Melchior foi classificado como rio de Classe 4, conforme Resolução Conama n° 357/2005, e deve ser destinado apenas à navegação e harmonia paisagística. Esses rios têm baixa qualidade de água e não são adequados para consumo humano, irrigação, recreação ou pesca. Apesar disso, o padrão de lançamento do efluente tratado no ASB é bastante restritivo, conforme condicionantes da Autorização Ambiental SEI-GDF nº 14/2020, do Instituto Brasília Ambiental. Além disso, o SLU busca sempre lançar no corpo hídrico um efluente com parâmetros ainda melhores do que as exigências do órgão ambiental. Dessa forma, lançando um efluente de qualidade maior do que o exigido e em quantidade menor do que o permitido, o SLU reduz significativamente os impactos que o lançamento de efluente tratado poderia causar. Todo o efluente tratado atende aos padrões de qualidade estabelecidos pela Autorização Ambiental SEI-GDF nº 14/2020 e Resolução nº 430, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que define os critérios e as condições para o lançamento de efluentes em corpos d’água. O SLU monitora constantemente a qualidade do efluente tratado e a do Rio Melchior, por meio de análises laboratoriais realizadas por três laboratórios diferentes acreditados pelo Inmetro. O Aterro Sanitário de Brasília é acompanhado periodicamente pelos órgãos de fiscalização do Distrito Federal, o Instituto Brasília Ambiental e a Adasa. “Os representantes fazem vistoria em vários pontos, conhecem de perto o nosso tratamento de chorume e verificam nosso padrão de excelência. Não existe poluição causada pelo tratamento de chorume no Distrito Federal. Pelo contrário, nosso efluente atende a todos os padrões ambientais exigidos, inclusive com qualidade superior”, explicou o presidente do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Silvio Vieira. *Com informações do SLU
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SLU apura coloração no Rio Melchior onde é lançado efluente de chorume
O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) informa que, na última sexta-feira (13), a fiscalização de rotina do órgão constatou que o ponto do Rio Melchior onde é lançado o efluente de chorume tratado (sem risco ao meio ambiente) do Aterro Sanitário de Brasília (ASB) apresentava uma coloração. Tal coloração desapareceu em pouco tempo. Imediatamente, a empresa Hydros Soluções Ambientais, contratada pelo SLU para o tratamento de chorume no ASB, foi notificada para esclarecer o ocorrido. Os diretores e corpo técnico do SLU foram ao aterro no sábado (14) para acompanhar de perto toda a ação em relação ao caso | Foto: Divulgação/SLU O SLU também notificou a empresa Fral Consultoria LTDA e o Consórcio que administra o aterro. Foram colhidas amostras e encaminhadas ao laboratório para análise físico-química, com pedido de urgência feito pelo SLU. O Serviço de Limpeza Urbana também solicitou à Fral Consultoria LTDA, bem como à empresa Hydros Soluções Ambientais e ao Consórcio que administra o aterro, que apresentem um relatório o mais rápido possível sobre o corrido, detalhando as eventuais medidas tomadas. [Olho texto=”O SLU tomou todas as medidas cabíveis e está empenhado na apuração dos fatos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Caso seja constatado crime ambiental com o lançamento de efluente não tratado, a empresa envolvida será punida com advertência, suspensão e até mesmo multa, que pode superar o montante de R$ 4 milhões. A Agência Reguladora de Águas (Adasa) e o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) já foram notificados e também poderão punir a empresa. Por fim, o SLU tomou todas as medidas cabíveis e está empenhado na apuração dos fatos. Cabe lembrar que a empresa Hydros Soluções Ambientais segue um Plano de Emergência e Contingência (PEC) com estudos e análises de risco e plano de ação em casos de emergência, que deverá ser detalhado no relatório a ser entregue nos próximos dias. Os diretores e corpo técnico do SLU foram ao aterro neste sábado (14) para acompanhar de perto toda a ação em relação ao caso. O SLU também informa que, na sexta-feira (13), a ocupação das lagoas do ASB era de 29,2%, portanto com capacidade de mais de 70%, mesmo com as fortes chuvas dos últimos dias. *Com informações do SLU
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