Iniciativa Mulheres Caliandras capacita e empodera mulheres rurais do DF
Nesta terça-feira (24), foi publicado no Diário Oficial do DF o termo de fomento 22/2024, que oficializa o início do Projeto Mulheres Caliandras, uma iniciativa que promete transformar a vida de mulheres rurais no Distrito Federal. Em parceria entre a Secretaria da Mulher do DF (SMDF) e a Associação Transforma Vidas, Ações Sociais e Humanitárias, o projeto visa capacitar 440 mulheres das regiões de Samambaia, Brazlândia e Gama. As aulas começam em 25 de janeiro de 2025 e seguirão até 27 de setembro de 2025. Com duração de nove meses, o curso abordará temas fundamentais para a valorização das mulheres no campo, como preconceito e discriminação nas atividades rurais, a capacidade feminina nas relações interpessoais, violência contra as mulheres no campo, o papel da mulher no campo e na cidade, além de tópicos como empregabilidade, empreendedorismo e técnicas sustentáveis de gastronomia. Com duração de nove meses, o curso abordará temas fundamentais para a valorização das mulheres no campo | Foto: Vinicius de Melo / SMDF A secretária da Mulher, Giselle Ferreira, ressaltou que a proposta tem como objetivo promover a igualdade de gênero, o empoderamento feminino e a inclusão social. “O Mulheres Caliandras é mais do que um programa de capacitação, é uma oportunidade de empoderamento e transformação para mulheres que vivem em situações de vulnerabilidade social. Nosso objetivo é oferecer as ferramentas necessárias para que essas mulheres possam se tornar protagonistas da própria história”, destacou. Além de capacitar, o Mulheres Caliandras garantirá alimentação e transporte para as participantes durante todo o curso, possibilitando maior acesso e inclusão. A Associação Transforma Vidas reforça seu compromisso com a luta contra preconceitos, promovendo um futuro mais justo e igualitário por meio de suas ações. A importância da iniciativa é ainda mais evidente diante dos dados da Fundação Getúlio Vargas, que apontam um crescimento da presença feminina no agronegócio brasileiro. Atualmente, as mulheres ocupam 34% dos cargos gerenciais nesse setor, o que representa mais de 1 milhão de mulheres comandando mais de 30 milhões de hectares no país. Para que esse protagonismo continue a crescer, é fundamental investir na qualificação e no enfrentamento das barreiras que ainda existem. As mulheres interessadas podem se inscrever, a partir do dia 28 de dezembro, por meio do site do projeto. Ao dar voz e formação a essas mulheres, o Mulheres Caliandras não apenas as capacita para o mercado de trabalho, mas também as coloca como agentes de transformação em suas comunidades, contribuindo para uma mudança social profunda e duradoura. *Com informações da Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF)
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Liderança feminina é cada vez mais forte no campo
[Numeralha titulo_grande=”1.249 ” texto=”famílias, entre as 1.526 registradas no Cadastro Único, têm uma mulher como chefe de família” esquerda_direita_centro=”direita”] Em 2021, foram feitos no Distrito Federal 4.362 registros de produtores rurais no Cadastro Único por meio da parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Os registros são de novas inscrições ou atualização dos dados em 11 meses, de janeiro a novembro. Desse total, 55%, o equivalente a 2.420 pessoas, são mulheres que moram na área rural. Os dados são da Sedes, gestora do Cadastro Único no DF. Quase 82% dessas famílias que moram no campo e que tiveram acesso ao Cadastro Único são chefiadas por mulheres. Das 1.526 famílias registradas, 1.249 têm uma mulher como líder. “O Cadastro Único garante à população em vulnerabilidade social acesso a programas sociais federais e do Distrito Federal, entre eles o novo Auxílio Brasil, a Tarifa Social de Energia Elétrica e a Carteira do Idoso. Desde o ano passado, um convênio entre a Sedes e a Emater auxilia os produtores rurais cadastrados na entidade a fazer a inscrição e a atualizar dados cadastrais”, explica a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha. Cooperação entre a Sedes e a Emater permite que produtores de baixa renda residentes em áreas rurais do DF evitem o deslocamento para áreas urbanas em busca da inclusão no Cadastro Único | Foto: Divulgação/Emater Uma dessas produtoras rurais que se inscreveram no Cadastro Único por meio da parceria entre a Sedes e a Emater é Maria Meire Veras, de 64 anos. “Esse Cadastro Único veio para ajudar muita gente. É um cuidado do governo com as mulheres do campo. Nós nos sentimos muito sozinhas, sem ter a quem recorrer”, relata ela. “Agora eu me sinto mais segura, porque antes tudo o que ia resolver, solicitar acesso a programa social, pediam a inscrição no Cadastro Único”. Por meio do Cadastro Único, a agricultora, recentemente, obteve a Carteira do Idoso, benefício para pessoas acima de 60 anos de idade e renda individual de até dois salários mínimos que garante ao idoso acesso a vagas gratuitas e desconto de, no mínimo, 50% no valor das passagens interestaduais. “Para mim, foi muito bom. Eu atualizei, recentemente, minha carteirinha do idoso e vou buscar no Cras [Centro de Referência de Assistência Social] porque pretendo passear fora da cidade”, planeja Maria Veras. [Olho texto=”“Agora eu me sinto mais segura, porque antes tudo o que ia resolver, solicitar acesso a programa social, pediam a inscrição no Cadastro Único”” assinatura=”Maria Meire Veras, agricultora” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Cadastro Único No Distrito Federal, de acordo com a Sedes, 199.086 famílias e 522.840 pessoas estão inscritas no Cadastro Único. Os dados são de dezembro de 2021. Entre essas famílias, estão pessoas que moram na zona rural que tiveram a oportunidade de fazer a inscrição ou atualizar o cadastro nas unidades na Emater localizadas em áreas afastadas, por meio dos entrevistadores capacitados pela Sedes para executar o serviço. Segundo a presidente da Emater, Denise Fonseca, o órgão tem 16 escritórios em diferentes zonas rurais do DF, o que facilita o atendimento junto aos produtores. “Essa cooperação está sendo uma grande ajuda aos nossos produtores e moradores do campo de baixa renda. Eles conseguem tirar dúvidas, fazer cadastro, renovar o cadastro e saber quais políticas públicas eles conseguem acessar por meio do Cadastro Único. Nossos técnicos, com a qualificação dada pela Sedes, conseguem identificar as situações e agilizar o atendimento. É uma união de esforços para levar serviços públicos a quem mais precisa”, afirma a gestora. Para a secretária de Desenvolvimento Social, parcerias como essa, entre a Sedes e a Emater, mostram como a união de esforços é fundamental para viabilizar a concessão de benefícios sociais para as pessoas que mais precisam e ampliar a proteção social. “O Cadastro Único traz segurança para o produtor rural. O homem e a mulher do campo estão mais distantes e necessitam desse cuidado especial para conseguir receber os recursos que o governo pode oferecer e continuar produzindo”, destaca Mayara Rocha. “Pelo fato de eles estarem longe da cidade, fica mais complicado o acesso a uma unidade socioassistencial e, às vezes, até ao telefone. Temos muitas mulheres chefes de família também no campo. Então, é importante buscarmos formas de estar mais próximos dessa população para que elas não fiquem desassistidas”. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Parceria A cooperação entre a Sedes e a Emater permite que produtores de baixa renda residentes em áreas rurais do DF evitem o deslocamento para áreas urbanas em busca da inclusão no Cadastro Único. Antes do acordo, Sedes e Emater já atuavam de forma semelhante, com a empresa apoiando os produtores no cadastro. Em janeiro de 2021, cerca de 30 extensionistas da Emater participaram de um curso de formação de entrevistadores promovido pela Sedes para capacitar os profissionais a fazerem a inscrição dos agricultores. *Com informações da Sedes e da Emater
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Lei garante respeito e dignidade para as mulheres do campo
As trabalhadoras rurais representaram, em 2020, 36% dos 12.918 beneficiários atendidos pela Emater. Foram quase 4.800 mulheres | Foto: Renato Alves / Agência Brasília Reafirmar o compromisso do Governo do Distrito Federal (GDF) com a mulher no campo e assegurar que ela possa ter dignidade em seu trabalho e acesso a garantias básicas. Com esse propósito, o governador Ibaneis Rocha sancionou a Lei 6.812/21, que trata da plenitude emocional da mulher da área rural. Segundo o texto, a plenitude, para ser alcançada, envolve o respeito ao trabalho dessas cidadãs, a capacidade produtiva, as potencialidades mentais e físicas, o ofício profissional e familiar como produtora rural, entre outros pontos. Elas dividem uma série de responsabilidades e, muitas vezes, se veem em conflito, como lembra a coordenadora do Projeto de Valorização das Mulheres Rurais da Emater, Selma Tavares. “As mulheres rurais respondem por parte da produção agrícola mas, ao mesmo tempo, têm seus afazeres domésticos e muitas são chefes de família. Precisam ser olhadas com toda a atenção”, diz Selma. Pastas como a Secretaria da Mulher e a Emater-DF têm se empenhado nesse papel em busca da referida plenitude. “A mulher rural é uma prioridade para o governo. Temos programadas ações em parceria com a Secretaria de Saúde, oficinas de capacitação e de geração de renda, além do Fórum da Mulher do Campo e do Cerrado, um espaço para ouvir suas demandas”, destaca a secretária da Mulher, Ericka Filippelli. “A lei vem para chamar a atenção do cuidado que deve ser aprimorado com esse público“, acredita. [Olho texto=”A Secretaria da Mulher criou, na atual gestão, a Diretoria de Mulheres Rurais e oferece atendimento às vítimas de violência em seus equipamentos (Ceams e Casa Abrigo, entre outros). Além disso, tem programas direcionados a elas como o Oportunidade Mulher Rural.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A Secretaria da Mulher criou, na atual gestão, a Diretoria de Mulheres Rurais e oferece atendimento às vítimas de violência em seus equipamentos (Ceams e Casa Abrigo, entre outros). Além disso, tem programas direcionados a elas como o Oportunidade Mulher Rural. A Emater também se faz presente na vida da trabalhadora rural. Elas representaram, em 2020, 36% dos 12.918 beneficiários atendidos pelo órgão. Foram quase 4.800 mulheres contempladas nas ações de assistência técnica e extensão. Oficinas que levam até elas novas tecnologias agrícolas e agroindustriais e capacitações para inclusão nos trabalhos de manutenção de equipamentos agrícolas. Aulas de como operar um trator, por exemplo. Uma atividade essencialmente tocada por homens. Protagonismo no campo Todavia, ainda existe um caminho a percorrer. Selma Tavares revela que no último Encontro de Mulheres da Agricultura Familiar, promovido pela empresa em 2018, a pauta de reivindicações foi extensa: ações voltadas para a saúde, planejamento familiar, auxílio na gravidez, ações preventivas sobre violência contra a mulher, crédito e fomento, entre outras. “O que mais querem é buscar o protagonismo delas no campo. Geralmente, a mulher do campo tem um papel de ajudante. E a nossa luta é para mudar isso”, afirma a coordenadora. A cada dois anos, o encontro é realizado no DF. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Creches rurais O cuidado para com os filhos na hora do trabalho é outro pleito antigo, mas que logo vai sair do papel. As primeiras duas creches na zona rural do DF estão em fase de implantação. Estabelecimentos que vão atender crianças até três anos serão erguidos nos núcleos rurais do Pipiripau, em Planaltina, e do Jardim, no PAD-DF. Os projetos estão sendo finalizados, para, em seguida, vir o processo licitatório. “Não restam dúvidas que precisamos promover a mulher do campo. Para que ela siga produzindo, viva com dignidade e tenha mais acesso às políticas públicas”, afirma a subsecretária de Promoção das Mulheres, Fernanda Falcomer.
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Produtoras rurais se destacam na liderança no campo
As mulheres estão se destacando cada vez na na agricultura, na pecuária e na agroindústria – e até na administração propriamente de negócios rurais. Elas protagonizam tantas histórias de sucesso que ganharam, no ano passado, a Semana Distrital da Mulher Trabalhadora Rural, realizada anualmente no mês de agosto. A ideia é valorizar essas guerreiras do meio rural. No Distrito Federal, o campo é formado por mulheres com nome, sobrenome, endereço e muitas histórias de superação, empreendedorismo, empoderamento e liderança no meio rural. Mariza Matsui (foto), no PAD-DF; Eliege Cola Altoé, no Núcleo Rural Tabatinga; e Luzia Rodrigues de Souza, no Assentamento Contagem, são algumas das mulheres, acompanhadas pela Emater-DF, que representam a agropecuária brasileira na capital. Foto: Emater-DF/Divulgação Nascida e criada no campo, Mariza Matsui, 61 anos, produtora na região do PAD-DF, se diz realizada na profissão herdada dos pais. Trigo, milho, alho, cenoura, tomate, ervilha e sorgo são alguns dos cultivos feitos na propriedade de Mariza, que também é pecuarista. Gado leiteiro, suínos, frango de corte e ovos também fazem parte da rotina de cuidados em sua fazenda. Mãe de três filhos, avó de cinco netos e viúva há três anos, a produtora é a liderança na propriedade: cuida do processo de plantio, colheita, contratação de funcionários em épocas de safra e compras diversas. “Hoje em dia, meus filhos já assumiram uma boa parte, mas as decisões principais ainda estão em minhas mãos”, conta Mariza, orgulhosa da profissão. “Eu e meu marido não tínhamos nada. A gente veio para abrir cerrado em Minas Gerais, vendemos a fazenda de lá e compramos outra aqui. Tenho muito orgulho de ser produtora rural”, diz ela. “Vaqueiro competente, administração rural. Fiz muitos cursos. As coisas não caem de graça no colo da gente. É preciso se preparar, estudar. Antigamente, o povo falava que quem não estudava ia para a roça; agora, você tem é que estudar para ir para a roça”, ressalta. O último Censo Agro, realizado em 2017 pelo IBGE, mostra uma baixa presença de mulheres no campo. São pouco mais de 5 milhões de produtores em todo o país e, desse total, 950 mil são mulheres. Mas quantidade não é valor absoluto neste meio. Luzia Rodrigues, do Assentamento Contagem, veio do Piauí para Brasília em 1975. Casou, trabalhou em olaria. A vida em casa era difícil. Em 1994 veio a tão sonhada terra, na qual plantava para subsistência da família e vendia o excedente. Se separou do marido e com os oito filhos continuou a luta. Decidiu investir no plantio de mandioca, transformando a raiz em farinha e polvilho – e seus produtos logo chegaram ao comércio. Hoje, após tantas batalhas sua vida mudou, comprou novas terras, um caminhão e um carro próprio. Além disso tudo, conseguiu construir uma câmara fria, onde armazena com mais segurança os seus produtos. “Eu tiro o pão da terra que conquistei”, diz orgulhosa. Elieje Cola Altoé, do Núcleo Rural Tabatinga, nasceu no Ceará e veio para Brasília aos 8 anos. Morou por um tempo em área urbana, mas depois que o pai perdeu o emprego e comprou uma chácara, ela passou a morar no campo. Lá, cresceu, casou e teve três filhos. Em sua propriedade, cultivava hortaliças de forma intensa – e sem dia de descanso. Quando surgiu a oportunidade de partir para uma nova produção, não pensou muito. Começou o cultivo de palmito pupunha e aos poucos foi montando a Agroindústria Altoé. Com o apoio e o conhecimento dos técnicos da Emater-DF, aumentou a plantação e incentivou outros produtores a ir para essa cultura, para que fornecessem matéria-prima para ser processada. Hoje, seu maior orgulho é ser a responsável-técnica de sua agroindústria e também de ver que seu produto tem grande aceitação pelos consumidores. O fornecimento é realizado in natura para alguns restaurantes e em conserva. “Com a nova atividade, eu e meu marido temos maior qualidade de vida”, ressalta Elije. Por todos os cantos, as histórias e exemplos de mulheres do meio rural se multiplicam. Em Sobradinho, no Assentamento Contagem, um grupo de mulheres se uniu e formou a Associação Flores do Contagem. Da associação, nasceu a Agroindústria Flores do Contagem, que hoje possui uma panificadora equipada e formalizada. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] A produção, realizada de forma coletiva, é comercializada por meio de contratos tanto na iniciativa privada quanto por compras institucionais para programas como o de Aquisição de Alimentos do Distrito Federal (PAA-DF) e o de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa-DF). O grupo atua na produção de pães, bolos e biscoitos. A Emater-DF tem feito trabalho de qualificação, com cursos voltados para a área e orientações técnicas. O Flores do Contagem foi a primeira agroindústria rural em grupo formalizada no DF. No Assentamento Betinho, em Brazlândia, o protagonismo também é das mulheres. Em 1996, quando as primeiras moradoras eram acampadas na beira da estrada DF-220, as mulheres criaram um grupo, e passaram a cultivar hortaliças e produzir pães, bolos, salgados, doces e geleias. O grupo está aguardando a construção de um espaço para a fabricação dos panificados na área comunitária da associação. Enquanto isso, elas estão comercializando seus produtos individualmente. * Com informações da Emater-DF
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