Mais de 6 mil voluntários contribuem com educação inclusiva na rede pública do DF
Auxiliar estudantes com deficiência em atividades diárias, contribuindo com o ambiente educacional e o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Essa é uma das principais funções dos educadores sociais voluntários, programa do Governo do Distrito Federal (GDF) promovido pela Secretaria de Educação (SEE). A rede pública de ensino conta com mais de 6 mil profissionais atuando em 684 estabelecimentos de ensino. O Centro de Educação Infantil (CEI) 4 de Taguatinga é uma das 684 escolas que contam com o apoio dos ESVs. Há 16 educadores lotados na unidade, sendo que 14 auxiliam alunos específicos e dois prestam apoio no dia a dia escolar | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Conforme a Portaria nº 28/2024, o educador social voluntário pode trabalhar junto a estudantes com deficiência ou com quadros como transtorno do espectro autista (TEA), estrangeiros e indígenas não falantes de Língua Portuguesa, assim como no contraturno das escolas de tempo integral. O leque de funções visa, sobretudo, o benefício do aluno. O educador deve auxiliá-lo no horário das refeições, com os hábitos de higiene pessoal, em atividades sociais – com o incentivo ao contato e interação com colegas de sala, durante as atividades pedagógicas, e mais. “Cada educador é responsável por duas crianças com deficiência, como síndrome de Down ou paralisia, ou com autismo” Sabrina Marques, diretora do CEI 4 de Taguatinga O Centro de Educação Infantil (CEI) 4 de Taguatinga é uma das 684 escolas que contam com o apoio dos ESVs. Há 16 educadores lotados na unidade, sendo que 14 auxiliam alunos específicos e dois prestam apoio no dia a dia escolar. “Cada educador é responsável por duas crianças com deficiência, como síndrome de Down ou paralisia, ou com autismo”, explica a diretora do CEI 4 de Taguatinga, Sabrina Marques, que trabalha na unidade desde 2009. Segundo a gestora, a presença dos ESVs em sala de aula contribui com a inclusão dos alunos com deficiência na turma e impacta diretamente no crescimento deles. “Os avanços no desenvolvimento das crianças é nítido já a partir da segunda semana de aula. Às vezes, a criança não tinha convívio social por diversas dificuldades e, aos poucos, vai se ligando ao ambiente escolar com a ajuda dos educadores”, explica Marques. A educadora social voluntária Esheley Bruna Sousa, 19 anos, acompanha o pequeno João Lucas Costa, 5, no dia a dia no CEI 4 de Taguatinga. Estudante de pedagogia, ela iniciou como ESV no ano passado, tendo atuado em outra escola de Taguatinga, em março assumiu os cuidados com o João, diagnosticado com autismo nível 3, em que há atraso ou ausência da comunicação verbal. “Assim que ele chega na escola, nós fazemos uma brincadeira até ele ficar tranquilo e topar entrar na sala de aula. Aí eu cuido dele e do Francisco – que é o melhor amigo do João e tem síndrome de Down. Nós fazemos as atividades, temos o lanche, a hora do banheiro, o recreio… O dia inteiro fico com eles, cuidando e ajudando”, relata Esheley. O apoio tem surtido efeito: João falou as primeiras palavras neste ano – “pai”, “mãe” e “quero”. “Ele também começou a fazer as atividades e a brincar com os meninos, que era uma coisa que ele não fazia antes da minha chegada.” A mãe de João, a autônoma Joyce Rodrigues Costa, 35, agradece o trabalho prestado pelos ESVs. “Aqui ele aprendeu a pintar, já aceita as texturas. Acho que sem os educadores eu não teria nem condição de trazer meu filho para a escola. Com eles aqui, me sinto segura e sei que ele tá aqui se desenvolvendo”, conta ela, que reconhece os avanços da jornada do filho. “Assim que saiu o diagnóstico do João, muitos falavam que ele não ia andar, que não ia falar nada, que não teríamos nenhum avanço. E hoje vemos que conseguimos muitas coisas”, celebra. A autônoma Joyce Rodrigues Costa, mãe de João, reconhece os avanços da jornada do filho e agradece o trabalho prestado pelos ESVs Outras unidades de ensino da região administrativa também dispõem do apoio dos educadores sociais voluntários. O coordenador regional de ensino de Taguatinga, Murilo Marconi, afirma que há mais de 700 pessoas exercendo a função em estabelecimentos educacionais da cidade. “Esta gestão do GDF está preocupada com a inclusão dos alunos e, por isso, vem aumentando cada vez mais o número de educadores sociais voluntários. Tivemos um acréscimo de quase 50% no último ano, sendo que eram 500 educadores e passamos para 700”, explica Marconi. Perfil dos educadores Entre os educadores sociais voluntários do DF, 83,5% são mulheres, 53% têm de 30 a 49 anos e 55% se identificam como pardos. Os dados foram divulgados em junho pela pesquisa “Educação inclusiva no Distrito Federal: o papel dos educadores sociais voluntários”, elaborada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IpeDF). O coordenador regional de ensino de Taguatinga, Murilo Marconi, afirma que há mais de 700 pessoas exercendo a função em estabelecimentos educacionais da cidade A diretora de Estudos e Políticas Sociais do IpeDF, Marcela Machado, destaca que a pesquisa “buscou suprir a lacuna de evidências científicas sobre essa política pública. Eles, ao lado de professores, monitores e responsáveis, desempenham um papel fundamental para a efetivação da educação inclusiva no Distrito Federal.” Foram utilizados métodos quantitativos e qualitativos, incluindo entrevistas com gestores da SEE e diretores de escolas públicas. “A pesquisa traz questões da rotina de como acontecem a interação dos educadores e outros atores que estão no ambiente escolar, como professores, gestores e alunos, ajudando a entender e refletir quais são os desafios que existem e as formas que a política pública pode ser aperfeiçoada”, agrega a coordenadora da pesquisa, Jaqueline Borges. Conforme o estudo, as atividades dos ESVs abrangem diversos aspectos do dia a dia escolar, principalmente o auxílio em sala de aula (89%), atividades recreativas (77%), locomoção (73%), refeições (69%) e higienização (67%). A maioria dos educadores possui formação nas áreas de ciências humanas, linguística, letras e artes (67%) e mais da metade dos respondentes não possuem outra ocupação além de educador social voluntário. As atividades do ESV devem ser realizadas de segunda a sexta-feira, em dias letivos presenciais, com carga horária diária de 4 horas. O educador pode atuar em até duas escolas ou em dois turnos na mesma unidade de ensino, sendo que cada turno voluntariado recebe R$ 40 como ajuda de custo para cobrir as despesas com alimentação e transporte.
Ler mais...
Centro Interescolar de Línguas forma estrangeiros em português
Um mural cheio de histórias ocupa o corredor do Centro Interescolar de Línguas (CIL) do Guará, instituição que está formando 13 estudantes estrangeiros que manifestaram interesse em aprender a língua portuguesa. O curso é apoiado em um tripé que envolve língua, cultura e cidadania, sempre respeitando as crenças e os hábitos de cada estudante. “O Brasil é um país maravilhoso, cheio de oportunidades. Eu sou muito empolgado com o estudo da língua, e o curso me abriu muitas portas”, diz o colombiano Jhon Aguirre | Fotos: Paulo H.Carvalho/Agência Brasília Os cartazes no mural, preenchidos com relatos manuscritos e imagens de diversos países, contam histórias como a do comerciante Jhon Aguirre, 42, que veio de Bogotá, a capital da Colômbia, para mudar de vida. Ele é um aluno de nível 6 no CIL do Guará e já fala o português de forma fluente. Jhon se diz grato por ter tido a oportunidade de ser chamado para o programa voltado para a comunidade imigrante. Além disso, ele afirma ter adotado a pátria brasileira como seu segundo lar. O Centro Interescolar de Línguas (CIL) do Guará está formando 13 estudantes estrangeiros que manifestaram interesse em aprender a língua portuguesa “O Brasil é um país maravilhoso, cheio de oportunidades. Eu sou muito empolgado com o estudo da língua, e o curso me abriu muitas portas. Me ajudou a desenvolver e desenrolar minha língua, porque eu falo castelhano; então, por mais que a gente tenha uma familiaridade com o idioma, não é a mesma coisa, porque eu não sou nativo. Mas a gente tenta dia após dia estudar, memorizar os termos e aprender as pronúncias”, acentua. [Olho texto=”“ Quem migra de seu país e se sente um pouco desolado e desamparado, vê que o Brasil oferece essas oportunidades para reforçar seu crescimento dentro do país”” assinatura=”Maria Mago, venezuelana” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O colombiano soube do curso por meio do Instagram, enquanto pesquisava, e se inscreveu. Ele conta que no futuro quer cursar o ensino superior, tentando alguma bolsa para a faculdade. “Eu acho que é importante que o governo, as ONGs e a comunidade internacional que apoiam esses projetos continuem dando a possibilidade de que mais pessoas estrangeiras possam fazer parte [dos cursos], e que esses auxílios continuem sendo dirigidos para essa comunidade do CIL, porque são pessoas que focam muito a parte humana, não só em questão de idioma, mas em cultura”, acrescenta John. A venezuelana Maria Mago, 35, faz o curso há menos tempo, cursando o nível dois. Jornalista, ela veio para o Brasil há sete meses, junto ao três filhos e o marido, que trabalha na Embaixada da Venezuela. O nigeriano Ayodele Sijibomi diz que o curso ajuda na integração social e na economia durante o aprendizado da língua portuguesa Maria conheceu o curso de português pelas redes sociais da comunidade do Guará. Para ela, aprender o idioma nativo é uma oportunidade que contribui com conhecimento e crescimento pessoal. “A professora é muito amável, carinhosa e paciente. É importante, porque nem todas as pessoas têm disponibilidade econômica para poder pagar esse curso. Quem migra de seu país e se sente um pouco desolado e desamparado, vê que o Brasil oferece essas oportunidades para reforçar seu crescimento dentro do país”, declara. O nigeriano Ayodele Sijibomi, 27, reforça a ajuda do curso não apenas na integração, mas também na economia financeira. “Estar aqui, vivendo no Brasil, aprendendo e fazendo esse curso, é muito bom, além de possibilitar que a gente economize dinheiro enquanto aprende. Vem com muitos benefícios e abre muito a mente. Tem muitas experiências boas, comidas… Adoro fazer novos amigos, e as pessoas são realmente muito receptivas. O ambiente é, no geral, maravilhoso”, observa o aluno. Aprendizagem e bem-estar “A diferença do curso é essa perspectiva interdisciplinar com a psicologia, a pedagogia e a introdução das narrativas como um método de ensino e desenvolvimento de aprendizagem da língua”, diz a professora Fabíola Ribeiro de Souza Professora da Secretaria de Educação do DF (SEE) há cerca de 29 anos, Fabíola Ribeiro de Souza leciona português no CIL do Guará. De acordo com ela, é um curso na perspectiva do acolhimento, além do ensino de línguas, voltado para o atendimento de todos os migrantes internacionais – em especial pessoas que saem dos seus países por questões de deslocamento forçado. “A diferença do curso é essa perspectiva interdisciplinar com a psicologia, a pedagogia e a introdução das narrativas como um método de ensino e desenvolvimento de aprendizagem da língua, porque, com as narrativas, a aula se torna mais pessoal. Normalmente introduzo um tema falando de algum assunto da minha vida, do meu passado, algo que me aconteceu. A partir daquilo, eu tiro a parte gramatical que quero trabalhar com eles, que vão escrever falando deles. É um trabalho inovador, porque busca essa questão do bem-estar global do estudante aliado à aprendizagem”, explica a professora. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Durante o curso também são trabalhados temas como direitos humanos e o Sistema Único de Saúde (SUS), equipamentos aos quais os alunos têm direito e acesso, como qualquer cidadão brasileiro. O curso é no formato híbrido, ou seja, duas vezes por semana online e uma vez por semana presencial. No encontro semanal há o Atendimento Linguístico Especializado (ALE), para os estudantes que são de países da Ásia e falam línguas pouco comuns na América Latina, como urdu ou árabe. Lá os alunos passam por atendimentos individuais feitos pelos professores. Mesmo não sendo fluentes na língua materna de cada estudante estrangeiro, os professores conseguem intermediar bem a comunicação e os aprendizados, utilizando estratégias pedagógicas que ajudam na formação dos alunos. “Essa é a questão de você ser uma professora bem-formada, que é o que a Secretaria de Educação permite. Você tem formas de encaminhar a aula com os temas, imagens, de forma que eles aprendem. Claro que é importante dominar pelo menos o inglês, porque numa situação muito difícil você tem como mediar”, destaca a pedagoga. Fabíola ressalta, ainda, que o projeto tem ajudado centenas de pessoas, além da escola, onde os estudantes brasileiros têm a chance de conversar e interagir com uma pessoa de outro país no nível que eles estão aprendendo. “Eu tenho muita gratidão pelo GDF, e queria exaltar a Diretoria de Direitos Humanos da Secretaria de Educação, que tem dado todo o apoio. Espero que logo se transforme em uma política pública”, afirma.
Ler mais...
Mudança na lei de concursos beneficia candidatos surdos
O Governo do Distrito Federal (GDF) publicou no Diário Oficial desta sexta-feira (2) uma mudança na legislação que vai beneficiar deficientes auditivos. A partir de agora, os surdos têm direito a fazer concursos públicos na capital acompanhados por profissional habilitado em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e por meio de vídeo prova. De forma pioneira, o Distrito Federal dá mais um passo na inclusão de pessoas com deficiência. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A medida altera o que estava previsto na Lei º 4.949/2012, chamada de lei dos concursos. Dessa forma, o governo terá de gravar a prova inteira em Libras. Tanto o cabeçalho das questões, quanto as alternativas. A alteração já havia sido aprovada pela Câmara Legislativa em outubro último e foi sancionada hoje pelo governador Ibaneis Rocha. Para o secretário da Pessoa com Deficiência, Flávio Pereira, a nova norma é uma evolução. “Boa parte dos surdos têm dificuldades de entender a Língua Portuguesa como um todo. Então, essa lei agrega além de acessibilidade comunicacional, mais igualdade para que eles possam concorrer nos concursos”, opina.
Ler mais...
Uma viagem com Saramago pelo Metrô-DF
Foi um grande encontro de homenagem à Língua Portuguesa, idioma com 265 milhões de falantes no mundo. Nesta quinta-feira (5), na Estação Galeria do Metrô-DF, autoridades, artistas, estudantes e representantes diplomáticos se encontraram para exaltar o quinto idioma mais difundido do mundo e seu escritor mais ilustre, José Saramago. A presidente da Fundação José Saramago e viúva do escritor, Pilar del Río, posa com estudantes de escola de Taguatinga | Fotos: Divulgação/Metrô-DF Por volta das 10h30, na Estação Galeria dos Estados, houve a abertura da exposição A Bagagem do Viajante, inspirada em livro de crônicas de mesmo título de Saramago, que marca o centenário do único Nobel de Literatura de língua portuguesa. Na Estação Galeria, fica o painel de abertura da exposição, o maior deles, com 3,97 m de largura e 1,96 m de altura, o maior de todos, que retrata Saramago com diversas personalidades da cultura e da arte brasileira, como Jorge Amado, Chico Buarque e Oscar Niemeyer, entre outros artistas e personalidades. [Olho texto=”A exposição fica em cartaz até 31 de julho e tem painéis nas estações Galeria, Cine Brasília (106 Sul), Shopping, Águas Claras, Praça do Relógio, Ceilândia Centro, Samambaia Sul” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A mostra é uma iniciativa da Embaixada de Portugal no Brasil e do Camões – Centro Cultural Português em Brasília, que teve parceria do Metrô-DF, por meio do Escritório de Assuntos Internacionais do Governo do Distrito Federal (EAI-GDF), da Secretaria de Educação e da Unesco. Os painéis executados pelo coletivo Borderlovers, sob a curadoria do artista Pedro Amaral, retratam os encontros entre Saramago e artistas brasileiros, também amigos e escritores portugueses, além de leitores. A exposição fica em cartaz até 31 de julho e tem painéis nas estações Galeria, Cine Brasília (106 Sul), Shopping, Águas Claras, Praça do Relógio, Ceilândia Centro, Samambaia Sul. As obras originais ficarão expostas na Embaixada de Portugal também até 31 de julho. A chefe do EAI-GDF, Renata Zuquim; o presidente do Metrô-DF, Handerson Cabral; Pilar del Río e o embaixador de Portugal, Luís Faro Ramos Inauguração exaltou a Língua Portuguesa A abertura contou com a participação do presidente do Metrô-DF, Handerson Cabral, que recepcionou as autoridades do GDF; os embaixadores de Portugal, Luís Faro Ramos, e de Angola, Florêncio Almeida; da Unesco, além dos responsáveis pelas celebrações que marcam o centenário de Saramago, como a jornalista Pilar Del Río, presidente da Fundação Saramago e viúva do escritor. Handerson Cabral, recebeu os presentes com um breve discurso de acolhida. “É uma honra muito grande fazer parte deste evento tão especial para a nossa cultura e contribuir para disseminar a literatura de Saramago, tão importante para a língua portuguesa. Sintam-se todos abraçados”, disse. [Olho texto=”Queremos atravessar o tempo da maneira mais humana possível. E para isso necessitamos políticas honestas, direitos humanos preservados, participação cívica ativa”.” assinatura=”Pilar del Río, presidente da Fundação José Saramago” esquerda_direita_centro=”direita”] Também agradeceu aos representantes diplomáticos pela oportunidade de a companhia fazer parte desse momento histórico e ao EAI-GDF pelo contato com as embaixadas, que têm viabilizado diversas exposições e eventos culturais, transformando o Metrô-DF num canal de acesso à cultura para toda a população do Distrito Federal. A chefe do EAI-GDF, Renata Zuquim, destacou o reconhecimento da relevância global da língua portuguesa, seu aspecto mutável e tão variável. Afirmou que Saramago “eternizou no papel suas concepções sobre a essência da vida e da experiência humana”. “Para o GDF, é um privilégio receber essa exposição, que não só celebra a ilustre obra do mestre português, mas homenageia a produção cultural lusófona”, disse Renata. “Uma língua construtora de paz e harmonia” A presidente da Fundação Saramago, Pilar Del Río, agradeceu a todos os presentes, aos leitores, aos escritores de língua portuguesa do passado e do presente. E fez um importante e breve discurso simbólico, mostrando os valores que escoram a Fundação Saramago: “Queremos atravessar o tempo da maneira mais humana possível. E para isso necessitamos políticas honestas, direitos humanos preservados, participação cívica ativa”. Na Estação Galeria, fica o painel de abertura da exposição, o maior deles, que retrata Saramago com diversas personalidades da cultura e da arte brasileira Disse ainda que necessitamos da cultura para saber que existimos, para entender os conceitos que importam, como “pátria, trabalho, respeito, encontro, pluralidade, igualdade, liberdade”, entre outros. Fez uma exaltação ao Português: “Um futuro que nos anima a seguir encontrando-nos é o português, língua que amamos, forte, sonora, construtora de paz e entendimento, harmoniosa em poesia e melodias, fonte de humanidade”. [Olho texto=”“A exposição fala-nos de um escritor em viagem constante. E convida-nos a aceitar um desafio: sermos seus companheiros de viagem”” assinatura=”Carlos Reis, comissário do centenário de Saramago” esquerda_direita_centro=”direita”] Encontro com os estudantes Na abertura da exposição, falaram ainda a diretora do Setor Cultural da Unesco no Brasil, Isabel de Freitas Paula, que valorizou o idioma como um instrumento de mais tolerância entre os povos, e o presidente da Assembleia Legislativa de Portugal, Augusto Santos Silva. Ele destacou o aspecto vivo e a diversidade do idioma, presente em tantos países, que acrescentam intervenções e novos sentidos. Augusto anunciou ainda a doação do painel da Estação Galeria para o Metrô-DF, para que ele fique permanentemente exposto. “Que seja o início de uma travessia para que todos que transitamos no Metrô-DF de Brasília também carreguemos Saramago em nossa bagagem”, disse. Para o comissário do centenário de Saramago, Carlos Reis, a “Língua Portuguesa e a literatura devem estar no espaço público, ao alcance de todos os que falam e que leem”. Painel da Estação 106 Sul destaca brasileiros que levaram obras de Saramago ao cinema Após a cerimônia, todos embarcaram no trem do Metrô-DF, ao som do saxofone do músico Robson Machado, com destino à Estação 106 Sul – Cine Brasília. Lá, em frente ao painel de exposição, professor e alunos do Centro do Ensino Médio da Escola Industrial de Taguatinga (Cemeit) fizeram uma homenagem ao escritor. Painéis em exposição Na Estação Galeria, várias personalidades, como Pilar del Río ou Valter Hugo Mãe, estão a bordo da passarela, que seguirá viagem até o Cine Brasília (106 Sul). Aí estarão artistas que desempenharam papéis de relevo em adaptações cinematográficas de obras de Saramago, como Alice Braga, em Ensaio Sobre a Cegueira, e Chico Díaz, em O Ano da Morte de Ricardo Reis. Em seguida, o viajante passará pela estação Shopping, onde encontrará personagens do romance Memorial do Convento. Já em Águas Claras estarão os escritores portugueses e brasileiros “herdeiros de Saramago”: Afonso Reis Cabral, Andrea del Fuego, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, Ondjaki, entre outros. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A Praça do Relógio é o local de encontro com Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Seguindo viagem, em Ceilândia Centro, Saramago reúne-se com Jorge Amado e com a Bahia. O percurso termina em Samambaia Sul, ocasião do encontro com Sebastião Salgado e Chico Buarque. Com apresentação e seleção de textos por Carlos Reis, A Bagagem do Viajante reúne ilustrações da autoria de Pedro Amaral, Nathalie Afonso, Carlos Farinha e Mathieu Sodore, do coletivo português Borderlovers. “A exposição fala-nos de um escritor em viagem constante. E convida-nos a aceitar um desafio: sermos seus companheiros de viagem”, sintetiza Carlos Reis. *Com informações do Metrô-DF
Ler mais...