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De fibra em fibra, produtoras rurais do DF transformam plantas em arte e renda

“Eu achava que não tinha talento para nada”, relembra Sabina José da Silva, 60 anos, emocionada ao falar sobre a jornada de descoberta no artesanato. Graças à ajuda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), a produtora rural e hoje artesã aprendeu a transformar a fibra da bananeira em uma fonte de inspiração e renda. “Hoje, olho para várias plantas e penso em peças de artesanato. Descobri que a bananeira não é só para dar cacho de banana”, afirma. Residente do Assentamento Márcia Cordeiro Leite, em Planaltina, Sabina afirma que, atualmente, é do trabalho artesanal que sai a maior parte de sua renda. “A venda dos produtos ajuda bastante a conseguir um dinheiro no fim do mês, especialmente nessa época do Natal, quando as vendas aumentam e a produção também. Quando exponho nas feiras sempre vendo alguma coisa; é difícil voltar para casa com os produtos”. Sabina José da Silva: “Hoje, olho para várias plantas e penso em peças de artesanato. Descobri que a bananeira não é só para dar cacho de banana” | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Histórias como a de Sabina se repetem entre produtoras rurais das mais diferentes regiões do DF. Desde janeiro, a Emater já promoveu 67 oficinas de qualificação e capacitação em técnicas de artesanato, muitas delas realizadas no espaço colaborativo Olhares do Campo, localizado na sede da empresa, na Asa Norte. Na última quarta-feira (27), no local, dez agricultoras do Gama aprendiam sobre bordado e costura. Outras oficinas abordam técnicas como o uso de fibras de bananeira, palha de milho e capim-colonial — materiais encontrados em abundância no ambiente natural das agricultoras familiares. Segundo a extensionista Sandra Evangelista, a proposta é reduzir a dependência de matérias-primas industrializadas, valorizando recursos locais e agregando qualidade ao acabamento das peças. “A gente busca introduzir a utilização de recursos aos quais elas têm acesso o ano todo e com muito mais facilidade. A costura e o acabamento, por exemplo, são realizados com a própria fibra da bananeira. A qualificação permite que elas entendam as técnicas e, a partir daí, desenvolvam as artes”, explica. Conhecimento compartilhado Adriana Fernandes: “O artesanato é mais que uma alternativa de renda; é uma forma de autonomia financeira, uma verdadeira terapia ocupacional” Além de formar artesãs, a Emater ajuda a capacitar produtoras rurais para atuarem como verdadeiras disseminadoras do conteúdo ensinado nas oficinas. É o caso de Adriana Fernandes, 55, residente do Assentamento Pequeno William, em Planaltina, que utiliza o conhecimento adquirido para coordenar o projeto Arte em Fibra. “O artesanato é mais que uma alternativa de renda; é uma forma de autonomia financeira, uma verdadeira terapia ocupacional. Graças ao empenho dessas mulheres conseguimos a aprovação de projetos no Fundo de Apoio à Cultura (FAC) em 2018 e 2022, que possibilitaram a continuidade do nosso trabalho”, conta Adriana, que também desenvolve biojoias com elementos do Cerrado. Valdira Sena Santos, 38, também faz questão de compartilhar o que sabe sobre o artesanato rural. Desde 2011, ela ensina técnicas de confecção de arte com palha de milho e fibra de bananeira. “Nunca imaginei que tinha capacidade para fazer tudo isso e ainda mais para ensinar outras pessoas a fazer arte. Hoje, ensino outras assentadas e amo produzir bonequinhas de palha de milho”, afirma.

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Selo de Boas Práticas Agropecuárias aumenta faturamento de produtores

Há 29 anos, a produtora Carmelita Brito Leite Horn, 56 anos, uma das proprietárias da Chácara Modelo, localizada na Colônia Agrícola Cana do Reino, núcleo rural de Taguatinga, trabalha com a produção de hortaliças. Foi a partir de 2017, porém, com o selo de Boas Práticas Agrícolas (BPA) na embalagem de seus produtos, que viu aumentar a procura e, consequentemente, a produção das hortaliças em sua propriedade. Diante da exigência dos grandes mercados, com a ajuda da Emater-DF, a solução para alavancar as vendas foi apostar na adequação às recomendações de BPA, conquistar o selo e se tornar referência em qualidade. O carro-chefe da produção na Chácara Modelo é a dupla alface e cheiro verde, com uma média de 25 mil a 30 mil unidades, mensais, cada. No entanto, em 17 hectares, também são cultivadas outras hortaliças, como brócolis, agrião, couve, quiabo, couve-flor e erva-doce. A estimativa da produtora é de que o faturamento aumentou aproximadamente 30% com o selo. A certificação foi adquirida há quatro anos, em junho de 2016, mas foi em 2017, com orientação da Emater, que ela decidiu acrescentar a marca nas embalagens das hortaliças. De lá para cá, sentiram rapidamente o crescimento. Certificação A certificação é concedida por meio do programa Brasília Qualidade no Campo, executado pela Secretaria de Agricultura com a participação da Emater-DF, Ceasa-DF e da Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária. No programa, propriedades rurais que promovem as boas práticas agropecuárias são certificadas e passam a ter direito ao uso do Selo BPA. Nesse processo, os extensionistas da Emater-DF fazem o trabalho de orientação para a adequação da propriedade. Pelo programa, são certificadas propriedades rurais de produtores de hortaliças, frutas, grãos, suínos e leite. “Logo após o selo, a gente foi aumentando a produção e as exigências. Antigamente, a gente só lavava a hortaliça, colocava nas caixas e levava para os mercados. As caixas naquela época eram de madeira. Depois vieram as caixas de plástico, depois a exigência para higienizar e aí foi mudando tudo na forma de a gente trabalhar”, conta Carmelita. No Distrito Federal, aproximadamente 28 propriedades possuem o selo e pouco mais de mil produtores estão em processo de certificação. Para o consumidor, o selo de BPA representa garantia de alimento saudável, produzido de forma sustentável para o meio ambiente, em propriedade que promove qualidade de vida e saúde para o trabalhador rural. Apesar das constantes mudanças e dos investimentos na propriedade para se adequar, a proprietária afirma que os progressos são constantes. Durante o processo, são avaliados 150 itens e a propriedade que apresentar conformidade mínima exigida de 70%, respeitando o cumprimento de todos os itens obrigatórios, é certificada. Questões como barreira sanitária, controle da entrada dos animais e de pessoas e itens relacionados à higiene e à organização da propriedade, em especial ao sistema produtivo, são avaliadas. “Com o selo, as portas se abrem nas vendas para o mercado. Geralmente, quando a pessoa vai procurar uma hortaliça no mercado, ela procura se tem selo de qualidade. O selo traz muitos benefícios tanto para o consumidor quanto para a gente que é produtor rural. Para a gente, com o selo, as vendas aumentaram muito mais”, garante Carmelita. Custo/benefício “A gente teve orientação da Emater para se adequar e conseguir a certificação e também passamos a colocar o selo nas embalagens com orientação da empresa”, ressalta Alessandra Brito Horn, 38 anos, responsável pela administração da propriedade. De acordo com ela, a relação custo-benefício é vantajosa. “O cliente procura mais o produto com o selo porque sabe que é de maior qualidade”, justifica. Segundo Carmelita, para manter a certificação, o trabalho dentro da propriedade é organizado na horta, no galpão e até na entrega. “A gente faz o que a Vigilância pede. Quando tem a vistoria na chácara, eles sempre exigem que a gente tenha o curso de BPA, as análises de água em dia. Eu estou sempre fazendo os cursos de BPA, aplicador de agrotóxico, higienização. Tudo pela Emater-DF”, destaca. Ao todo, a propriedade tem 15 funcionários, além dos quatro filhos que trabalham no local. Todos os funcionários são registrados. “Isso também é uma exigência para ter o selo”, pondera Carmelita, que afirma: “Já teve mercado que veio procurar a gente pelo selo de Boas Práticas”, conta. Processo de produção dentro do BPA Todos os produtos cultivados na Chácara Modelo, após serem colhidos, passam por um tanque de pré-lavagem e, em seguida, são selecionados e seguem para área limpa, onde são realizadas as etapas de higienização e embalagem. “Em propriedades que praticam as Boas Práticas Agropecuárias, a área de higienização das hortaliças deve ser acessada por trabalhadores utilizando uniforme limpo, composto por jaleco, calça, bota, avental ou touca/boné. Também deve-se proceder a higienização das mãos”, destaca a extensionista da Emater-DF Ana Paula Rosado. Ela ressalta ainda que as caixas onde são colocadas as hortaliças devem ficar sobre outras caixas vazias. Nunca em contato direto com o chão.  “Todo o fluxo é realizado para que as hortaliças sujas não entrem em contato com as hortaliças limpas. Após passar pela área limpa, ela já é despachada por outra porta para a parte do transporte que leva para comercialização”, aponta a extensionista. Benefícios da certificação para o produtor Propriedades certificadas têm prioridade nos serviços prestados pela Secretaria de Agricultura (Seagri), pela Emater e pela Ceasa. Também possuem exclusividade de acesso ao edital do programa de Aquisição dos Alimentos da Agricultura (PAA), ao espaço de comercialização na pedra da Ceasa e, entre outras vantagens, exclusividade de acesso a financiamento pelo Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR). Publicação Caderneta de Campo x BPA Pensando na orientação ao público atendido da área rural do Distrito Federal sobre a Caderneta de Campo e as Boas Práticas Agrícolas (BPAs), a Emater-DF também publicou o guia “Caderneta de Campo – Boas Práticas Agrícola”. Na publicação, o produtor/trabalhador rural poderá controlar as atividades realizadas na propriedade e durante a produção de alimentos, garantindo produtos com melhor qualidade e com rastreabilidade, além de uma produção com menores custos e utilização racional de agrotóxicos. O volume, que pode ser acessado em nosso site e também baixado em arquivo, faz parte de um conjunto de publicações elaboradas pela Emater-DF com o objetivo de promover nivelamento de conhecimentos envolvidos com a produção de alimentos para orientar sobre princípios básicos das BPAs aos agricultores, trabalhadores rurais e suas famílias. A Emater-DF Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF e Entorno. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.

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