Devido a estoques críticos, Hemocentro tem senha preferencial para doadores de sangue O negativo
A Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) anunciou uma medida emergencial para atender à alta demanda de sangue durante o fim de ano. Desta quinta-feira (12) ao dia 21, doadores com tipo sanguíneo O negativo terão atendimento prioritário. A medida busca reforçar os estoques, especialmente do tipo O negativo, considerado universal para transfusões de emergência. Hemocentro abastece toda a rede pública de saúde do DF, bem como instituições conveniadas | Foto: Divulgação/Fundação Hemocentro de Brasília “Dezembro é marcado por uma queda expressiva no fluxo de doações e, ao mesmo tempo, um aumento de transfusões de urgência, especialmente em decorrência de acidentes” Kelly Barbi, gerente de Captação de Doadores “A senha preferencial é uma estratégia que utilizamos quando os estoques de determinada tipagem atingem níveis críticos, como é o caso agora do O negativo”, afirma a gerente de Captação de Doadores do Hemocentro, Kelly Barbi. “Precisamos restabelecê-lo aos níveis considerados seguros neste fim de ano e, assim, manter o atendimento integral à toda rede pública de saúde, uma vez que dezembro é marcado por uma queda expressiva no fluxo de doações e, ao mesmo tempo, um aumento de transfusões de urgência, especialmente em decorrência de acidentes”, conclui a gestora. O Hemocentro de Brasília é responsável por abastecer toda a rede de saúde pública do Distrito Federal, além de instituições conveniadas, como o Hospital da Criança, o Instituto de Cardiologia do DF e o Hospital das Forças Armadas. A senha preferencial para doadores O negativo será concedida mediante comprovação do grupo sanguíneo, pelo cadastro no Hemocentro ou por meio de um exame de tipagem sanguínea. A medida busca otimizar o atendimento e priorizar as necessidades emergenciais, garantindo que o Hemocentro possa atender à alta demanda desses pacientes. Doe sangue Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 51 kg e estar saudável. Pessoas que passaram por cirurgia, exame endoscópico ou que adoeceram recentemente precisam consultar o site do Hemocentro antes. Quem teve gripe deve aguardar 15 dias após o desaparecimento dos sintomas para poder doar sangue. Quem teve covid-19, por sua vez, precisa dez dias após o fim dos sintomas, desde que sem sequelas. Se assintomático, o prazo é contado da data de coleta do exame. Já pacientes diagnosticados com dengue clássica devem aguardar 30 dias para se candidatar à doação de sangue. Para dengue hemorrágica, o prazo é de seis meses. *Com informações da Fundação Hemocentro de Brasília
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Hemocentro identifica irmãos com tipo de sangue raro entre doadores
A Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) identificou entre os doadores de sangue do Distrito Federal dois irmãos, Márcio da Silva Gomes e Mônica da Silva, com um tipo sanguíneo raro. A descoberta é uma conquista do programa de fenotipagem e genotipagem do Hemocentro, responsável por classificar doadores com características sanguíneas especiais, e permite uma abordagem mais avançada na busca por compatibilidade transfusional. Mônica Silva: “Saber que posso fazer a diferença, ainda mais com um sangue raro, é um presente de Deus” | Foto: Divulgação/Hemocentro A excepcionalidade no sangue dos irmãos está no sistema Diego, um dos 46 sistemas sanguíneos existentes, como o ABO ou o RH. Doador fidelizado do Hemocentro de Brasília, Márcio teve o seu sangue selecionado em agosto para a fenotipagem. Esse processo envolve a análise de antígenos presentes nas hemácias, que ajuda a determinar as características sanguíneas do doador. “Com a genotipagem, conseguimos realizar uma investigação em nível molecular que é vital para a segurança das transfusões” Ana Luísa Mafra, bióloga do Hemocentro Após a análise, os resultados sugeriram que Márcio apresentava um fenótipo raro, levando a equipe a encaminhar seu sangue para a genotipagem eritrocitária. A genotipagem é uma técnica avançada de biologia molecular que permite identificar o que há na superfície da hemácia do paciente, por meio da análise de DNA. Esse método é especialmente útil quando a análise sorológica não é suficiente ou possível de ser realizada. “Essa técnica é essencial para identificar antígenos com importância transfusional”, explica a bióloga Ana Luísa Mafra, do Hemocentro. “Com a genotipagem, conseguimos realizar uma investigação em nível molecular que é vital para a segurança das transfusões.” Doadores “Entre 26 mil cadastrados, só havia uma pessoa com o mesmo tipo de sangue que eu. Agora sei que posso ajudar ainda mais”, diz Márcio da Silva Gomes A descoberta de Márcio como doador raro revelou que ele é Diego A positivo e Diego B negativo — uma combinação extremamente incomum no Brasil. Ao saber da raridade de seu tipo sanguíneo, Márcio forneceu o contato de sua irmã Mônica, permitindo que ela também fosse testada. Até então, o Hemocentro possuía apenas uma doadora cadastrada com as mesmas características. Ela era a única doadora convocada para atender a um paciente com anemia falciforme do Hospital Regional do Gama (HRG), que necessita de transfusões com esse tipo de sangue raro. Atualmente, o Hemocentro de Brasília possui 41 doadores inseridos no Cadastro Nacional de Sangue Raro. Todos os dias, 12 doadores são selecionados para ter o seu fenótipo detalhado na instituição em busca de características especiais no sangue Agora, com a inclusão de Márcio e Mônica no cadastro de doadores raros, as chances de fornecer o sangue necessário ao paciente aumentaram significativamente. “Esse paciente não pode receber outro tipo de bolsa de sangue devido à presença de anticorpos”, detalha Ana Luísa. “Agora temos mais doadores compatíveis e podemos atender de forma mais ágil. Por isso essa descoberta foi tão importante para a nossa equipe”. Mônica ficou emocionada ao descobrir que seu sangue pode ajudar pacientes em situações críticas. “Saber que posso fazer a diferença, ainda mais com um sangue raro, é um presente de Deus”, disse. Márcio, que já era doador regular, também ficou surpreso com a descoberta. “Entre 26 mil cadastrados, só havia uma pessoa com o mesmo tipo de sangue que eu. Agora sei que posso ajudar ainda mais”, comentou. Banco de Sangue Raro No Brasil, o Ministério da Saúde mantém o Cadastro Nacional de Sangue Raro, uma rede que facilita a busca por doadores compatíveis em todo o país. Esse banco é essencial para pacientes que precisam de transfusões com tipos de sangue específicos e que não encontram doadores disponíveis localmente. No caso de identificação de um sangue raro, como o fenótipo Diego A positivo e Diego B negativo, o Hemocentro de Brasília segue um protocolo rigoroso antes de cadastrar o doador no banco nacional, garantindo que o sangue seja disponibilizado para outros estados quando necessário. Até 2022, o Brasil possuía cerca de 10 doadores com o fenótipo Diego B negativo. De lá para cá, o Hemocentro de Brasília já identificou três deles na região Centro-Oeste e, mais especificamente, no Distrito Federal. Atualmente, o Hemocentro de Brasília possui 41 doadores inseridos no Cadastro Nacional de Sangue Raro. Todos os dias, 12 doadores são selecionados para ter o seu fenótipo detalhado na instituição em busca de características especiais no sangue. Ao todo, mais de 26 mil voluntários já tiveram o sangue fenotipado pela FHB. *Com informações da Fundação Hemocentro de Brasília
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