Rede pública de saúde do DF oferece vasectomia, opção segura de planejamento familiar
A escolha de não ter mais filhos é uma decisão que transforma vidas e reforça a autonomia no planejamento familiar. Para muitos homens no Distrito Federal, essa transformação se concretizou em 2024, quando 612 vasectomias foram realizadas na rede pública de saúde. O procedimento, que combina segurança, eficácia e acessibilidade, é oferecido gratuitamente na rede pública de saúde, por meio de atendimento inicial nas unidades básicas de saúde (UBSs). O urologista Álvaro Canuto, referência técnica distrital na área, da Secretaria de Saúde (SES-DF), enfatiza a importância da vasectomia no planejamento familiar. “É uma solução segura e eficaz, permitindo ao casal interromper o uso de outros métodos contraceptivos, sendo menos invasiva que a laqueadura tubária”, destaca. Uma das vantagens da vasectomia é que ela é um método menos invasivo do que opções femininas, como a laqueadura tubária | Foto: Divulgação/Agência Saúde-DF O advogado Raphael Souza, pai de três crianças, foi um dos pacientes que optaram pela vasectomia em 2024. “Minha esposa e eu decidimos que não queríamos mais filhos e o procedimento para ela seria mais invasivo. Fiz a cirurgia no Hospital Regional de Samambaia e, em 19 dias, estava quase totalmente recuperado. Recomendo pela simplicidade e eficácia”, relata. Para a vasectomia é feita anestesia local e não há necessidade de internação. O procedimento consiste na interrupção do fluxo de espermatozoides para a uretra, impedindo a gravidez. “Os riscos são mínimos, como sangramento ou infecções. Quando ocorrem, evoluem favoravelmente, na maioria dos casos, se detectados e tratados adequadamente”, explica Canuto. Arte: Divulgação/Agência Saúde-DF Mitos sobre a vasectomia Apesar de ser um método seguro, a vasectomia ainda enfrenta resistência devido a mitos, especialmente no que se refere aos impactos na vida sexual. Muitos homens temem que o procedimento afete a libido ou cause disfunção erétil. “A cirurgia não interfere na produção hormonal nem no desempenho sexual, pois apenas interrompe o transporte dos espermatozoides”, esclarece Álvaro Canuto. Após a cirurgia, o paciente só é considerado estéril e pode suspender outros métodos contraceptivos após realizar um espermograma, exame que confirma a ausência de espermatozoides no sêmen. O exame deve ser feito entre 60 e 90 dias após o procedimento. Em casos de arrependimento, a reversão é possível, mas o sucesso depende de alguns fatores, como o tempo decorrido desde a vasectomia. Álvaro Canuto explica que não há método contraceptivo 100% eficaz, entretanto, a vasectomia é uma das técnicas que apresentam menores taxas de falha. Acesso ao procedimento Para ser elegível à vasectomia, o homem deve ter 21 anos ou mais, ou pelo menos dois filhos vivos, conforme a Lei nº 14.443/2022, que regulamenta o Planejamento Familiar. Além disso, é necessário manifestar a vontade por escrito, com assinatura de termo de consentimento 60 dias antes da cirurgia. Os interessados devem procurar a UBS de referência, onde serão orientados por uma equipe multidisciplinar e, após triagem inicial, encaminhados a um dos hospitais regionais capacitados, como o da Asa Norte (Hran), de Ceilândia (HRC), do Gama (HRG), da Região Leste (HRL), de Sobradinho (HRS), Santa Maria (HRSM) e de Taguatinga (HRT). *Com informações da Secretaria de Saúde
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Força-tarefa realiza 50 cirurgias de vasectomia no Hospital de Sobradinho
Cinquenta pacientes que aguardavam na fila do Sistema de Regulação (Sisreg) para cirurgia eletiva de vasectomia foram operados, neste sábado (19), em procedimento de força-tarefa no Hospital Regional de Sobradinho (HRS). A estratégia tem sido adotada em outas unidades da Secretaria de Saúde do DF para otimizar recursos humanos e materiais. Força-tarefa no Hospital Regional de Sobradinho realizou, neste sábado, 50 cirurgias de vasectomia, procedimento que faz parte do programa de Planejamento Familiar no SUS | Foto: Divulgação/SES-DF Em 2023, esta é a segunda fase da força-tarefa programada pela equipe do hospital para a especialidade e contou com cinco urologistas e equipe de enfermagem. Em média, são 35 profissionais atuando, pois há aqueles que fazem parte do processo da Central de Material e Esterilização. A estratégia iniciada visou, principalmente, trazer resolutividade às demandas reprimidas pela pandemia de covid-19. Com as ações, a unidade conseguiu diminuir a média de espera para menos de um ano. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A unidade realizou ainda outras duas operações para hérnia inguinal, uma de varizes e agora, completa duas de vasectomia. Só este ano, foram 124 procedimentos realizados. A previsão é realizar mais ações desse modelo na área de mastologia e ortopedia. As de vasectomia seguirão na programação. O diretor do HRS, Bruno Guedes, destaca que a gestão está empenhada em otimizar os horários das escalas dos profissionais cirurgiões e as vagas nas salas de cirurgias. “As salas de cirurgias não param, elas são horário cheio. Assim, tenho buscado otimizar com a equipe, as cirurgias que temos com remanejamento de horários e alinhamento dos profissionais na escala. Estamos focando nas cirurgias que são mais simples e realizando as adequações para o fim de semana. Isso tem dado celeridade às nossas demandas e diminuído a fila significativamente”, assegurou. As vasectomias são procedimentos que fazem parte do programa de Planejamento Familiar no Sistema Único de Saúde (SUS). Os interessados devem procurar a sua unidade básica de saúde (UBS) de referência para iniciar o processo e ser inserido na regulação. Além da força-tarefa em hospitais, a SES-DF tem um contrato na rede de saúde complementar para a área de urologia que inclui vasectomia e cirurgias de próstata. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Laqueadura e vasectomia: saiba o que muda com as novas regras
O sistema público de saúde do Distrito Federal está se adaptando para atender as novas regras da laqueadura e da vasectomia. Desde o início de março, os procedimentos para a realização de cirurgias de esterilização foram modificados para acatar as alterações na Lei nº 14.443/2022, mais conhecida como Lei do Planejamento Familiar. [Olho texto=”“Agora a cirurgia de laqueadura tubária pode ser feita durante a internação para o parto. Se for cesariana, pode ser realizada na mesma hora. No parto normal, os nossos hospitais estão em fase de adaptação para fazer o procedimento aproveitando a internação da paciente”” assinatura=”Marta de Betânia, referência técnica distrital em ginecologia e obstetrícia” esquerda_direita_centro=”direita”] A modificação na lei tem três grandes mudanças. A primeira é a diminuição da idade mínima para homens e mulheres, reduzida de 25 para 21 anos ou qualquer idade para quem tem dois filhos vivos. A outra é a permissão para que a laqueadura – em que as trompas uterinas são “cortadas”, com a intenção de impedir o encontro dos espermatozoides com os óvulos – seja realizada durante o período do parto (cesariana ou parto normal). A lei também dispensa o consentimento do cônjuge, mas obriga a manifestação do desejo do (a) paciente por escrito com a assinatura do termo de consentimento informado (popularmente conhecido como “ata de laqueadura”) com o mínimo de 60 dias de antecedência para o procedimento. “Agora a cirurgia de laqueadura tubária pode ser feita durante a internação para o parto. Se for cesariana, pode ser realizada na mesma hora. No parto normal, os nossos hospitais estão em fase de adaptação para fazer o procedimento aproveitando a internação da paciente”, explica a ginecologista e obstetra Marta de Betânia, referência técnica distrital nessa área. Para a mulher que deseja fazer a laqueadura, a nova legislação dispensa o consentimento do cônjuge | Fotos: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde As adaptações estão ocorrendo principalmente para que a saúde do DF consiga incluir o procedimento no pós-parto normal. “Os serviços estão se organizando para isso, porque o procedimento também envolve outros profissionais, como os anestesistas e a enfermagem”, completa. No caso do parto normal, as pacientes podem passar pela cirurgia preferencialmente entre seis e 72 horas após dar à luz, por questões que envolvem a técnica cirúrgica do procedimento, quando o útero da mulher ainda está mais alto (na altura do umbigo) para a execução da técnica da laqueadura periumbilical. O novo entendimento da regra gera benefícios para a mulher e também para a rede pública. “Ela não precisará retornar [ao hospital] e gerar uma nova internação, o que diminui os custos com a internação. Também evita um novo período de recuperação e, consequentemente, novo afastamento da mulher”, comenta a médica. Arte: Agência Brasília Mudanças para as mulheres A mulher que deseja fazer uma laqueadura deve procurar a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima de sua residência e manifestar o interesse. A paciente será encaminhada para o programa de planejamento familiar, onde receberá aconselhamento sobre todos os métodos contraceptivos disponíveis, incluindo os não definitivos (reversíveis) – como camisinha, diafragma e espermicida – e os de longa duração – a exemplo do dispositivo intrauterino (DIU) e contraceptivos hormonais orais e injetáveis. Caso a pessoa decida seguir com o procedimento cirúrgico de laqueadura tubária, terá que assinar um termo de consentimento informado com antecedência mínima de 60 dias. Apenas a assinatura da paciente é necessária. “Não precisa da autorização do parceiro. Antes, estava escrito na lei que precisava, porém já havia decisões judiciais [ações diretas de inconstitucionalidade] que dispensavam essa obrigatoriedade”, explica a médica. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] É necessário um intervalo de 60 dias da manifestação do desejo por escrito e a cirurgia, que vale tanto para os casos a serem realizados após o parto quanto para as laqueaduras eletivas feitas em mulheres que não estão grávidas. “A gente orienta que seja uma decisão muito bem-pensada, porque existe um alto índice de arrependimento diante de um procedimento irreversível, na grande maioria dos casos”, comenta Marta de Betânia. Como os procedimentos fora da gestação são eletivos, a paciente, nesses casos, precisa fazer exames ginecológicos de rotina, incluindo o exame preventivo para câncer do colo do útero, e ser examinada pelo médico ou o enfermeiro de família. “Então ela vai ser encaminhada e regulada para o ambulatório de cirurgia ginecológica na atenção secundária ou hospitalar. Vai passar pela consulta com o ginecologista, ser avaliada clinicamente, solicitar o pré-operatório e ser inserida na lista de cirurgias no sistema de regulação [Sisreg III] ”, descreve a ginecologista. O DF conta com 11 unidades hospitalares que realizam a laqueadura como cirurgia eletiva: Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Hospital Regional de Samambaia (HRSam), Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Hospital Regional de Ceilândia (HRC), Hospital Regional de Sobradinho (HRS), Hospital da Região Leste (HRL ou Hospital do Paranoá) e Hospital Universitário de Brasília (HUB). Na situação da laqueadura pós-parto, todas as 12 maternidades do DF podem executar esse procedimento, além dos 11 hospitais listados e do Hospital Regional de Planaltina (HRPL). Após a passagem pela atenção primária, o paciente que deseja fazer a vasectomia é encaminhado para um hospital regional, como o Hran O que muda para os homens No que tange à urologia, há apenas duas mudanças que se destacam na realização da vasectomia (cirurgia em que os canais deferentes, aqueles que levam para a uretra os espermatozoides, são cortados): a redução da idade mínima e o fim da exigência do consentimento expresso de ambos os cônjuges com firma reconhecida. [Olho texto=”Assim como as mulheres que desejam fazer a laqueadura, a porta de entrada dos homens que querem optar pela vasectomia é a unidade básica de saúde” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “Como não há mais essa exigência, a lei dá mais autonomia. Mas é importante dizer que também vale para os homens o prazo de 60 dias da manifestação da vontade até a realização efetiva do procedimento, para que a decisão seja mais madura”, avalia o urologista Álvaro Canuto, referência técnica distrital em urologia. A porta de entrada dos homens que desejam fazer a vasectomia também é a unidade básica de saúde. “Lá eles vão passar por uma triagem e receber a documentação necessária. A lei exige e prevê que eles passem por palestras sobre contracepção de maneira geral. Só depois dessa participação e da documentação é que o paciente será referenciado, e será solicitado o agendamento no serviço de urologia hospitalar”, comenta Canuto. Após a passagem pela atenção primária, o paciente é encaminhado para o hospital regional. A cirurgia é realizada nos oito locais com setor de urologia: Hospital Regional de Gama (HRG), Hospital de Base (HB), Hran, HRC, HRL, HRS, HRT e HRSM. Apesar de não ter a especialidade, o Hospital de Samambaia também faz o procedimento.
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Hran realiza força-tarefa para cirurgias de vasectomia
Dezesseis pacientes que estavam em lista de espera para cirurgia de vasectomia no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) passaram pelo procedimento nessa terça (26) e quarta-feiras (27). O número representa metade da fila de espera atual. “Normalmente, realizamos de dois a três procedimentos deste por semana. Como concentramos nossos seis urologistas em duas salas do Ambulatório de Pequenas Cirurgias, conseguimos realizar mais procedimentos em menos tempo”, destaca o diretor do Hran, Leonardo Sousa Ramos. Ele explica que o restante da demanda será atendido no processo regular. “Até chamamos mais pacientes da fila, mas alguns não compareceram”, lamenta. A força-tarefa faz parte das ações do Novembro Azul, que, além de conscientizar sobre o câncer de próstata, também desenvolve ações relacionadas à saúde do homem como um todo. Procedimento A vasectomia é uma pequena cirurgia, com anestesia local, que interrompe a circulação dos espermatozoides conduzidos através do epidídimo (um tipo de tubo em forma de novelo localizado na parte superior dos testículos) para os canais deferentes, que desembocam na uretra. Após a vasectomia, a ejaculação continua normal, mas não haverá espermatozoides no líquido ejaculado. *Com informações da Secretaria de Saúde
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