Ampliação da malha cicloviária do DF tem foco na segurança dos usuários
O Distrito Federal caminha para ter a maior malha cicloviária do país. Atualmente, o DF possui 675 quilômetros de extensão de ciclovias e ciclofaixas. Em números totais, a capital fica apenas atrás de São Paulo, que tem população quatro vezes maior e 722 quilômetros do modal. A malha cicloviária do DF passa por 30 regiões administrativas e o Governo do Distrito Federal (GDF) está trabalhando para ampliá-la, com obras em execução contemplando mais 40 quilômetros no Corredor Eixo Oeste e quatro quilômetros no Núcleo Bandeirante. Uma campanha promovida pelo Departamento de Trânsito do DF é o circuito de Bike Detran nas RAs. Esse passeio ciclístico ocorre de dois em dois meses e atrai um público que varia entre 500 a 1.500 ciclistas. O objetivo é levar orientações aos pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas sobre modais e veículos | Foto: Divulgação/Detran-DF Apenas no ano passado, o GDF construiu 31 quilômetros de malhas viárias para ciclistas. “Já estão em estudos a construção de mais 105 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas. Sendo ciclovias construídas apartadas da via de rolagem e as ciclofaixas junto às vias. Todas com pintura diferenciada vermelha e sinalizada. As prioridades serão as regiões administrativas onde ainda não tem as vias, e também vias de ligação entre as ciclovias. Em breve, teremos a maior malha para ciclistas do país. Todas as nossas obras preveem ciclovias e ciclofaixas. Seja na zona rural, seja na BR-440. Nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida da população”, explicou o superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), Cristiano Cavalcante. Mecânicos realizam a manutenção das bicicletas gratuitamente como parte da inscrição em evento pelo Detran-DF O jornalista Weverson Ferreira, 29 anos, mora no Paranoá e trabalha no Plano Piloto. Há oito anos, ele vai ao trabalho frequentemente de bicicleta. Como meio de transporte, o jornalista utiliza a magrela por 40 quilômetros diariamente. Mas, o pedal para ele também é saúde física e mental. “Também treino em alta performance com a bicicleta. Nos meus treinos, percorro uns 55 quilômetros, principalmente nas ciclofaixas no Lago Sul. Nos últimos anos, as ciclovias melhoraram bastante, mas o que noto de dificuldades são as interligações com outros modais, as interligações entre as próprias ciclovias e locais com segurança para deixar a bicicleta”, avalia. Segurança Quanto maiores as possibilidades de trafegar no relevo plano de Brasília sobre duas rodas, mais responsabilidade. Tendo a segurança no trânsito como prioridade, o GDF, por meio do Departamento de Trânsito (Detran-DF) desenvolve uma série de campanhas de conscientização. Um desses programas é o Projeto Bike em Dia, que leva orientações para os ciclistas, como comportamento na via, responsabilidades, deveres e direitos do ciclista. O Detran-DF desenvolve uma série de campanhas de conscientização. Um desses programas é o Projeto Bike em Dia, que leva orientações para os ciclistas, como comportamento na via, responsabilidades, deveres e direitos do ciclista Outra campanha promovida pelo Detran-DF é o Circuito de Bike Detran nas RAs. Esse passeio ciclístico ocorre de dois em dois meses e atrai um público que varia entre 500 e 1.500 ciclistas. O objetivo é levar orientações aos pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas sobre modais e veículos. Lembrando que bicicleta é um veículo. A inscrição para o evento é gratuita e uma equipe de mecânicos realiza a manutenção das bicicletas gratuitamente. Na oportunidade, são entregues kits que contemplam: camisa ‘motorista, respeite o ciclista’ e ‘ciclista, siga as regras de trânsito’; guia da bike, mochila retrorrefletiva, adesivo de ‘respeite o ciclista´, pulseira retrorrefletiva, chaveiro do ciclista para colocar apito e placa retrorrefletiva com a mensagem de respeito ao ciclista também. Segundo Miguel Videl, chefe de Ações Educativas do Detran-DF, as principais orientações passadas nesses eventos são sobre os equipamentos de segurança que os ciclistas devem usar. “Pela legislação, os equipamentos obrigatórios são retrovisor do lado esquerdo, iluminação branca na frente e vermelha atrás e buzina, mas, como especialista e ciclista, para mim, o capacete também tem que ser obrigatório. Eu recomendo também roupas chamativas e calçado fixo ao pé, luvas e óculos de proteção”, defendeu. Uma dúvida comum entre ciclistas, motoristas e pedestres é onde a bicicleta deve trafegar Outra dúvida comum entre ciclistas, motoristas e pedestres é onde a bicicleta deve trafegar. “Existem três vias que o ciclista pode trafegar: ciclovia, ciclofaixa ou acostamento. Na impossibilidade de utilizar essa malha, o ciclista deve usar as vias de rolamento como um veículo de propulsão humana que é. Calçada é para pedestres. Por vezes o pedestre anda pelas ciclovias ou essas vias não estão bem conservadas. Para proteger o pedestre nesses casos, o ciclista deve andar nas vias com os outros veículos”. Outro mito que existe é que os ciclistas não podem ser responsabilizados pela condução. “Pode, sim. O ciclista é responsável pelos pedestres, assim como os motociclistas são responsáveis por ciclistas e pedestres e os motoristas por motociclistas, ciclistas e pedestres. O maior protege o menor. O ciclista que trafega na contramão, por exemplo, já está cometendo uma infração. Se ele quebra um retrovisor de um carro andando na contramão, por exemplo, será responsabilizado”. Esse tema de em qual sentido os ciclistas devem trafegar é sempre uma dúvida dos cidadãos. “O ciclista tem que andar no sentido da via, não pode ir na contramão da direção. Ele perde o direito dele como ciclista ao andar na contramão. Quase 90% dos ciclistas que se envolvem em sinistros em rotatórias e retornos estavam em sentido contrário”. O especialista também esclarece se ciclistas devem trafegar perto do meio fio. “A recomendação é trafegar mais ao bordo direito, não necessariamente perto do meio fio, a bicicleta pode ocupar uma faixa dependendo da velocidade, é um veículo também. Porém, a faixa da esquerda é de ultrapassagem”. Miguel Videl encerra esse bate-papo com a Agência Brasília com algumas dicas importantes: “Os ciclistas são equiparados aos pedestres, quando estiverem nas faixas de pedestres, têm de descer e empurrar a bicicleta. Os carros, quando ultrapassarem os ciclistas, têm de observar a distância de 1,5 metro e, se possível, mudar de faixa. Os motoristas têm que proteger os ciclistas e nunca ameaçá-los”, finalizou.
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Meta é aumentar malha cicloviária em pelo menos 21%
O Distrito Federal fecha 2021 com 616 quilômetros de malha cicloviária. Neste ano, o Governo do DF aumentou os investimentos em ações que facilitaram o acesso a esse modo de deslocamento ativo, como a construção de ciclovias e ciclofaixas e a volta do serviço de bicicletas compartilhadas. A expansão deixa Brasília em segundo lugar no ranking brasileiro de cidades com maior estrutura para os ciclistas. A primeira é São Paulo. A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) está com o projeto pronto e prestes a lançar o edital para construção de 11,5 quilômetros de ciclovias em Samambaia. Outro certame licitatório está sendo preparado para diversas regiões do DF. A meta para 2022 é aumentar em pelo menos 21% a extensão de ciclovias e ciclofaixas com a construção de mais 130 quilômetros de pistas. No final de 2018, Brasília contava com 466,6 quilômetros de ciclovias. A meta para 2022 é aumentar em pelo menos 21% a extensão de ciclovias e ciclofaixas com a construção de mais 130 quilômetros de pistas | Joel Rodrigues/Agência Brasília De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Valter Casimiro, há projetos de faixas independentes que serão licitados no próximo ano, sejam nas regiões administrativas (RAs) ou nos pontos de integração – interligando ciclovias até então sem conexão. “Viemos desenvolvendo a construção de ciclovias em todas as grandes obras de arte, como pontes e viadutos, o que fará com que nossa malha cicloviária seja ainda maior”, diz ele. O Plano Piloto, os Lago Sul e Norte, o Park Way e Ceilândia são onde foram construídas mais pistas voltadas para o trânsito de bicicletas. Ainda assim, elas estão presentes em 28 das 33 regiões administrativas. Já estão em andamento a construção de pistas para bicicletas em Arniqueira, no Itapoã e no Paranoá. Também estão em fase de execução o projeto de 9,3 quilômetros de ciclovias no trecho entre o Gama e a DF-003, Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia); de 6,1 quilômetros entre o Eixo Monumental e a DF-085, Estrada Parque Taguatinga (EPTG); de 14,8 quilômetros ao longo da Rodovia DF-140; de 4 quilômetros na Rodovia DF-001, Estrada Parque do Contorno (EPCT); e de 3 quilômetros na Rodovia Vicinal VC-361, no Gama. O Setor de Indústrias de Ceilândia receberá em breve pistas para ciclistas. Outras foram finalizadas este ano no Paranoá e no Complexo Viário Governador Roriz, na Saída Norte da cidade. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Coordenador de Infraestrutura de Mobilidade Ativa da Secretaria de Transporte e Mobilidade Bruno Terra reforça o trabalho do governo no incentivo à mobilidade ativa com o planejamento de vários projetos de melhorias da malha cicloviária “Os deslocamentos de bicicletas ajudam a melhorar o trânsito, beneficiam o meio ambiente e tornam as cidades mais acessíveis e humanas, por isso queremos incentivar o modal e ampliar o número de ciclistas no DF”, enfatiza. Outras ações Além da ampliação de infraestrutura cicloviária, outros movimentos de incentivo ao uso de bicicletas estão em andamento como a melhoria nas conexões entre as ciclovias, a instalação de bicicletários nos terminais de ônibus e estações de metrô e a instalação de paraciclos em estações do metrô, do BRT e em diversos pontos do DF, bem como a disponibilização do sistema de bikes compartilhadas. Outra melhoria implantada foi a volta do Sistema de Mobilidade Ativa Compartilhada que começou a funcionar em Brasília em outubro de 2021. Atualmente, os usuários contam com 201 bicicletas espalhadas em 28 estações na área central da capital. Outras duas serão entregues à população ainda este ano.
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Águas Claras ganha mais quatro estacionamentos
GDF Presente entra em ação: obras de construção de novos estacionamentos estão em fase de conclusão | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília Onde estacionar? Essa pergunta, que não tem resposta rápida, é recorrente no cotidiano de quem mora ou frequenta Águas Claras. O GDF Presente, porém, já entrou em ação: construiu três estacionamentos na cidade e, em uma área cedida pela Terracap, abriu um paliativo – sem brita, apenas gramado. No total, são 100 novas vagas. As obras começaram nesta semana. Três estacionamentos estão concluídos na Quadra 101, enquanto o quarto, na Rua 3 Norte, será entregue na próxima semana. A estrutura é de grama e brita, material fornecido pela Novacap sem ônus para a administração local. Para a construção de todos os bolsões de estacionamentos previstos no projeto de urbanização da cidade, seria preciso um aporte de aproximadamente R$ 3 milhões, valor de que a administração local não dispõe. Por meio do GDF Presente, no entanto, tem sido possível expandir a oferta de vagas. Demandas da população Moradora da Quadra 101, a estudante Mariana Monteiro, 27 anos, avalia como positivas as obras atuais e conta que muita gente estaciona em locais proibidos, o que causa problemas. “Já vi várias vezes o caminhão do SLU e até ambulâncias não conseguirem entrar na quadra”, afirma. “Nós vamos adequar os projetos das futuras calçadas para que possamos construir novos estacionamentos, onde há possibilidade, com o intuito de atender as demandas da população”, esclarece o administrador de Águas Claras, Francisco de Assis da Silva. Em maio, a cidade também recebeu novas calçadas e revitalização de ciclofaixas. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”centro”]
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Quase 8 quilômetros de ciclofaixas são revitalizados em Águas Claras
Ação faz parte do contrato que engloba toda a sinalização feita no DF, que até março deste ano recebeu R$ 417,7 mil | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília Quando as recomendações de isolamento social acabarem, os ciclistas de Águas Claras vão se deparar com ciclofaixas com caras de novas. O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) revitalizou a pintura nos 7,8 quilômetros de via para a circulação de bicicletas nas avenidas Araucárias e Castanheiras, utilizada por cerca de três mil pessoas. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] As pinturas das sinalizações horizontais nos dois sentidos de ciclofaixas foram executadas, com demarcações brancas e vermelhas em toda a extensão, com com 1,5 metro de largura que garantem espaço exclusivo para os ciclistas nas avenidas. Segundo o Detran, a ação faz parte do contrato que engloba toda a sinalização feita no DF. Até março deste ano foram investidos R$ 417.725,81 na gestão das atividades de sinalização horizontal e vertical na capital. Servidora do Detran, Lúcia Bandeira é executora de contrato. Ela conta que o trabalho foi realizado por equipes da empresa contratada, vencedora da licitação. “A própria população pediu pela revitalização. Seguimos critérios para chegar a cada região com as manutenções. Em Águas Claras, só não foi antes por causa das chuvas. Agora, aproveitamos o bom tempo e as ruas mais vazias”, explica. O servidor público Alex Santos, de 42 anos, viu a pintura ser feita direto da janela do apartamento, na Rua 19 Sul. “Desde que mudei para cá, há oito anos, tenho o costume de fazer o máximo possível na cidade de bicicleta e as ciclofaixas permitem que isso seja feito com segurança”, diz. Para ele, é acertada a decisão de fazer revitalização enquanto a orientação é de que a população faça isolamento social. “As ruas estão vazias, tanto de ciclistas quanto de veículos, então o impacto é bastante reduzido. Quando todos pudermos voltar à vida normal, encontraremos tudo com pintura nova. Isso é ótimo”, opina. Pedestres também são beneficiados com o bom estado das faixas | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília Administrador de Águas Claras, Francisco de Assis da Silva destaca a importância das passagens exclusivas para os ciclistas na cidade. “As faixas são importantes para incentivar o uso de transporte não motorizado e está entre as principais soluções sustentáveis para desafogar o trânsito e reduzir o impacto ambiental”, ressalta. Conceitos A ciclovia é constituída de pista própria, separada fisicamente do tráfego geral. Já a ciclofaixa é uma faixa exclusiva para circulação de bicicletas, delimitada por sinalização específica, mas que usa parte da pista ou da calçada.
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