Mulheres devem se orientar sobre reposição hormonal
Calor excessivo, insônia, irritação, falta de libido: toda mulher sabe quais são os sintomas mais comuns da menopausa, também conhecida como climatério. Com o objetivo de amenizar parte dessas reações e trazer melhor qualidade de vida às pacientes, o tratamento de reposição hormonal tem sido uma boa indicação. A medida, no entanto, não é recomendada para todas as mulheres. Especialistas recomendam exames para avaliar se o tratamento de reposição hormonal é o mais indicado | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde Todos os óvulos que uma mulher produzirá ao longo da vida têm origem nos folículos dos ovários, já presentes no momento em que ela nasce. A reserva é utilizada desde a primeira menstruação e segue até a última, não sendo reposta. Quando morrem os últimos folículos, os ovários entram em falência, e as concentrações dos hormônios estrogênio e progesterona caem irreversivelmente. “Quando a mulher começa a ter uma irregularidade menstrual, alguma queixa de ondas de calor ou alterações de humor, geralmente, é nessa fase que começamos a pensar em uma reposição hormonal”, explica a ginecologista Viviane Leite Oliveira, da Policlínica 3 de Taguatinga. “Devemos agir com cuidado redobrado em pacientes com história de câncer de endométrio, hipertensão arterial maligna, hipertrigliceridemia e doença hepática crônica” Patrícia Marques Cardoso, ginecologista Mesmo com a ausência de sintomas visíveis, pode ocorrer um aumento do risco de diabetes, doenças cardiovasculares e cânceres específicos. A reposição hormonal vem como alternativa médica para amenizar esse quadro. “Além de melhorar a qualidade de vida em relação a esses sintomas, há estudos que mostram uma proteção cardiovascular e óssea”, aponta a médica. Contraindicações Existem, no entanto, algumas contraindicações para a reposição hormonal, que podem ser absolutas ou relativas. Mulheres com histórico de lúpus, doenças agudas hepáticas, sangramentos vaginais não esclarecidos, doenças cardiovasculares agudas e câncer de mama não devem se submeter à reposição hormonal. Os casos de endometriose e miomatose uterina (tumores benignos) são incluídos nas contraindicações relativas. “Devemos agir com cuidado redobrado em pacientes com história de câncer de endométrio, hipertensão arterial maligna, hipertrigliceridemia e doença hepática crônica”, orienta a ginecologista Patrícia Marques Cardoso. Para as mulheres que não desejam ou têm contraindicação para a reposição hormonal, a especialista recomenda alternativas, como fitoterápicos, hidratantes vaginais para melhora dos sintomas urogenitais e, a depender do caso clínico, antidepressivos. “Podemos fazer uso de fitoterápicos como extrato seco de amora e cimicifuga racemosa [planta medicinal nativa da América do Norte, utilizada principalmente no tratamento da menopausa], além de orientar a prática de atividade física regular e dieta balanceada, que melhorarão a qualidade do sono, diminuirão os fogachos [ondas de calor] e atuarão na melhora da disposição física”, detalha. Para fazer a reposição hormonal, as mulheres passam por avaliação criteriosa e exames ginecológicos de rotina, como os laboratoriais e de colpocitologia (para detectar alterações nas células do colo do útero), mamografia e ecografia transvaginal. Em seguida, são avaliadas as opções de tratamento hormonal ou não hormonal. Durante o primeiro ano, a paciente permanece em acompanhamento a cada seis meses; após esse período, uma vez por ano. Bem-estar Ao sentir os primeiros sintomas da menopausa, a jornalista aposentada Garben Hellen Ferreira, 61, já começou a pesquisar alternativas para lidar com os efeitos que atrapalhavam seu bem-estar. “Quando entrei no meu climatério, os fogachos me incomodavam muito”, conta. “Às vezes, enquanto eu dormia tranquilamente, vinha o fogacho e eu não conseguia mais dormir. Também me incomodava a questão da queda da libido, da secura vaginal, da pele ressecada”. Desde 2017, Garben faz reposição dos hormônios estradiol, progesterona e testosterona. Os efeitos do climatério começaram a se reverter, mas os cuidados continuam. “Associei o tratamento com exercícios e comecei a avaliar a minha questão alimentar, porque, mesmo você repondo, tem toda uma preocupação sobre engordar”, relata. Sem histórico de câncer na família, praticando exercícios e após pesquisar bastante, ela ressalta os benefícios da reposição. “Fiz toda a relação custo-benefício e optei por fazer [o tratamento]. Hoje, não tenho problema nenhum em aconselhar outras mulheres a procurarem a reposição hormonal, porque pouco se ensina sobre como passar por esse estágio”. Na rede pública No momento, o sistema público de saúde do Distrito Federal não conta com os medicamentos orais para reposição hormonal. No entanto, a mulher no climatério pode fazer exames e acompanhamento ginecológico na rede de atendimento da SES-DF, com orientações e sugestões de alternativas, por meio das policlínicas presentes em todas as regiões. Para isso, é preciso agendar uma consulta na unidade básica de saúde (UBS) de referência. Confira a lista completa das UBSs por meio deste link. *Com informações da Secretaria de Saúde
Ler mais...
Hran aprimora atendimento no serviço de andrologia
[Olho texto=”“Tratar a saúde do homem não é só passar medicação para disfunção erétil ou injeção para reposição hormonal”” assinatura=”Wellington Epaminondas, responsável técnico assistencial do serviço de andrologia do Hran” esquerda_direita_centro=”direita”] Disponível desde janeiro deste ano, o atendimento de andrologia do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) passa a oferecer a técnica da reposição hormonal masculina, procedimento que pode ser indicado em caso de andropausa, quando os homens costumam passar pela queda na produção de hormônios. Nesta semana, o Ambulatório de Urologia/Andrologia da unidade já aplicou a injeção de reposição de testosterona em um paciente, o primeiro a se beneficiar do recurso. O serviço de andrologia do Hran tem o diferencial de ser voltado ao atendimento multidisciplinar | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde De acordo com coordenador do serviço e responsável Técnico Assistencial (RTA) do ambulatório, Wellington Epaminondas, esse modelo é pioneiro na rede pública do Distrito Federal e vem agregar qualidade de vida aos pacientes que buscam tratamento. O diretor do Hran, Paulo Roberto da Silva Júnior, reforça: “Ficamos muito felizes em ofertar mais esse atendimento, que vai ajudar a tratar a saúde do homem de forma multidisciplinar, com um olhar para o todo”. A andrologia é uma subespecialidade da urologia e atua especificamente em questões ligadas às funções reprodutivas e sexuais masculinas, além da parte hormonal. O atendimento multidisciplinar é o grande diferencial desse serviço estruturado no Hran. Atualmente, a equipe é composta por dois andrologistas, um endocrinologista e uma nutricionista. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Wellington Epaminondas destaca que essa composição permite um tratamento mais completo, cuidando dos vários aspectos da saúde masculina. “Tratar a saúde do homem não é só passar medicação para disfunção erétil ou injeção para reposição hormonal”, explica. “Temos que olhar o contexto global e identificar outras doenças que afetam a população masculina”. Equipe e atendimento Futuramente, o médico espera ampliar a composição da equipe com cardiologistas, fisioterapeutas (fisioterapia urológica) e psicólogos. Os atendimentos são feitos no Ambulatório de Urologia/Andrologia do Hran, que tem estrutura montada por profissionais do próprio quadro da Secretaria de Saúde (SES). Para ter acesso ao serviço, o paciente precisa inicialmente ter sido atendido por um urologista ou endocrinologista da rede pública que, se identificar sinais ou sintomas compatíveis ou suspeita de andropausa ou disfunções sexuais, poderá fazer o encaminhamento para o serviço especializado. *Com informações da SES
Ler mais...