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04/05/2021 às 12:37, atualizado em 04/05/2021 às 21:46
Serviço Especializado em Abordagem Social, da Sedes, conta com 18 equipes espalhadas pelo DF que trabalham todos os dias da semana
O acolhimento de pessoas em situação de rua faz parte do serviço socioassistencial promovido pelo GDF. Servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), em parceria com organizações da sociedade civil (OSCs), integram equipes em todo o Distrito Federal com o objetivo de tirar pessoas da rua e ajudar para que elas retornem ao convívio familiar e social.
O Serviço Especializado em Abordagem Social da Sedes tem 18 equipes espalhadas pelo DF que trabalham todos os dias da semana, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Quem observar uma pessoa em situação de rua pode comunicar à Sedes, que encaminha uma equipe para tentar ajudá-la.
[Numeralha titulo_grande=”” texto=” Em 2020, cerca de 250 crianças e adolescentes retornaram aos lares de origem, após terem sido acolhidos” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
“Muita gente acha que vamos retirar a pessoa da rua à força, mas não é assim. É um trabalho de convencimento, e, se a pessoa não quiser sair da rua, garantimos o atendimento dela na nossa rede”, afirma a diretora dos Serviços de Acolhimento da Sedes, Daura Carolina de Campos Meneses. “Em toda equipe tem uma pessoa que já passou pela situação de rua e sabe como conversar com essas pessoas”.
Os servidores e parceiros tentam levar as pessoas para as casas de acolhimento, onde há 720 vagas para adultos e famílias que costumam ser recebidas juntas, além de 300 vagas para idosos e 430 para crianças. A Sedes mantém seis unidades próprias, e há outras 43 de OSCs parceiras que prestam esse serviço.
Casos exitosos
No ano passado, cerca de 250 crianças e adolescentes retornaram aos lares de origem, depois de serem acolhidos. No caso de adultos, como a saída do serviço é facultada ao cidadão, não há dados precisos, mas não faltam relatos nas casas de acolhimento.
Há alguns dias, a Sedes soube de uma pessoa que estava há cerca de uma semana com desorientação mental e pernoitando em uma parada de ônibus no Guará II. Trata-se da paraense Valdete Teixeira, de 49 anos, que teve apoio da equipe de abordagem e foi encaminhada para acolhimento na Casa Flor, em Taguatinga Sul.
No local, destinado exclusivamente a mulheres, a transexual relatou sua história de vida e disse que busca contato com a mãe, Adolar Paiva. Segundo a acolhida, sua mãe se encontra, provavelmente, em algum lugar próximo a Belém (PA). “Mãe, eu estou em Brasília e quero te achar”, enfatiza Valdete.
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Hospedada em um dos quartos exclusivos para transexuais na Casa Flor, ela é acompanhada pela equipe de especialistas da unidade, composta por assistentes sociais e psicólogos. “Conseguimos perceber que, aparentemente, a desorientação mental ocorre em virtude das fragilidades vivenciadas nas ruas”, conta a gerente do Serviço de Acolhimento para Mulheres, Alamarque Bernardes.
De acordo com a especialista, a partir de agora, a equipe vai buscar familiares e tentar a reinserção de Valdete no convívio do lar. “Nem sempre é possível voltar à família, mas tentamos a volta à comunidade”, conta Alamarque. “Qualquer pessoa, quando sai de casa, tem dificuldades para retornar. Então, às vezes, não é o caso de tentar recolocá-la nesse núcleo, mas em algum próximo”.
Ainda de acordo com a assistente, isso pode ocorrer por meio de um auxílio-aluguel e com a concessão de algum benefício que garanta a subsistência temporária da pessoa até que ela alcance a autonomia necessária para prover os próprios recursos.
Depois de 40 anos
[Olho texto=”“Trata-se de um momento delicado, pois, se o vínculo não for devidamente restabelecido e a estrutura devida não for dada, a pessoa retorna às ruas e todo trabalho se perde”” assinatura=”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social ” esquerda_direita_centro=”direita”]
Algumas pessoas foram reinseridas no contexto familiar após 40 anos sem qualquer vínculo com conhecidos. Um caso assim ocorreu há uma semana, quando a Casa Flor conseguiu promover o encontro de uma mulher de 59 anos, que estava em situação de rua há 23, com a filha.
“A chave para isso foi o Cadastro Único”, destaca Alamarque. “Como se trata de uma ferramenta nacional, começamos a cruzar os dados das informações que ela tinha sobre a filha com informações do documento. Encontramos, então, a filha morando em Águas Lindas [GO].”
Após o retorno, a família segue referenciada e acompanhada por uma unidade socioassistencial. Conforme destaca a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, muitas vezes, é necessário continuar dando suporte àquela pessoa. “Trata-se de um momento delicado, pois, se o vínculo não for devidamente restabelecido e a estrutura devida não for dada, a pessoa retorna às ruas e todo trabalho se perde”, esclarece a gestora.
Abaixo, confira os canais de comunicação e solicitações de atendimento para a população em situação de rua:
*Com informações da Sedes