GDF autoriza concurso para a educação com mais de 10 mil vagas
O Governo do Distrito Federal (GDF) autorizou um novo concurso público para a Secretaria de Educação do DF (SEEDF), com 2.650 vagas imediatas e 7.954 para formação de cadastro de reserva. A Portaria nº 825, de 10 de outubro, foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta terça-feira (14) e tem como objetivo ampliar o quadro de servidores efetivos e assegurar a continuidade das ações pedagógicas e administrativas da rede pública de ensino. O certame contemplará cargos das carreiras de magistério público e políticas públicas e gestão educacional do DF, com oportunidades para professores da educação básica, pedagogos-orientadores educacionais, gestores e analistas em políticas públicas e gestão educacional, incluindo a especialidade de monitor. "Esse concurso vai nos permitir ampliar o quadro de servidores, garantir mais estabilidade e continuar investindo na valorização dos educadores e na qualidade da aprendizagem" Hélvia Paranaguá, secretária de Educação “O ingresso de novos profissionais é fundamental para fortalecer o trabalho pedagógico e a gestão das nossas escolas. Esse concurso vai nos permitir ampliar o quadro de servidores, garantir mais estabilidade e continuar investindo na valorização dos educadores e na qualidade da aprendizagem. Isso é a prova de que o governo está cumprindo seu acordo com as duas categorias e com a população”, destacou a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá. O prazo de validade do concurso será de dois anos, prorrogável por igual período. A portaria estabelece, ainda, que 10% das vagas previstas deverão ser preenchidas em até 12 meses após a homologação do resultado final, podendo esse percentual ser ampliado de acordo com a necessidade do serviço público e a disponibilidade orçamentária. Serão abertas 2.650 vagas imediatas e mais de sete mil para cadastro de reserva | Foto: Felipe de Noronha/SEEDF A Secretaria de Educação será responsável por conduzir todo o processo, desde a elaboração do edital, que será aberto no primeiro semestre de 2026, até a homologação do certame, com acompanhamento técnico da Secretaria de Economia e da Procuradoria-Geral do DF. “Estamos construindo uma política permanente de renovação e fortalecimento da carreira. Cada novo servidor que chega traz energia, inovação e compromisso com o futuro da educação do Distrito Federal”, completou a secretária. *Com informações da Secretaria de Educação do DF
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Canal da FAPDF traz entrevista com Leandro Karnal sobre inteligência artificial e novas carreiras
Em um bate-papo descontraído, o historiador, professor e escritor Leandro Karnal conversou com o chefe de Comunicação da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), Douglas Silveira. A entrevista falou sobre oportunidades e também sobre os medos gerados pelas novas tecnologias no mercado de trabalho e a necessidade de se inovar cada vez mais no Brasil. Leandro Karnal ressaltou a importância de se reinventar e de ter pensamentos estratégicos neste momento acelerado das novas tecnologias| Foto: Divulgação/FAPDF “O futuro será dominado por homens e mulheres que saibam dominar a inteligência artificial”, afirmou Karnal. Durante a entrevista, Leandro Karnal ressaltou a importância de se reinventar e de ter pensamentos estratégicos neste momento acelerado das novas tecnologias. “À medida que a robótica e a inteligência artificial avançam, as máquinas se tornam mais inteligentes e capazes de assumir tarefas complexas. Isso significa que muitas profissões vão ser extintas ou a automação gera, na verdade, oportunidades e a criação de novas profissões?”. Essa foi uma das perguntas que Silveira fez ao historiador. O encontro ocorreu nos bastidores do 6º Simpósio Internacional de Segurança, promovido pela Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), em maio deste ano, em Brasília, com apoio do FAPDF. Na oportunidade, Leandro Karnal também ministrou o talk show com o tema “O futuro é agora”, no quadro Tech Night Summit, apresentado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal. Assista à entrevista de 15 minutos de duração aqui. *Com informações da FAPDF
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Inscrições para cursos de educadores na Eape começam nesta quarta (1º)
O ano de 2023 começou com uma oportunidade para o professor ou gestor da rede pública de ensino do Distrito Federal aprimorar ainda mais seus conhecimentos com os cursos da Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape). São 9 mil vagas para o primeiro semestre de 2023 em 90 cursos com carga horária de 60, 90, 120 e 180 horas. As inscrições começam nesta quarta-feira (1º) e seguem até o dia 13. O gerente de Formação Continuada das Etapas da Educação Básica, Julio Cesar, destaca o trabalho da Eape na formação dos servidores | Foto: Álvaro Henrique/Secretaria de Educação do DF Os cursos ofertados pela Eape têm por finalidade básica a formação continuada docente, que vem sendo entendida como um processo permanente de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade profissional, realizado após a formação inicial. Com isso, pode-se assegurar um ensino de melhor qualidade aos alunos de toda a rede. “São dezenas de cursos oferecidos para a nossa rede, cada um com sua especificidade diferente. Atendemos a alfabetização, que é uma política pública importantíssima, com oferta de cursos de letramento, leitura e escrita. Outra importante etapa atendida é o Novo Ensino Médio (NEM), que traz para os docentes toda a perspectiva de trilhas e itinerários formativos que compõem essa etapa”, explica Julio Cesar, da Gerência de Formação Continuada das Etapas da Educação Básica (Geteb). Novidades Este ano, a Eape segue com a reformulação de alguns dos cursos ofertados. “Além da renovação do catálogo dos cursos na área da tecnologia, teremos o lançamento da eletiva do Projeto Na Moral e o projeto de transição dos 8 e 9 anos também do Na Moral. Teremos ainda o curso de projetos exitosos de combate à violência contra meninas e mulheres. Essa formação consiste na análise e reflexão de experiências exitosas desenvolvidas na rede com a possibilidade de criação de novas ações”, pontua a subsecretária da Eape, Maria das Graças de Paula. [Olho texto=”“É a maneira dos nossos servidores se manterem atualizados e melhorarem, assim, o atendimento aos nossos alunos e familiares. Essa formação também visa melhoria dos resultados educacionais e a recuperação das aprendizagens”” assinatura=”Maria das Graças de Paula, subsecretária da Eape” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Os cursos fazem parte da matriz de formação da Eape, que levanta as necessidades de formação indicadas pelas demais subsecretarias e Coordenações Regionais de Ensino – CREs. “É a maneira dos nossos servidores se manterem atualizados e melhorarem, assim, o atendimento aos nossos alunos e familiares. Essa formação também visa melhoria dos resultados educacionais e a recuperação das aprendizagens”, completa Graça. Em 2022, foram disponibilizados 218 cursos de formação com carga horária de 60, 80, 90, 120 e 180 horas, pela plataforma Sigeape da Eape. Também no ano passado, 18.843 servidores foram atendidos só no Projeto Eape Vai à Escola, uma iniciativa da Diretoria de Organização do Trabalho Pedagógico e Pesquisa (Diop) que, de acordo com a Portaria nº 55, de 24 de janeiro de 2022, prevê que os professores e servidores da rede pública de ensino do Distrito Federal façam formação continuada durante o período de coordenação ou em horário de trabalho. Eape vai à Escola As ações de formação continuada do Projeto Eape vai à Escola são realizadas por meio de duas estratégias: [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] ? Oficinas de 30h ministradas por formadores da Eape, na modalidade EaD ou presencial, com três encontros (9 horas online e/ou presencial) e 21 horas indiretas, sempre às terças e quintas-feiras. As temáticas trabalhadas atendem às solicitações dos responsáveis pelas unidades escolares e os participantes das oficinas recebem certificação. ? Salas de coordenação, que consistem em ações formativas com três horas de duração e envolvem temáticas variadas para debater e promover reflexão sobre a organização do trabalho pedagógico. Os encontros ocorrem às quartas-feiras, de forma presencial ou síncrona (por meio do Canal Eape no YouTube e/ou via plataformas Google Meet, Microsoft Teams ou Zoom). Fique atento aos prazos Inscrições nos cursos de formação continuada da Eape – Período: 1º a 13 de março – Sorteio: 14/3/2023 – Vagas remanescentes: 14 a 19 de março Clique aqui para fazer sua inscrição (a partir de 1º de março): https://sigeape.se.df.gov.br/app_Login *Com informações da Secretaria de Educação do DF
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GDF vai realizar concurso para profissionais de educação
A empresa Quadrix foi a banca escolhida para realizar o próximo concurso público da Secretaria de Educação do Distrito Federal. O aviso de dispensa de licitação foi publicado no Diário Oficial do DF desta quinta-feira (7). Ao todo, serão 4.254 vagas para professor de educação básica, pedagogo-orientador educacional da carreira Magistério Público e analista de gestão educacional (nível superior) da carreira Assistência à Educação. A previsão é publicar o edital em abril e realizar o concurso até julho. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Os salários iniciais serão de até R$ 5 mil. Para se candidatar a professor de educação básica é preciso ter licenciatura em uma das áreas contempladas no edital. Já para o cargo de pedagogo-orientador educacional é necessário ter nível superior em Pedagogia, com habilitação específica ou pós-graduação em Orientação Educacional. A carreira de analista exige curso superior em diversas áreas de conhecimento que estarão no edital. Em novembro de 2021, o governador Ibaneis Rocha assinou o decreto de nomeação de 337 professores efetivos para a Secretaria de Educação e zerou o cadastro reserva. Desde 2019, no total, já foram convocados e assumiram seus cargos 3.337 profissionais da educação. A previsão é de que o concurso seja realizado até julho. *Com informações da Secretaria de Educação do DF
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Vagas para professores em projetos de museus
Saiu o edital do Projeto Territórios Culturais nesta terça-feira (27), no Diário Oficial do DF. Podem participar do processo seletivo professores da Educação Básica da rede pública do DF, que estejam interessados em exercer atividades pedagógicas nos espaços culturais selecionados. O trabalho vai focar na educação voltada ao patrimônio cultural | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília São ofertadas seis vagas, sendo uma destinada a candidato com deficiência, além de 30 para cadastro reserva. As inscrições vão de 28 de abril até 12 de maio, por meio de um processo individual, via Sistema Eletrônico de Informações (SEI). [Olho texto=”Em função do isolamento social para enfrentamento da pandemia, as atividades estão sendo realizadas em plataformas virtuais disponibilizadas pela Secretaria de Educação” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] O Projeto Territórios Culturais é uma parceria entre as secretarias de Educação e de Cultura e Economia Criativa. O objetivo é ampliar as possibilidades de ensino, especialmente aquelas voltadas aos saberes relativos ao patrimônio cultural. A inciativa desenvolve com os estudantes as noções de pertencimento, identidade e memória. Em função do isolamento social para enfrentamento da pandemia, as atividades estão sendo realizadas em plataformas virtuais disponibilizadas pela Secretaria de Educação. Os selecionados vão atuar nos seguintes territórios culturais: Museu Nacional da República, Cine Brasília, Centro Cultural Três Poderes, Memorial dos Povos Indígenas, Museu do Catetinho e Museu Vivo da Memória Candanga. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] A carga horária é de 40 horas semanais, no regime de 20 horas mais 20 horas, conforme Plano de Trabalho da parceria nos espaços culturais do projeto. Os inscritos serão submetidos a duas etapas de avaliação: a inscrição, com entrega dos documentos comprobatórios de experiência e titulação e entrega do Plano de Trabalho Semestral; entrevista e apresentação do Plano de Trabalho Semestral. O resultado final do processo seletivo será divulgado no site da SEEDF, no dia 30 de junho. Mais informações: geapla.deint@edu.se.df.gov.br *Com informações da Secretaria de Educação
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Mercado de trabalho está em busca de professores
A Secretaria do Trabalho recomenda o uso do serviço remoto a todos os cidadãos para pesquisar postos de trabalho | Foto: Arquivo/Agência Brasília Dois professores e um instrutor estão sendo procurados pelo mercado de trabalho, por meio das agências do trabalhador, nesta quarta-feira (7). Uma para administração, outra para técnicas de enfermagem e a terceira, na área de informática. O salário oferecido é o mesmo para os três: R$ 1,5 mil mensais, mais benefícios. Os contratantes exigem nível superior e experiência na área. Elas fazem parte de um rol com 141 vagas abertas para esta quarta-feira. Três oportunidades são exclusivas para pessoas com deficiência, que poderão trabalhar como operadores de vendas em lojas e como técnico de suporte de TI. Para esse último citado, é preciso ter nível superior em sistemas de Tecnologia da Informação. Os salários oferecidos são, respectivamente, R$ 1.280 e R$ 1.270,07, mais benefícios. A área de vendas voltou a oferecer o maior número de vagas, a exemplo do que aconteceu no final do ano passado. São 64 oportunidades para vendedores internos (9), pracistas (20) e para consultores de vendas (35). Para consultor, basta ensino fundamental. Os outros exigem nível médio e experiência profissional. Os salários ficam entre R$ 1,1 mil e R$ 1.280, mais benefícios. Duas áreas de nível básico também oferecem mais vagas: açougueiro (11) e padeiro (10). A remuneração é a mesma, no valor de R$ 1.375,92, mais benefícios. Prestadores de serviços São oferecidas ainda duas oportunidades para microempreendedor individual (MEI) registrados como cabeleireiros. São contratos de prestação de serviço e não envolve contratação com carteira assinada. É para quem deseja prestar serviços a empresas como MEI. Há no DF o total de 17.403 cabeleireiros optantes desse regime tributário previsto na legislação do Simples Nacional. O Distrito Federal conta 203.041 MEIs, ou seja, cerca de 8% do total são cabeleireiros . Serviço remoto Para se candidatar a qualquer uma das vagas, basta ir a uma das 15 agências do trabalhador em funcionamento no DF, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Pessoas com deficiência contam com uma unidade com total acessibilidade na Estação do Metrô da 112 Sul. No entanto, a Secretaria do Trabalho orienta quanto ao uso do serviço remoto para todos os cidadãos e, em especial às pessoas do grupo de risco, não havendo a necessidade de um atendimento presencial. As vagas de emprego poderão ser acessadas pelo aplicativo do Sine Fácil. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A Secretaria do Trabalho também disponibiliza o número de telefone para atendimento em caso de dúvidas referentes a qualquer um dos serviços prestados pela pasta, responsável pelas agências do trabalhador: (61) 99209- 1135. Empreendedores que desejam buscar profissionais também podem utilizar os serviços das agências do trabalhador. Além do cadastro de vagas, é possível usar os espaços físicos para seleção dos candidatos encaminhados. Para isso, basta acessar o site da Secretaria do Trabalho e preencher o formulário na aba empregador. Confira aqui as vagas disponíveis
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Professor do Sistema Socioeducativo do DF concorre a honraria internacional
O professor de História Francisco Celso Leitão Freitas é um dos finalistas do prêmio Top 50, do Global Teacher Prize 2020, considerado “o nobel da educação”. O Global Teaher Prize é uma premiação que, instituída pela Varkey Foundation, nas edições dos últimos três anos, teve três finalistas brasileiros: o capixaba Wemerson da Silva, em 2017; o paulista Diego Mahfouz Faria Lima (2018) e, em 2019, outra paulista, Debora Garofalo. Em comum, todos foram selecionados pela magnitude de seu trabalho. Francisco é o criador do Projeto Rap (Ressocialização, Autonomia e Protagonismo), uma alusão ao gênero musical rap. Francisco utiliza o rap como ferramenta pedagógica na Unidade de Internação (UI) de Santa Maria do Sistema Socioeducativo do DF, vinculada à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus). Com esse trabalho, desenvolvido em parceria om a Secretaria de Educação (SEE), o projeto ganhou corpo. Francisco já tem dois livros publicados, várias músicas gravadas e alguns videoclipes – entre esses, 18 Razões. Pela não redução da maioridade penal, exibido no 52º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, no ano passado. O projeto tem aberto portas para egressos do socioeducativo se ressocializarem. Contempla crianças e jovens entre 12 e 21 anos que estão cumprindo medida de privação de liberdade. Confira a entrevista do professor Francisco Celso à Assessoria de Comunicação da Sejus. Francisco Celso Leitão Freitas, criador do Projeto Rap, leciona no sistema socioeducativo e concorre ao prêmio internacional | Foto: Bárbara Figueira / Sejus Fale um pouco sobre o sr., sua formação e história de vida. Sou do Distrito federal, nascido e criado no Guará. Também morei no Recanto das Emas. Sou professor de História e produtor cultural. Para mim, educação sem cultura é o mesmo que esqueleto sem musculatura. Acredito que a arte alcança mais o coração das pessoas do que o discurso eloquente. Como se deu seu ingresso como professor no Sistema Socioeducativo do DF? Quando iniciei no socioeducativo, em 2015, percebi que os meninos e meninas não se identificavam com as histórias dos livros didáticos. Percebi que muitos utilizam linguagem do rap. Faz parte do dia a dia deles. Essa é a realidade de uma juventude preta, pobre e periférica. No primeiro semestre, fechei este diagnóstico. Daí resolvi usar o rap como ferramenta pedagógica, e recebo todo apoio para o projeto na Sejus. A aceitação foi ampla? Sim. E o que mais me surpreendeu foi o talento deles, a capacidade de compor e rimar. Superavam bloqueios que eles mesmo se colocavam no local. Pude ver melhoras nas escritas, na argumentação, na expressão corporal. Muitos jovens estavam há muito tempo sem frequentar escola, outros tinham dificuldades de leitura. Minhas abordagens passaram a ser de coisas conectadas à realidade deles, literatura marginal, textos curtos. Quais as maiores dificuldades? O sistema socioeducativo é muito ímpar, muito rotativo. O aluno que estava na aula anterior, na seguinte já foi liberado. É muito complicado ser conteudista. Não tem como dar continuidade. A estratégia foi utilizar os eixos transversais do currículo em movimento da educação básica do GDF, que são diversidade, direitos humanos e sustentabilidade. Na prática, como se dá esse processo? Eu pego o rap e faço as vinculações históricas, uso como instrumento de aproximação com eles. E eles começaram a expressar o que aprenderam de forma muito livre – em desenhos, poesias, redação e muitos fizeram letra de rap. Eu costurei parcerias e fizemos musicalização dessas letras. Já lançamos dois livros com essas produções. A gente tem várias produções a serem compiladas em CDs. Depois, partimos para acompanhamento de egressos. A partir de videoclipes, eles foram convidados para se apresentar na Procuradoria-Geral da República e na abertura do 2º Simpósio Nacional em Socioeducação, com apoio da Sejus. Também foram convidados a participar de campanha nacional do Conselho Federal de Química. Então o projeto extrapola a escola? Sim. O projeto vem oportunizando acompanhar os socioeducandos já como egressos, dando continuidade à ressocialização deles. Porque a principal dificuldade do sistema é o acompanhamento de egressos. Quando eles saem, voltam para o mesmo ciclo de negação de direitos, difícil de romper. Aí, voltam à criminalidade. Dar a eles uma outra perspectiva é o mais gratificante. Esse método pode ser adotado em outras unidades do sistema socioeducativo? O reconhecimento do projeto promoveu vários convites para expandir dentro do socioeducativo e em escolas regulares, como palestrante. Participei como palestrante de outro projeto da Secretaria de Justiça e Cidadania, o RAPensando nas Escolas, em quase 100 escolas de Ceilândia, Taguatinga e Recanto das Emas. Fazemos então um trabalho preventivo para que os jovens não entrem na criminalidade. Me enxergo nesses meninos, sou filho da escola pública. Alguns meninos dizem: “vou partir para ‘rebento’ porque não dá nada, porque sou ‘de menor’”. Essa é uma fala que desconstruímos. Explicamos que essa história de não dar em nada não existe e que o socioeducativo é lugar de muito sofrimento. Trabalhamos no tripé: prevenção nas escolas regulares; no socioeducativo damos início ao processo de ressocialização e depois fazemos o acompanhamento dos egressos para que não reincidam no crime. E sobre o prêmio a que o sr. está concorrendo? O Top 50 do Global Teacher Prize é uma premiação internacional promovida pela Varkey Foundation. A entidade premia, anualmente, com US$ 1 milhão, um professor que tenha prestado uma excelente contribuição para sua profissão. A gente ganhou o prêmio local do Itaú Unicef 2017; em 2018, a gente ganhou o mesmo prêmio, Itaú Unicef, etapa local e nacional. Neste ano de 2020, a gente foi campeã do Selo de Práticas Inovadoras na Educação. Os três indicados do Brasil ao importante prêmio internacional [além dele] são a professora de educação especial e língua portuguesa Doani Emanuela Bertan, de Campinas (SP) e a professora Lília Melo, de Belém (PA). Os três brasileiros fazem parte de um grupo seleto de 50 educadores do mundo. Esses dez selecionados irão para Dubai, nos Emirados Árabes, para a cerimônia de premiação, e lá será anunciado o campeão da premiação. O vencedor só será revelado em outubro, mas já somos embaixadores. Como você está se sentindo? Sua vida mudou? É muito gratificante o reconhecimento por uma questão coletiva; dar visibilidade ao sistema socioeducativo, que é bem desconhecido. Poucas pessoas sabem que lá dentro tem escolas e que os internos produzem muitas coisas boas. O que vemos na mídia é só o negativo. No imaginário social, os jovens que lá estão são tidos como garotos e garotas problemas, mas não o são. São garotas e garotos com muitos problemas, mas que não tiveram direitos. São de extrema vulnerabilidade social. Não são monstros, são seres humanos que têm defeitos, como todos nós. Temos que dominar todas as técnicas e tecnologias, mas, com outros seres humanos, temos que ser humanos. * Com informações da Sejus
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Projeto Enem Inclusivo e Especial realiza primeiro aulão
Aula inaugural reuniu dezenas de alunos e contou com o professor Kleber Carvalho. Foto: Luís Tavares/Secretaria de Educação A manhã deste sábado (14) começou animada para um grupo de estudantes da educação inclusiva da rede pública de ensino do Distrito Federal. Cerca de 40 alunos, além dos pais, participaram da aula inaugural do Projeto Enem Inclusivo e Especial. A iniciativa inédita é desenvolvida pela Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin) da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) e tem como objetivo preparar este público para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio, em novembro. O professor Kleber Carvalho, do Centro Educacional (CED) 06 de Ceilândia, foi o escolhido para dar a primeira aula. A trilha sonora do filme Star Wars embalou a entrada de Kleber Caverna, como é mais conhecido entre os alunos. Esta primeira edição do projeto tem, ao todo, oito encontros na Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), nos sábados que antecedem a avaliação, das 7h às 12h30. O aluno e atleta paralímpico Gabriel Barradas, do CED São Francisco de São Sebastião, era um dos mais entusiasmados. Medalhista em natação, ele não vacilou ao afirmar: “Vou fazer educação física, com certeza”. Já a estudante Alessandra Pereira dos Santos, do Centro de Ensino Médio (CEM) 01 do Paranoá, teve, entre suas opções, jornalismo, artes cênicas ou informática. “Este projeto é muito importante porque nos incentiva a seguir estudando e fazer uma faculdade”, comemorou Alessandra. O estudante Josivaldo dos Santos, do CED Darcy Ribeiro, no Paranoá, assistia atento às aulas. “Como tem tempo que gosto de informática, sonho com uma vaga no curso de ciência da computação”, revelou. A subsecretária de Educação Inclusiva e Integral, Vera Barros, ressaltou que a perspectiva é ampliar o atendimento e promover o curso a partir do 1º ano do ensino médio. “Inicialmente, o projeto é destinado aos estudantes do 3º ano, mas reconhecemos a relevância de um atendimento especializado que motive nossos estudantes a dar continuidade aos estudos. Eles precisam descobrir o potencial que têm para a aprovação. Nosso objetivo é minimizar as desigualdades entre os estudantes”, explicou a subsecretária. Os estudantes contaram com atendimento especializado, como material específico dependendo da deficiência, inclusive com monitores voluntários que auxiliaram os alunos. De acordo com Maria de Jesus, mãe do estudante Augusto Barros, a iniciativa é imprescindível para acolher e empoderar os alunos. “Para o estudante que é especial esses encontros colaboram para que cheguem à faculdade”, destacou. *Com informações da Secretaria de Educação
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