Crescimento populacional no DF desacelerou entre 2010 e 2022, aponta levantamento
O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) divulgou o estudo Censo 2022: retrato demográfico e perspectivas para Área Metropolitana de Brasília (AMB) e Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF), que apresenta as mudanças na estrutura demográfica das regiões entre 2010 e 2022, com base nos censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo indica a desaceleração no crescimento populacional da capital federal, passando de 2,28% ao ano entre 2000 e 2010 para uma média anual de 0,76% entre 2010 e 2022. Outro fator significativo é o envelhecimento progressivo da população: entre 2010 e 2022, a proporção de pessoas com idades até 14 anos reduziu de 23,7% para 19,9%, enquanto a de pessoas com 65 anos ou mais aumentou de 5% para 8,8%. O estudo aponta o envelhecimento progressivo da população da Área Metropolitana de Brasília | Foto: Divulgação/ IPEDF As dinâmicas socioeconômicas apresentadas no estudo também se destacam: o índice de envelhecimento – que indica a proporção de idosos em relação ao número de pessoas de até 14 anos na população – aumentou de 21 idosos com 65 anos ou mais a cada 100 pessoas menores de 15 anos em 2010 para 46,5 idosos nessa faixa etária em 2022. Ao considerarmos os idosos com 60 anos ou mais, o salto foi de 46,4 para 68,3 idosos no mesmo período. Já a AMB, formada pelo DF e os 12 municípios goianos vizinhos (Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina de Goiás, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás), cresceu 1,19% ao ano. Na Periferia Metropolitana de Brasília (PMB), que abrange somente os 12 municípios mencionados, o crescimento anual foi de 2,22%. A Ride-DF, composta pelo Distrito Federal e 33 municípios (sendo 29 goianos e quatro mineiros), cresceu 1,14% ao ano. Essa taxa variou significativamente entre diferentes municípios da região: enquanto Cidade Ocidental (4,21% a.a.) cresceu exponencialmente, somando 35.852 residentes a mais entre 2010 e 2022, Niquelândia (-1,6% a.a.) registrou déficit demográfico, totalizando 7.397 residentes a menos no mesmo período. Acesse o estudo na íntegra. *Com informações do IPEDF
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Índice que mede a vulnerabilidade social apresenta estabilidade no DF
O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) divulgou, nesta terça-feira, o relatório da Evolução do Índice de Vulnerabilidade Social do Distrito Federal (IVS-DF) 2018-2021. O IVS-DF é um índice sintético que busca expressar de forma mensurável como estão as condições de vida, as carências sociais e o bem-estar da população do DF em uma perspectiva multidimensional. “Esse tipo de trabalho, de construção de índices sintéticos, é muito importante para atender a uma demanda crescente dos gestores públicos por dados e ferramentas que auxiliem no desenho das políticas públicas, na focalização e na alocação de recursos “ Marcela Machado, diretora de Estudos e Políticas Sociais do IPEDF Composto por 19 indicadores, divididos em três dimensões, seu resultado pode variar de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1, maior é a vulnerabilidade social do território analisado e piores são as condições de vida da sua população. Por outro lado, os valores próximos a 0 indicam baixa ou inexistente vulnerabilidade social no território. As dimensões que compõem o IVS-DF representam grandes conjuntos de ativos, ou recursos, cuja posse ou ausência/insuficiência são importantes determinantes das condições de vida da população. São elas: Dimensão 1 – Infraestrutura e Ambiência Urbana; Dimensão 2 – Capital Humano; e Dimensão 3 – Renda e Trabalho. O IVS-DF é construído a partir da ideia de que vulnerabilidade social vai além da falta de recursos financeiros, conforme explica a coordenadora de Estudos e Pesquisas Quantitativos de Políticas Sociais do IPEDF, Juliana Estanislau: “O índice busca trazer para o cálculo da vulnerabilidade diversos fatores da estrutura social, como inserção no mercado de trabalho, acesso a serviços públicos, escolaridade, infraestrutura domiciliar, entre outros.” O índice se configura em uma ferramenta fundamental para a compreensão da realidade social do Distrito Federal. “Esse tipo de trabalho, de construção de índices sintéticos, é muito importante para atender a uma demanda crescente dos gestores públicos por dados e ferramentas que auxiliem no desenho das políticas públicas, na focalização e na alocação de recursos.”, explica a diretora de Estudos e Políticas Sociais do IPEDF, Marcela Machado. As três RAs mais vulneráveis do DF não se alteraram entre 2018 e 2021, seguiram sendo SCIA/Estrutural (0,79 e 0,75), Sol Nascente/Pôr do Sol (0,66 e 0,71) e Fercal (0,61 e 0,60). Em 2018, o IVS-DF variou de 0,08 (Cruzeiro) a 0,79 (SCIA/Estrutural). Essa diferença entre a região administrativa menos vulnerável e a mais vulnerável foi um pouco menor em 2021, de 0,07 (Lago Sul) a 0,75 (SCIA/Estrutural) Resultado geral Em 2018, primeiro ano de análise, a capital federal apresentou Índice de Vulnerabilidade Social (IVS-DF) igual a 0,32, o que situava o território na faixa de média vulnerabilidade. Já em 2021, o resultado foi praticamente o mesmo, com 0,33 e permanência na faixa de média vulnerabilidade social. Apesar da média para o DF não ter mudado substancialmente, os resultados e as colocações relativas das regiões administrativas no ranking do IVS-DF sofreram modificações entre 2018 e 2021, no qual 15 regiões administrativas apresentaram aumento do IVS-DF, o que indica piora em termos de vulnerabilidade social; 14 RAs tiveram redução do IVS-DF, indicando melhora nas condições de vulnerabilidade social; e quatro permaneceram com o mesmo índice de 2018 em 2021. As três RAs mais vulneráveis do DF não se alteraram entre 2018 e 2021, seguiram sendo SCIA/Estrutural (0,79 e 0,75), Sol Nascente/Pôr do Sol (0,66 e 0,71) e Fercal (0,61 e 0,60). Em 2018, o IVS-DF variou de 0,08 (Cruzeiro) a 0,79 (SCIA/Estrutural). Essa diferença entre a região administrativa menos vulnerável e a mais vulnerável foi um pouco menor em 2021, de 0,07 (Lago Sul) a 0,75 (SCIA/Estrutural). Resultados por dimensão A Dimensão 1, que é composta por cinco indicadores que avaliam a infraestrutura e ambiência urbana do domicílio e do seu entorno, entre os anos de 2018 e 2021, apresentou uma redução de aproximadamente 9%, ao passar de 0,22 para 0,20. A justificativa para tal melhora é principalmente pela redução do percentual da população no DF vivendo em domicílios cuja rua não é asfaltada ou pavimentada, não tem iluminação e está sujeita a alagamentos que passou de 30,75%, em 2018, para 23,5%, em 2021. Em 2021, 20 RAs tiveram resultado inferior à média da capital, ou seja, a maior parte delas apresentou vulnerabilidade em infraestrutura e ambiência urbana menor do que a média da unidade da federação. Os valores alcançados pelas RAs nessa dimensão variaram, em 2021, de 0,02 no Lago Sul a 0,69 em SCIA/Estrutural, o que mostra que há regiões com nenhuma ou quase nenhuma vulnerabilidade em infraestrutura e ambiência urbana e outras com alta vulnerabilidade nesses aspectos. A Dimensão 2, que mede o capital humano através de oito indicadores, não variou entre 2018 e 2021, permanecendo no valor de 0,43 em ambos os anos. Essa manutenção no nível de vulnerabilidade em capital humano decorreu de uma combinação de aumento (piora) do valor de alguns indicadores e redução (melhora) de outros. A amplitude dos valores entre as RAs é maior nessa dimensão em comparação com a de infraestrutura e ambiência urbana. Em 2021, os resultados da dimensão capital humano variaram de 0,14, no Lago Sul, a 0,86, em SCIA/Estrutural. A Dimensão 3, que avalia os aspectos de renda e trabalho, composta por seis indicadores, foi a única que não apresentou melhora ou estabilidade. No primeiro ano de análise, seu resultado foi 0,32 e, em 2021, 0,38, o que representa um aumento de aproximadamente 19%. A explicação desse comportamento foi a piora do indicador relativo à razão entre a renda média dos domicílios chefiados por homens e dos chefiados por mulheres, que passou de 1,27 para 1,41. Em 2021, essa dimensão apresentou a maior amplitude de resultados: o menor valor foi 0,06 (Lago Sul) e o maior, 0,86 (Sol Nascente/Pôr do Sol). A maior parte das RAs (19 de 33) obteve resultado inferior ao do DF nessa dimensão, o que significa que elas estavam menos vulneráveis em termos de renda e trabalho do que a média do Distrito Federal. Acesse o Relatório, Sumário Executivo e Nota Metodológica do IVS-DF. *Com informações do IPEDF
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Crianças representam 15% da população do DF
Em alusão ao Dia das Crianças, comemorado neste 12 de outubro, e dando continuidade à série Retratos Sociais DF 2021, o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) trouxe o perfil dos cidadãos de até 11 anos da capital. O estudo apresenta análises relativas a saúde, educação, conectividade, características domiciliares e segurança alimentar. Os dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) apontam que, em 2021, residiam no Distrito Federal 465.193 crianças, o correspondente a 15,5% da população total (3.010.881 habitantes). Desse quantitativo, 60,8% tinham até 6 anos 39,2% estão na faixa entre 7 e 11 anos, 51,6% eram meninos e 48,4%, meninas. O estudo apresenta análises relativas a saúde, educação, conectividade, características domiciliares e segurança alimentar | Foto: Divulgação/IPEDF Na distribuição por raça/cor, a pesquisa levantou que 55% das crianças são negras. Desagregando essa análise por estrato socioeconômico do Critério Brasil observa-se que a proporção de crianças negras é maior na classe DE (69,8%). Na classe A, essa proporção é de 26,4%. Grande parte dessas crianças (72%) viviam em domicílios de arranjo familiar tipo casal com filhos, seguido do arranjo monoparental feminino (19,5%). Escolaridade Na educação, foi observado que 67,5% das crianças no DF frequentavam creche ou escola no momento de realização da Pdad 2021. As regiões administrativas (RAs) com os maiores percentuais de crianças frequentando uma instituição de ensino formal (creche ou escola) foram Lago Sul (76,7%) e Guará (76,1%). Já as com os menores percentuais foram Sol Nascente/Pôr do Sol (56,5%) e Riacho Fundo (56,8%). A rede pública de ensino é a mais utilizada entre as crianças (71,1%). Cerca de 22% delas estudavam fora da RA de seu domicílio. Quanto ao meio de transporte mais utilizado para se deslocar à instituição de ensino, 29% das crianças vão para escola ou creche de automóvel, 11,9% vão de escolar privado, enquanto 7,9% se deslocam de ônibus e 6,4%, de escolar público. Saúde No Distrito Federal, 71,7% das crianças não possuem plano de saúde. Na classe A, esse número é apenas 13,7%, enquanto na classe DE é 97,8%. As unidades básicas de saúde (UBSs) foram o serviço mais procurado quando as crianças tiveram necessidade de atendimento de saúde (42%). O segundo serviço mais procurado foi consultório particular/clínica privada (13,1%) e o terceiro, farmácia (9%). [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Acesso à internet A conectividade é algo presente na vida do público infantil analisado. A pesquisa mostra que 99,25% das crianças acessaram a internet pelo menos duas vezes por semana, nos três meses anteriores à realização da Pdad 2021. A maioria dos acessos foi para fins educacionais (65,2%), seguido de cultura e lazer (19,3%), informações (4,5%) e comunicação (0,6%). Alimentação Sobre segurança alimentar e nutricional, 64,5% das crianças no DF estavam em situação de segurança alimentar; 20,4%, em insegurança alimentar leve; 5,1%, em insegurança alimentar moderada e 6%, em insegurança alimentar grave. Enquanto 72% das crianças não negras estão em situação de segurança alimentar, esse percentual é de 60,2% entre as crianças negras. *Com informações Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF)
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Pesquisa vai apresentar diagnóstico completo da população do DF
Na próxima segunda-feira (9), a Codeplan apresenta os relatórios da maior pesquisa populacional do Distrito Federal. A Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) 2021 será divulgada às 11h, no Palácio do Buriti, com novidades como o questionário de identidade de gênero e orientação sexual para maiores de 18 anos e a existência de animais domésticos nos domicílios. A PDAD apresenta um diagnóstico completo da população do DF; foram visitados mais de 30 mil domicílios para investigar aspectos como migração e condições sociais e econômicas | Foto: Arquivo/Agência Brasília Realizada a cada dois anos, com algumas ressalvas na última edição em função da pandemia de covid-19, a pesquisa traz um diagnóstico completo da sociedade brasiliense, abordando temas para fornecer um retrato socioeconômico das 33 regiões administrativas da capital. [Olho texto=”Nesta edição o estudo tem novidades, como o questionário de identidade de gênero e orientação sexual para maiores de 18 anos, a existência de animais domésticos nos domicílios e questões relacionadas à insegurança alimentar” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Considerada a mais importante dentre as pesquisas sociais do DF para subsidiar políticas públicas com eficiência, a PDAD visitou mais de 30 mil domicílios, sua grande maioria em áreas urbanas, a fim de investigar aspectos demográficos, de migração, condições sociais e econômicas, situações de trabalho e renda, características do domicílio, condições de infraestrutura urbana. A PDAD é efetuada por amostra de domicílios urbanos, selecionados mediante critérios de probabilidade. Sua coleta ocorreu entre os dias 5 de maio e 22 de dezembro de 2021. Além das questões tradicionais, nesta edição o estudo tem novidades, como o questionário de identidade de gênero e orientação sexual para maiores de 18 anos, a existência de animais domésticos nos domicílios e questões relacionadas à insegurança alimentar. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] O relatório que vai ser divulgado na próxima semana conta com uma ampla seção de resultados, dividida em dois conjuntos de informações. O primeiro aborda as características demográficas dos moradores, como migração, saúde, educação, trabalho e rendimento. Já o segundo abordará os atributos domiciliares, com informações sobre a infraestrutura dos domicílios e em suas proximidades, os serviços domiciliares e inventário de bens, os locais predominantes de compras, a existência de animais domésticos e situações de insegurança alimentar. Divulgação da PDAD 2021 Data: segunda-feira, 9 de maio Horário: 11h Local: Salão Branco – Térreo, Palácio do Buriti *Com informações da Codeplan
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População do DF com mais de 65 anos vai dobrar até 2030
Representantes do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apresentaram, nesta terça-feira (3), dados do Relatório de Desenvolvimento Humano 2019 que podem auxiliar os empregados e pesquisadores da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) na elaboração de estudos e levantamentos para políticas regionais. Segundo o levantamento do PNUD, entre 2015 e 2030, o número de habitantes com mais de 65 anos vai dobrar. Até 2050, esta parcela da população vai representar 25% do total de moradores da capital. Um dos elementos locais que chama a atenção é o envelhecimento populacional e a necessidade de políticas públicas para os idosos. A secretária-executiva de Planejamento da Secretaria de Economia do Distrito Federal, Adriane Lorentino, destacou a preocupação do governo com as políticas de longo prazo e um plano de desenvolvimento local. Pela primeira vez, uma gestão elabora estratégias que abrangem o período de 2019 a 2060. “Nunca houve um plano de 41 anos. Nós estamos pensando nossa cidade para o centenário dela e estamos pensando em políticas integradas, não é mais possível pensar em situações sociais sem agregar a outras situações”, ressaltou. Entre as possibilidades expostas pela Coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Humano do PNUD Brasil, Betina Ferraz, e pelo Gerente de projetos da Unidade de Desenvolvimento Humano do PNUD Brasil, Gabriel Vettorazzo, estão as ferramentas utilizadas pelo Programa para a captação minuciosa de dados. “Nós temos a possibilidade de avaliar os aspectos do desenvolvimento humano de maneira global, mas também por municípios, que o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) e até por bairros”, afirma Betina Ferraz. O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) firmaram um acordo público de compartilhamento de análises. * Com informações da Codeplan
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Brasília de múltiplas faces
Liana Vasconcelos Braga, 40 anos, e a filha Beatriz, moradoras da 306 Sul: “Aqui tudo me inspira” Foto: Vinícius de Melo / Agência Brasília Ao completar 59 anos, Brasília se consolida como uma cidade de múltiplas faces, onde os moradores de cada uma das 31 Regiões Administrativas vivem realidades distintas e comuns ao mesmo tempo. A ligeira predominância da população feminina sobre a masculina, a grande quantidade de solteiros e a maioria de nascidos na própria capital compõem o perfil da maioria dos moradores do Distrito Federal segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) 2018, divulgada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal no mês passado. A PDAD dividiu o DF em quatro grupos de Regiões Administrativas (RAs), definidos a partir do rendimento médio de cada localidade. O grupo 1, de alta renda, é composto por Plano Piloto, Jardim Botânico, Lago Norte, Lago Sul, Park Way e Sudoeste/Octogonal. No grupo 2, de média-alta renda, estão Águas Claras, Candangolândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Sobradinho, Sobradinho II, Taguatinga e Vicente Pires. O grupo 3, considerado média-baixa renda, é formado por Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, SIA, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião. No grupo 4, de baixa renda, estão Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, SCIA – Estrutural e Varjão. A pesquisa aponta que a população do DF era de 2.904.030 pessoas em 2018 e é composta majoritariamente por mulheres (52,2%). A predominância do sexo feminino se repete praticante em todas as cidades, independente da renda. É praticamente igual nas cidades de alta e de média-alta renda (52,8% e 52,9%, respectivamente) e nas de média-baixa e baixa renda (51,7% e 51,1%, respectivamente). [Olho texto=”A gente pode fazer tudo a pé. Me sinto muito segura em Brasília, principalmente na Asa Sul. Nunca tive problema com assalto, sequestro, roubo, nada” assinatura=”Liana Vasconcelos Braga, moradora da 306 Sul” esquerda_direita_centro=”direita”] A corretora de imóveis Liana Vasconcelos Braga, 40 anos, nasceu em Brasília e não se vê morando em outra cidade, apesar de adorar ir à praia. O pai dela veio para o DF do interior de Goiás e a mãe do interior do Piauí. Ambos buscavam uma vida melhor, estudaram e acabaram de se aposentar como servidores públicos federais. A exemplo dos pais, ela vê Brasília como uma terra de oportunidades. “Eu amo essa cidade, ela é maravilhosa e daqui eu não saio. Brasília me deu muitas oportunidades. Eu conheci o pai da minha filha, e tive a oportunidade de ser mãe, de trabalhar. Então é tudo lindo, só tenho elogios”, diz. Desde criança ela mora na 306 Sul e vive de perto o modelo de cidade planejado por Lúcio Costa. “Aqui eu tenho tudo, o comércio é maravilhoso, as pessoas, os vizinhos são muito solícitos. O ambiente é familiar, ainda parece ser cidade pequena”, diz. Liana também elogia o fato de ter tudo perto de casa. “Aqui tem muito barzinho nas entrequadras, pertinho da minha casa. Tem muita opção, pizzaria, lanchonete, supermercado, academia. A gente pode fazer tudo a pé. Me sinto muito segura em Brasília, principalmente na Asa Sul. Nunca tive problema com assalto, sequestro, roubo, nada”, conta. Brasilienses Depois de quase seis décadas de inaugurada, os brasilienses são a maioria na população do Distrito Federal, como Liana. Um total de 55,3% da população do DF nasceu nas próprias 31 regiões administrativas. A proporção de brasilienses é ainda maior nas cidades de média (alta e baixa) e baixa renda. No grupo 2, o percentual de nascidos no DF é de 55,7% e de 55,9% no grupo 4. O índice chega a 58,6% nas cidades do grupo 3 e cai para 43,5% entre os que moram nas cidades de alta renda. Sueli Silva, 39 anos, veio de Porto Seguro há 22 anos para passar apenas uma temporada e nunca mais foi embora Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília Mas ainda existe uma grande quantidade de moradores (44,7%) que veio de outro Estado. A maioria deles nasceu em Minas Gerais (16,1%), Goiás (12,2%) e Bahia (11,1%). Como Sueli Silva, 39 anos, que veio de Porto Seguro (BA) há 22 anos com a intenção de passar apenas uma temporada com a irmã. Mas acabou gostando de Brasília e nunca mais quis voltar para a terra natal. Moradora de Planaltina, se casou, tem uma filha de 20 anos e hoje é empresária e cozinheira do seu próprio buffet. “Eu pensei que ia ficar no máximo uns dois meses em Brasília e estou até hoje. Aqui é foi muito melhor para conseguir trabalho, o salário também é muito bom. Além disso, é um lugar bom para morar, o clima é ótimo. Eu não deixo Brasília de jeito nenhum, aqui é a melhor cidade que existe. Nunca fiquei um dia sem trabalho, nem férias eu tive nesses 22 anos. Construí minha casa, tenho meu carro, já tenho outro imóvel, tudo fruto do meu trabalho e das oportunidades que a capital me ofereceu”. Arranjos familiares Outra característica habitual no DF é o número de solteiros. Na média do DF, o percentual é de 48,2% de solteiros contra 37,7% de casados e o percentual passa de 50% nas regiões de baixa (56,5%) e de média-baixa renda (52,3%), onde a população é mais jovem. A idade média de quem vive na capital é 33 anos, mas sobe para 39 no grupo 1 e baixa para 29 anos no grupo 4. No grupo de alta renda, onde a quantidade de pessoas acima dos 40 anos é maior, o número de casados tem uma leve predominância (são 46,5% de casados e 37,9% de solteiros) e a divisão é quase igual no grupo de média-alta renda (44,9% solteiros e 40,3% casados). Alvino Pereira, 69 anos, morador da Estrutural: “Minha escolha de vir para Brasília foi a melhor e hoje o meu lar é aqui” Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília Para entender como as pessoas estão organizadas dentro dos domicílios, foram criados os seguintes arranjos familiares: unipessoal, monoparental feminino, casais sem filhos, casais com um filho, casais com dois filhos e casais com três ou mais filhos. O arranjo “casal com 1 filho” foi o mais observado no DF, em 19,3% dos domicílios, mas a realidade também é distinta de acordo com a faixa de renda. Nas cidades de alta renda, a maioria dos arranjos familiares é casal sem filho (23%), enquanto nas cidades de baixa renda, 22,2% das famílias são compostas pela mãe e pelos filhos (monoparental feminino). Em relação à cor da pele, 47,4% dos moradores se declararam pardos, 41,1% brancos e 10% negros. Há uma predominância de brancos nas cidades de alta renda (65,8%) e nas de média-alta renda (47%) e uma maioria de pardos nas regiões de baixa (55,9%) e média-baixa rendas (54,7%). Alvino Pereira, 69 anos, veio de Coribe (Bahia) para Goiânia nos anos 90. Ao chegar lá, não conseguiu trabalho e resolveu tentar uma oportunidade em Brasília. “Comecei a trabalhar de forma autônoma vendendo guarda-chuvas e aos poucos fui construindo as minhas coisas e constituindo família. Consegui minha casa, me casei duas vezes e hoje tenho sete filhos, 12 netos e até bisneto”, conta Alvino, morador da Estrutural há 20 anos. “Minha escolha de vir para Brasília foi a melhor e hoje o meu lar é aqui. ”
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