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05/12/2020 às 11:59, atualizado em 07/12/2020 às 11:18
Espaço é o mais novo apadrinhado pelo projeto Adote uma Praça. Investimentos nas obras serão de R$ 180 milhões
O complexo onde se encontram dois dos últimos monumentos projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer construídos em Brasília vai ganhar cara nova. O Setor Cultural Sul, onde ficam a Biblioteca Nacional da República e o Museu Nacional Honestino Guimarães, é o mais novo espaço apadrinhado pelo programa Adote uma Praça. O Sesi/Senai (Sistema S) vai investir cerca de R$ 180 milhões em obras que prometem deixar o tráfego de pedestres por ali mais agradável.
As mudanças incluem o prédio do Touring Club, também projetado por Niemeyer. Inaugurado em 1967, o espaço, no qual já funcionaram uma oficina, um posto de gasolina, uma rodoviária e até um posto da Polícia Civil, abrigará o Museu Interativo da Arte, Ciência e Tecnologia, que será construído em 15 meses. Atualmente, o prédio é de propriedade particular, pertencente ao Sesi/Senai.
Tanto o projeto arquitetônico do novo museu quanto o de requalificação da área externa do Setor Cultural Sul foram aprovados pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan), conforme foi publicado no Diário Oficial do DF. A assinatura do termo de cooperação entre o GDF – por meio da Secretaria de Projetos Especiais (Sepe) – e as entidades está marcada para a próxima quarta-feira (9).
As obras poderão começar logo em seguida, e as instituições do Sistema S pretendem dar o novo espaço como presente para os brasilienses no aniversário de 62 anos da capital. O Sesi/Senai vai financiar tanto a reforma das instalações internas do Touring Club quanto a da área externa do setor.
Destinação original
Na parte externa, as intervenções serão feitas no espaço entre o Touring e o Museu Nacional. A área será transformada em uma praça com mobiliário urbano, com bancos e um bosque, onde novas árvores serão plantadas. O projeto, elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), também prevê a criação se 274 vagas para carros, ônibus escolares e bicicletas.
A secretária executiva da Seduh, Giselle Moll, destaca que o objetivo da requalificação é dar mais conforto aos pedestres que circulam ali. “É uma região muito árida, não tem sombra para os pedestres, e muita gente que trabalha no Setor Bancário Sul passa por ali a pé, sem falar nas pessoas que atravessam o Complexo Cultural para ir da Rodoviária à Esplanada dos Ministérios”, observa. Além do plantio de árvores, serão construídos uma ciclovia e um calçadão com acessibilidade, de mais de cinco metros de largura, para ligar o Touring e o Museu da República.
Antes de ser submetido ao Conplan, o projeto foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Giselle ressalta que a transformação do Touring em Museu Interativo da Arte, Ciência e Tecnologia resgata a função original do Setor Cultural planejada pelo Plano Piloto de Lucio Costa. “O Touring sempre teve a função desvirtuada”, avalia.
Apesar de a existência do conjunto cultural ter sido planejada desde a fundação de Brasília, o plano só começou a sair do papel em 1999, com o início da construção do Museu Nacional. O monumento, juntamente com a Biblioteca da República, foi inaugurado em 2006.
Adote uma Praça
[Olho texto=”“É um espaço que vai permitir uma interação com o mundo tecnológico” ” assinatura=”Roberto Andrade, secretário de Projetos Especiais” esquerda_direita_centro=”direita”]
Com a instalação do museu, o objetivo é democratizar o acesso às informações relacionadas à inovação, à ciência e à tecnologia por meio da arte, incentivando a capacidade criativa e o potencial investigativo do visitante por meio de experiências elaboradas com os princípios básicos da física, da química, da matemática e da biologia. “É um espaço que vai permitir uma interação com o mundo tecnológico”, resume o secretário de Projetos Especiais, Roberto Andrade.
Para ele, a iniciativa do Sesi/Senai comprova a adesão ao programa Adote uma Praça, que tem mudado a aparência de diversos espaços do DF, sem despesa para o governo. “A comunidade entendeu a importância de cuidar da coisa pública”, diz. Mais da metade das regiões administrativas têm pedidos de adoção ou já estão com espaços públicos adotados.
O programa já recebeu 77 pedidos de adoção de moradores de várias regiões do DF. Projetos entregues em 2020 somam um investimento de R$ 7,5 milhões. “Tem grandes obras financiadas por grandes empresas, como as feitas no Setor Hospitalar Sul, mas também há casos de moradores adotando os jardins em frente à sua casa”, pontua Roberto Andrade.