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Terceira maior gibiteca do país fica em Brasília e é opção para todas as idades

Se você mora ou está de passagem por Brasília e é fã de histórias em quadrinhos. uma boa opção é se aventurar na gibiteca do Espaço Cultural Renato Russo. Batizada com o nome do jornalista e ativista cultural TT Catalão, a gibiteca é considerada a terceira maior do país e um verdadeiro paraíso para os amantes da nona arte, abrigando mais de 14 mil exemplares que vão desde as coleções Marvel e DC até mangás e obras internacionais para todas as faixas etárias. Com o compromisso de difundir cada vez mais a cultura na capital, o Governo do Distrito Federal (GDF) investiu R$ 80 mil para renovar o espaço. O local abriga 14 mil gibis | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília “A Secec [Secretaria de Cultura e Economia Criativa] tem trabalhado de forma incansável para garantir que espaços como a gibiteca do nosso Espaço Renato Russo sejam uma referência em se tratando de cultura, educação, lazer e entretenimento”, ressalta o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes. E se engana quem acha que o espaço se resume apenas a uma vasta coleção. A gibiteca é também um ponto de encontro para crianças e adolescentes durante as férias no Quadradinho. É no Espaço Kids que a imaginação do estudante Alexandre Brandão, de 12 anos, ganha cor e voa solta entre as páginas em preto e branco dos livros de anime. “Eu gosto bastante de visitar espaços como esse. É bom porque eu acabo tendo um consumo consciente; já que não posso comprar todos os livros que quero, aproveito a gibiteca para ler e conhecer histórias”, relata. Mãe de Alexandre, Andrea Brandão, de 42 anos, é mineira e sempre gostou de gibis quando criança. Andrea conta que ela, o marido e o filho estão de férias em Brasília e que ficaram sabendo, durante a viagem, da existência da gibiteca. Felipe de Jesus Silva, bibliotecário e um dos coordenadores da gibiteca: “TT Catalão foi um dos grandes incentivadores desse espaço. Ele era um frequentador assíduo daqui. Graças a isso, temos um catálogo maravilhoso. É bacana ver que tudo começou de uma forma bastante despretensiosa, e hoje estamos entre as três maiores gibitecas do Brasil” “A gente sempre incentivou o Alexandre a ler desde pequeno, e ele sempre teve muita curiosidade com quadrinhos. Agora ele está na fase de anime, e o trouxemos para conhecer. Eu acho que é muito interessante ter esse tipo de espaço, porque hoje em dia, as crianças, se a gente deixar, ficam só no telefone, no computador”, afirma. Na mesma linha, Thelma Mendes, 42 anos, define o espaço como um “escape das telas”, sobretudo em um momento geracional cada vez mais conectado. Moradora do DF há um ano, ela conheceu a gibiteca recentemente. Ela levou os dois filhos, Flora, 8, e Eduardo, 10, para conhecer o local. “Gibi fez parte da infância de toda a minha geração e de outras gerações também. As crianças gostam muito de gibi. Quando soube da gibiteca, achei ótimo para passear com meus filhos. Tenho procurado eventos e espaços para a gente conhecer e curtir mais a cidade”, diz. Também fã de mangá e anime, o estudante Eduardo Mendes avalia que, apesar de ser a primeira vez visitando a gibiteca, o espaço já ocupa o topo no ranking de melhores ambientes de leituras. “Já fui a várias gibitecas, mas aqui é a melhor. Vou voltar para ler mais mangás”, conta. Eduardo Mendes: “Já fui a várias gibitecas, mas aqui é a melhor. Vou voltar para ler mais mangás” Legado cultural O nome TT Catalão é uma homenagem a Vanderlei dos Santos Catalão, jornalista, poeta e ativista cultural que fundou o espaço, conforme explica Felipe de Jesus Silva, bibliotecário e um dos coordenadores da gibiteca. Falecido em 2020, o artista deixou sua coleção pessoal de quadrinhos como legado para a gibiteca, garantindo que sua paixão pelas HQs vivesse para sempre. “TT Catalão foi um dos grandes incentivadores desse espaço. Ele era um frequentador assíduo daqui. Graças a isso, temos um catálogo maravilhoso. É bacana ver que tudo começou de uma forma bastante despretensiosa e hoje estamos entre as três maiores gibitecas do Brasil”, observa Felipe. Recentemente renovada, a gibiteca conta com 20 quadros pintados pelo ilustrador e quadrinista pernambucano Jô Oliveira, uma referência no mundo dos quadrinhos brasileiros. Na entrada do espaço, também há um mural assinado por Raimundo Lima Neto, ilustrador, quadrinista, doutor em comunicação social e professor universitário, que testemunha a importância da gibiteca como ponto de encontro dos aficionados por HQ. Além de ser um local para mergulhar em mundos fantásticos, a gibiteca permite que seus visitantes levem suas aventuras para casa. Os exemplares podem ser emprestados por até sete dias, mediante cadastro, garantindo que a diversão não acabe quando a visita termina.

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Mais de 10 mil pessoas aproveitam a programação do ‘Sorria, Brasília’

[Olho texto=”“Este é o aniversário do renascimento, da volta à vida presencial, da festa, e nada melhor que celebrá-lo com todos os equipamentos culturais de portas abertas”” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”direita”] Brasília amanheceu ensolarada e repleta de atividades culturais, que atravessaram o dia em comemoração ao seu aniversário de 62 anos, na quinta-feira (21), dentro da programação do projeto Sorria, Brasília, realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Os equipamentos culturais do DF receberam um público de 10 mil pessoas nos eventos e iniciativas que representaram toda a diversidade de linguagem das expressões artísticas da cultura local. O destaque ficou para a reabertura de dois desses espaços que estavam fechados para reforma: o Museu do Catetinho e a Gibiteca TT Catalão, no Espaço Cultural Renato Russo. Com piquenique no gramado, homenagens no Catetinho, contação de histórias, feiras, shows, concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, teatro, balé e exibição de filmes, a programação colocou um sorriso no rosto dos brasilienses, que aproveitaram o feriado com as muitas opções culturais. “Este é o aniversário do renascimento, da volta à vida presencial, da festa, e nada melhor que celebrá-lo com todos os equipamentos culturais de portas abertas”, comemora o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. O Catetinho foi reaberto depois de dois anos fechado para receber melhorias necessárias | Foto: Renato Alves/ Agência Brasília Reabertura do Catetinho Completamente reformado, o Museu do Catetinho amanheceu pronto para receber o público para visitação depois de dois anos fechado. Ao som do Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, o “Palácio de Tábuas” reabriu as portas para homenagear personalidades da cultura da cidade. Na ocasião, 30 pessoas e organizações engajadas na cultura do DF receberam a Medalha do Mérito Distrital da Cultura Seu Teodoro pela contribuição ao fortalecimento identitário e difusão da arte e da cultura local. Estiveram presentes o governador Ibaneis Rocha, o vice-governador Paco Britto e a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha, que foram recebidos pelo secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. O secretário fez um emocionado discurso. “Esse lugar respira memórias. O Catetinho evoca memórias daqueles que o visitam. Aqui, é um desafio da epopeia de construção que ainda está de pé”. O governador falou do sonho de recuperar o espaço, fechado desde o início da pandemia. “A ideia da construção de Brasília é de superação. Aos 62 anos, seguimos nesse renascimento. Brasília nasce novamente para o Brasil neste 21 de abril.” Feriado ao ar livre A brasiliense Ellen Oléria foi uma das atrações do Eixo Cultural Ibero-americano | Foto: Nityama Macrini/Secec A programação do Sorria, Brasília no feriado teve seu ponto mais alto nas atividades do Eixo Cultural Ibero-americano, onde reuniu um público de 6 mil pessoas. Pela manhã, teve diversão para as crianças, com contadores de história, fabulistas, artistas e performers com um toque de inclusão. Além de uma feira colaborativa, o gramado do Eixo Monumental também recebeu a banda de samba Coisa Nossa, o espetáculo Ballet Dança by Juan Carlos Veja, do Grupo Bailarinos de Brasília, e concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. Contadora de histórias, Adma Oliveira apresentou às crianças um conto adaptado sobre as seis décadas da capital. Por ser portadora de necessidades especiais, ela faz um trabalho com narrativas inclusivas, mas é com o público que ela também acaba aprendendo muito. “Ao contar histórias para as crianças, eu gravo, memorizo e dou vida para os personagens”, destaca a fabulista, como gosta de ser chamada. Quando viu o convite pelas redes sociais da Secretaria de Cultura sobre a programação do Eixo Cultural, a manicure Erika Carolina, 28 anos, levou a família toda para curtir um feriado ao ar livre. “Espaços abertos e com atrações para toda a família são a melhor forma de comemorar neste feriado”, disse a brasiliense. No final da tarde, no gramado, o Eixo Cultural recebeu o show da brasiliense Ellen Oléria. A cantora e compositora abrilhantou a celebração com sua voz potente e a força dos ritmos brasileiros. “Parabéns, Brasília, jovem senhora, por esse povo lindo que é teu!”, comemorou. Completamente renovada, a Gibiteca TT Catalão tem 23 mil itens no catálogo | Foto: Marina Gadelha/Secec Gibiteca em ação A Gibiteca TT Catalão abriu as portas completamente renovada, depois de nove anos fechada. Com investimento de R$ 80 mil e 23 mil itens no catálogo, ressurgiu como umas das maiores do país, exibindo estantes inteiras para heróis como Batman, Superman e Mulher-Maravilha. Uma das mais cobiçadas é da coleção X-Men e Novos Titãs. Uma das preciosidades da Gibiteca é o espaço infantil, com forte presença de A Turma da Mônica e a galera de Patópolis. Marmenha Rosário, gerente do espaço, que comandou a reabertura, se emocionou ao falar do poder da Gibiteca. “É uma viagem fantástica pelo mundo da fantasia e da pesquisa”. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Os quadrinistas Duarte e Jô Oliveira apareceram com um exemplar raro de Risco, primeira HQ do DF, de 1979.  Doaram para a Gibiteca e prometeram voltar a frequentar o espaço. Enquanto as portas não se abriam, a banda Marefreboi transformou o Espaço Renato Russo numa pista de dança. Rolaram dos frevos de Pernambuco a clássicos como a Feira de Mangaio. Maíra Oliveira, atriz e diretora, deu boas vindas ao público e saudou a memória de TT Catalão, que deu nome ao grupo de teatro que integra, fundado por seu pai, Ary Pára-raios: O Esquadrão da Vida. Aproveitou a ocasião para também homenagear o diretor teatral Hugo Rodas, que faleceu recentemente. Também esteve presente na cerimônia de abertura do espaço Nanan Catalão, filha de TT Catalão. Ela relembrou o tempo em que TT comandava o Espaço Cultural Renato Russo. “Aqui, sempre foi um território de cultura, de grande intensidade”, disse. Povos originários Apresentação no Memorial dos Povos Indígenas: cultura compartilhada | Foto: Caio Marins/Secec Um encontro de tribos no coração do Planalto Central. Assim vem sendo as festividades em comemoração ao Dia do Índio e aos 62 anos de Brasília no Memorial dos Povos Indígenas (MPI). Além das exposições, a novidade este ano é a Feira dos Produtos Indígenas com artefatos de tribos de várias partes do país, além de comidas típicas como a lua de milho e o vinagre de frutas vermelhas. Descendente da etnia Apinajé, oriunda do Tocantins, a artista Natasha Barros Cardoso, 35 anos, apresentou o ritmo do catimbó e o ritmo do boi-bumbá com o grupo Impacto da Amazônia. Ela acha importante compartilhar sua cultura milenar com os visitantes. “Não nasci na minha aldeia. Sou enraizada, mas aprendi desde cedo a valorizar nossa cultura”, destaca. “Fico feliz quando as pessoas se interessam pela nossa cultura”, festeja. Reaberto há um ano, o Museu de Arte de Brasília tem exposições permanentes e mostras provisórias | Foto: Marina Gadelha/Secec Joia da arquitetura Sediado às margens do Lago Paranoá, com uma vista belíssima e uma arquitetura exuberante, o Museu de Arte de Brasília (MAB) celebra um ano de reabertura e os 62 anos da cidade como parte da programação do Sorria, Brasília. Além das exposições permanentes, dentro e fora do espaço, e de mostras provisórias, como uma organizada pela Embaixada da China – Atrás da Grande Muralha -, o público este ano pode conferir, até domingo (24), a Feira Colaborativa de Artes e Gastronomia no espaço. Rock na Concha Acústica Digão, dos Raimundos, embalou a festa dos 62 anos de Brasília na Concha Acústica | Foto: Marina Gadelha/Secec Um dos primeiros palcos da capital, inaugurado oficialmente em 1969, a Concha Acústica recebeu, na quinta-feira (21), o guitarrista dos Raimundos, Digão, que embalou a festa dos 62 anos de Brasília no local. “Brasília é minha terra. Amo essa cidade. Esse céu e a Concha me representam”, comentou o cantor, antes da apresentação. “É uma honra ter sido chamado para esse show do aniversário de 62 anos dessa cidade que me faz sonhar até hoje”, disse, animadíssimo. Sucessos do rei do reggae Bob Marley e de bandas como Charlie Brown Jr., Paralamas do Sucesso, Alice in Chains e Red Hot Chili Peppers não foram esquecidos. Mas os fãs queriam ouvir mesmo eram os hits dos Raimundos, causando histeria na plateia. No dia do aniversário da capital, Os Melhores do Mundo celebraram os 27 anos da trupe | Foto: Caio Marins/Secec Ria, Brasília A Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo foi a atração do Cine Brasília na noite de celebração dos 62 anos de Brasília. Na ocasião, os comediantes também comemoraram os 27 anos da trupe. “O nosso público foi aumentando ao longo do tempo por conta do boca a boca”, ressaltou Jovane Nunes, um dos atores do grupo. Em cena, o grupo misturou trechos de peças consagradas com esquetes inéditos. Após longo período de restrições por conta da pandemia, a plateia chegou empolgada e fez fila ao redor do Cine. Com a sala de cinema lotada e tomada pelo cheiro de pipoca, a peça começou. Diante dos olhos atentos e ansiosos do público, a gargalhada voltou a dar o tom das noites de arte e cultura no Cine Brasília. Sinfonia brasiliense A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro também se apresentou no Eixo Cultural Ibero-americano | Foto: Nityama Macrini/Secec A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro também fez um espetáculo para presentear a cidade em concerto no Eixo Cultural Ibero-americano. No repertório, sob a batuta do maestro Cláudio Cohen, a orquestra executou números que encantam o público por onde passa, reunindo música clássica, trilhas de cinema, rock sinfônico e música brasileira. O concerto começou com Aquarela do Brasil, caminhou por um pot-pourri da banda Queen e seguiu caminho com inesquecíveis músicas da sétima arte, fazendo vibrar o público de todas as idades que prestigiou o evento. E, claro, não podia ficar de fora uma homenagem ao clássico brasiliense Eduardo e Mônica. No Panteão da Pátria, o público apreciou o projeto Brasília, Museu Aberto, com projeção mapeada de artes visuais | Foto: Caio Marins/Secec Panteão iluminado No encerramento das atividades, a noite do Sorria, Brasília levou ao Centro Cultural Três Poderes uma atividade alternativa. O Panteão da Pátria, que fica na Praça dos Três Poderes, também fez parte da comemoração do aniversário da cidade. Além da exposição permanente, o local recebeu o projeto Brasília, Museu Aberto com projeção mapeada de artes visuais de artistas, como Orlando Brito, exibindo fotografias históricas.

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Gibiteca do Espaço Cultural Renato Russo será reaberta nesta quinta (21)

[Olho texto=”“A Gibiteca TT Catalão reabre como uma das mais importantes do país, com acervo vasto e raro. Queremos estimular a difusão de um polo de criadores no DF”” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”direita”] O “templo dos quadrinhos” vai reabrir no dia em que Brasília completa 62 anos, nesta quinta (21), às 15h, em cerimônia com participação da Orquestra Popular Marafreboi. A expressão – recuperada no texto de parede do jornalista Celso Araújo para uma mostra comemorativa da recuperação da gibiteca – denota a forma solene pela qual fãs dessa arte já se referiam à seção da antiga Biblioteca de Artes Ethel Dornas no Espaço Cultural 508 Sul, nome do equipamento em 1993. Chamado Espaço Cultural Renato Russo (ECRR) desde 1999, o local, que é gerido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), passa a abrigar agora um lugar dedicado aos quadrinhos, batizado de Gibiteca TT Catalão. Trata-se de homenagem a seu fundador, o jornalista, poeta e ativista cultural Vanderlei dos Santos Catalão, falecido em 2020. Na criação da gibiteca, ele doou sua coleção de quadrinhos para o equipamento público. Depois de receber investimento de R$ 80 mil em novo mobiliário e identidade visual, a renovada gibiteca conta com 120 metros quadrados, que abrigam 23 mil exemplares de diversos gêneros: HQs de super-heróis, mangás, gibis infantis e graphic novels. A renovada gibiteca tem 120 metros quadrados, que abrigam 23 mil exemplares de HQ | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília “A Gibiteca TT Catalão reabre como uma das mais importantes do país, com acervo vasto e raro. Queremos estimular a difusão de um polo de criadores no DF”, anuncia o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. O local conta com nova decoração, composta por 20 quadros pintados pelo ilustrador e quadrinista pernambucano Jô Oliveira, uma referência da nona arte no Brasil. As ilustrações dele já estiveram nas paredes da Biblioteca Demonstrativa de Brasília, ligada ao governo federal, na 506/507 Sul, que ficou fechada entre 2014 e 2021 e desativou o espaço outrora dedicado a HQs, o que motivou o artista a recuperar os trabalhos, doando-os à Secec. Na entrada da gibiteca, há um mural assinado pelo ilustrador, quadrinista, doutor em comunicação social e professor universitário Raimundo Lima Neto que registra o testemunho dele sobre o espaço como ponto de encontro dos aficionados por HQ. “No Espaço Cultural da 508 Sul, eu frequentei a gibiteca, participei de eventos de RPG (Role Playing Games, jogos de representação), assisti a exibições de desenhos animados japoneses e compareci aos encontros dos fã-clubes das séries Arquivo X e Star Trek’”, conta Lima Neto. Gerente do Espaço Renato Russo, Marmenha Rosário fala emocionada sobre a reabertura da gibiteca: “É um local de afeto, importante na formação de gerações” Exposição Para comemorar a reinauguração da gibiteca e celebrar a importância do local na formação de artistas locais, a gerente do Espaço Cultural Renato Russo, Marmenha Rosário, programou uma exposição na Galeria Parangolé (voltada para a avenida W3), com 41 trabalhos de 25 autores. Jô Oliveira participa da exibição com dois trabalhos: uma ilustração sobre o romance Grande Sertão, Veredas, de Guimarães Rosa, e uma capa da revista Risco, criada por artistas gráficos da capital federal e do círculo da Universidade de Brasília (UnB). A publicação independente teve três edições nos anos 1970. Jô estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na década de 1960 e saiu do país na década seguinte, indo cursar a Escola Húngara de Desenho Industrial. O ilustrador pernambucano tem grande influência do traço do cordel, que o inspira em muitos trabalhos. Entende que seu desenho é marcado pela arte naïf, um conceito que designa a produção artística autodidata. Ele, que também estudou animação, conta que na biblioteca da instituição húngara foi muito influenciado por ilustrações de bíblias medievais. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Historiador, ilustrador e cartunista, Luigi Pedone também participa da mostra. Com duas dezenas de livros publicados, deu oficinas no ECRR entre 2009 e 2012. “Eu matava aula para ir para a 508 Sul num momento muito bom do espaço cultural, quando o diretor era o TT Catalão. O Gersion (de Castro) ficava lá. Eu saía da gibiteca para ir para a aula de desenho. Ficava a tarde toda lá. Foi uma escola para artistas como eu”, conta. Gersion de Castro, artista plástico brasiliense e especialista em educação e patrimônio cultural e artístico, é servidor da carreira de atividades culturais há 28 anos e realiza curadoria de mostras desde 1998. Em 2000, ele deu início a uma série de mostras coletivas e individuais com o projeto Gibiteca em Movimento. “Fui convidado, no ano passado, a ajudar na pesquisa histórica para a reabertura da gibiteca. Assim, propus a realização de mostra de desenhos, reunindo antigos frequentadores do Renato Russo, convidando desenhistas de mostras que realizamos há 22 anos e também novos desenhistas para essa mostra coletiva”, explica Gersion. Marmenha fala emocionada sobre devolver a gibiteca ao público da cidade: “É um local de afeto, importante na formação de gerações e que proporcionou transformações por meio da cultura. Esperamos, com a nova gibiteca, reativar esse potencial mais uma vez”. Serviço Gibiteca TT Catalão Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul, Bloco A) Cerimônia de reabertura da Gibiteca: quinta-feira (21), às 15h Visitação da exposição: até 5 de junho *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa

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Gibiteca do Espaço Cultural Renato Russo vai reabrir após quase dez anos

Já são quase dez anos que a Gibiteca do Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul, está fechada. Importante na formação de ilustradores e quadrinistas brasilienses, o local voltará a ser espaço de efervescência com a reabertura prevista para o primeiro semestre de 2022. A gibiteca foi fechada em 2013 para reforma, que só foi concluída em 2019, garantindo acessibilidade e um sistema de prevenção a incêndios. No segundo semestre daquele ano começaram os trabalhos para desencaixotar o acervo. Com a pandemia de covid-19, ficou impossibilitada a continuidade dos serviços, que foram retomados em 2022, com seleção e catalogação dos 25 mil gibis do acervo atual. Com a estrutura já reformada, o espaço aguarda apenas a chegada do novo mobiliário para a reinauguração | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília Com a estrutura já reformada, o espaço aguarda apenas a chegada do novo mobiliário – que terá novas estantes e outros itens – para a reinauguração. Ao todo, serão investidos R$ 60 mil pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). [Olho texto=”25 mil gibis compõem o acervo da Gibiteca do Espaço Cultural Renato Russo” assinatura=”” esquerda_direita_centro=””] “A reabertura deve ser ainda neste semestre. A gente já está pensando em um mês de atividade nessa linguagem dos quadrinhos, com exposição e encontro de quadrinistas. Tenho certeza que após a reinauguração teremos uma programação efetiva e sistemática”, explica a gerente do Espaço Cultural Renato Russo, Marmenha Rosário. O secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, se mostra animado com a iniciativa. “A gibiteca é um espaço lúdico e uma porta de entrada das crianças para o gosto e o prazer da leitura. Reabrir a Gibiteca da Renato Russo é apostar no sonho e no futuro”, diz. Importância e legado A gerente do Espaço Cultural Renato Russo, Marmenha Rosário, afirma que a reabertura deve ocorrer ainda neste semestre. “A gente já está pensando em um mês de atividade nessa linguagem dos quadrinhos, com exposição e encontro de quadrinistas”, diz A expectativa é que a gibiteca volte a ter a mesma importância que teve durante o período de auge do Espaço Cultural Renato Russo, entre os anos 1980 e 1990. “A gibiteca é uma parte muito importante [da 508 Sul], uma área em que as crianças faziam cursos de gravura e de desenho e passavam muito tempo aqui em meio a essa coleção de gibis. Muitos desenvolveram suas artes aqui. Há toda essa relação afetiva com o espaço”, afirma Marmenha Rosário. [Olho texto=”“Sinceramente desejo que, mantendo os protocolos de segurança necessários durante a pandemia, a gibiteca e o Espaço Cultural Renato Russo permaneçam abertos, influenciando, revolucionando e unindo gente interessante para sempre”, afirma o ilustrador e cartunista Gabriel Góes” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O ilustrador e quadrinista Gabriel Góes é um dos tantos jovens artistas de Brasília que tiveram a trajetória profissional impactada pela Gibiteca. “A gibiteca e o Espaço Cultural Renato Russo possibilitaram contato com quadrinhos que eram, na época, de difícil acesso, autores europeus, latino americanos, gibis alternativos americanos, edições especiais, zines esquisitos, xerox de mangás e os famigerados graphic novels. A gibiteca teve um efeito revolucionário em como eu percebia a linguagem e as possibilidades dos quadrinhos, mas foi também um lugar onde encontrei amigos perpétuos”, lembra. Saber da reabertura do espaço animou Góes. “A gibiteca pode conectar os autores e leitores da cidade, Brasília tem uma cena considerável e criativa de quadrinistas que acaba ficando limitada a um círculo pequeno de leitores. Sinceramente desejo que, mantendo todos os protocolos de segurança necessários durante a pandemia, a gibiteca e o Espaço Cultural Renato Russo permaneçam abertos, influenciando, revolucionando e unindo gente interessante para sempre”, completa. Assustado, surpreso e deslumbrado. Foi assim que o pesquisador de histórias em quadrinhos Matheus Calci ficou quando teve contato pela primeira vez com o acervo da gibiteca. Em 2020, ele participou do processo de análise dos títulos como voluntário. “Eles estavam precisando de ajuda de quem conhecesse quadrinhos para dar uma olhada no acervo. Identificar obras raras. Eu topei e comecei a ajudar na organização dos títulos”, conta. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Enquanto desencaixotava as publicações, Calci se deparava com parte da história do gênero. “Foi uma surpresa. Tinha quadrinhos ali de muito tempo atrás, obras esgotadas. Tem coleções completas de quase tudo que saía no Brasil nos anos 1980 e 1990. Tiras que saíam em jornais na década de 1950 encadernadas. Tem muita coisa do Mauricio de Sousa. Títulos que nem são mais publicados, publicações brasileiras raríssimas e independentes. É um acervo muito valioso”, define. Devido a essa riqueza, o pesquisador acredita que a reabertura vai fomentar o cenário de quadrinhos. “Fico bastante feliz, porque ao reabrir vai dar oportunidade das pessoas conhecerem quadrinhos. Serve como introdução para novos leitores e um sentimento nostálgico para quem já conhece”, afirma.

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