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27/12/2018 às 11:43, atualizado em 27/12/2018 às 13:15
Medidas do governo de Brasília para enfrentar a escassez dos mananciais e investimentos para reforçar o abastecimento de água contribuíram para o atingimento do nível máximo nesta quinta (27). Com 100% da capacidade, segundo a Caesb, reservatório voltará a suprir Candangolândia, Núcleo Bandeirante e partes de Águas Claras e do Park Way
Dois anos e oito meses depois, o Reservatório do Descoberto verteu novamente. Isso ocorre quando o nível de água armazenada supera a capacidade de reserva do manancial.
Na manhã desta quinta-feira (27), a barragem atingiu 100% da capacidade: 1.030,02 metros acima do nível do mar.
Ao atingir o volume máximo, o Descoberto volta a abastecer a Candangolândia, o Núcleo Bandeirante e partes de Águas Claras e do Park Way (das Quadras 1 a 5), segundo informou a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).
Em decorrência da crise hídrica, essas regiões administrativas eram atendidas por meio de transferência do Sistema Torto-Santa Maria para o Descoberto. A vazão era de 230 litros por segundo, mesma proporção a ser incorporada na captação direta do manancial em Brazlândia.
[Olho texto=”A Caesb trabalha com a previsão de o Descoberto voltar a abastecer o Guará em janeiro” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A Caesb trabalha também com a previsão de retorno de abastecimento do Guará pelo Descoberto em janeiro. Segundo o presidente da companhia, Maurício Luduvice, “essa flexibilidade hoje existente no sistema, bem como a sua capacidade de produzir mais água, foi o principal fator de suspensão do racionamento, em junho deste ano, e da superação completa da crise hídrica”.
O reservatório tinha superado a capacidade máxima de armazenamento em abril de 2016 e em maio de 2015. Desde então, a alteração do ciclo hidrológico do Distrito Federal fez com que o território enfrentasse e superasse a maior crise hídrica da história.
Para isso, foi preciso tomar medidas como racionar o consumo, fazer valer o uso consciente da água e investir em novas fontes de captação dos recursos hídricos.
Em dezembro, o DF acumula 171,1 milímetros de precipitação. Somente nesta madrugada, foram 22 milímetros. O quadro atual é de meses seguidos de chuvas acima da média.
Novembro, por exemplo, teve 63% a mais de precipitação do que a média histórica, de 233 milímetros.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o acumulado do mês foi de 370 milímetros. Outubro também foi um período de recuperação do ciclo de chuvas no território. No período, choveram 239,4 milímetros, cerca de 50% a mais que a média esperada para o mês, de 159 milímetros.
A expectativa do Inmet é que os primeiros meses de 2019 também tenham nível de precipitação alinhado com a média histórica.
Os dados de hoje em nada lembram o cenário em que estava o DF havia quase dois anos, quando a situação de emergência hídrica foi decretada em 25 de janeiro de 2017. À época, o território vinha de três anos de chuvas abaixo da média.
Para garantir o abastecimento de água para consumo humano, o Executivo local adotou uma série de medidas de contenção de uso.
Foi necessário instituir, em 16 de janeiro de 2017, o racionamento nas regiões administrativas abastecidas pelo Reservatório do Descoberto. Em 21 de fevereiro do mesmo ano, as áreas abastecidas pelo Santa Maria também aderiram ao rodízio.
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Somente em 14 de junho deste ano, a medida foi suspensa, após o DF sair da crise hídrica.
Ainda para enfrentamento da situação, reduziu-se a vazão de retirada de água nos Reservatórios do Descoberto e de Santa Maria. Em seguida, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) determinou a restrição de dias e horários para a retirada de água por produtores rurais irrigantes.
Por outro lado, o governo investiu em obras para reforçar o abastecimento de água.
As intervenções foram:
O uso consciente de água na produção rural foi estimulado por meio de capacitações oferecidas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). A equipe técnica da empresa orientou os produtores a adotarem os sistemas de microaspersão e de gotejamento para reduzir as perdas na irrigação.
[Numeralha titulo_grande=”49%” texto=”Redução no consumo de água do Metrô-DF durante a crise hídrica em Brasília” esquerda_direita_centro=”direita”]
Órgãos públicos também aderiram a práticas sustentáveis, como a Companhia do Metropolitano (Metrô-DF), que diminuiu o consumo em 49%.
Embora o período de restrição hídrica tenha chegado ao fim, a recomendação é de manter a economia de água. Assim, podem fazer parte da rotina os seguintes hábitos:
Colaborou Jade Abreu.
Edição: Raquel Flores